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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 25 de maio de 2023

25 DE MAIO DE 1625: CANONIZAÇÃO DA RAINHA SANTA ISABEL


25 de Maio de 1625: A Rainha Santa Isabel é canonizada pela papa Urbano VIII:

Dona Isabel de Aragão, Rainha de Portugal (Rainha Santa Isabel), *Saragoça, Zaragoza, 1271 - †Évora, Estremoz, 04.07.1336, era filha de Pedro III, rei de Aragão e Sicília (*1236 - †1285) e de Constança de Hohenstauffen, rainha da Sicília (*1249 - †1302); Neta paterna de Jaime I el Conquistador, rei de Aragão, Valencia y Mayorca (*1208 - †1276) e de Iolanda, princesa da Hungria (*1215 - †1251) e neta materna de Manfredo, rei da Sicilia (*1232 - †1266) e de Beatriz de Sabóia (*1230 - †1259). A Rainha Santa Isabel era descendente do Profeta Maomé.
Dona Isabel de Aragão, filha de Pedro III de Aragão e de Constança de Navarra, e neta de Jaime I, "o Conquistador", terá nascido em Saragoça por volta de 1270 e morrido em Estremoz a 4 de Julho no ano de 1336. Foi Rainha de Portugal pelo seu casamento com Dom Dinis, tendo ficado conhecida por Rainha Santa Isabel.
Desde nova mostrou tendência para a meditação e solidão, rezas e jejuns. Entre os seus pretendentes contavam-se Eduardo I de Inglaterra, Roberto de Anjou e Dom Dinis de Portugal. Foi este quem o seu pai escolheu pois oferecia-lhe desde logo um trono. O contrato de casamento foi concertado em 24 de Abril de 1281 e tinha a particularidade de ser o primeiro celebrado em Portugal com escritura antenupcial, segundo o direito romano. Por ele, a nova rainha recebeu Óbidos, Abrantes, Porto de Mós com todas as suas rendas, e ainda 12 castelos. O seu pai, por seu turno, dotou-a com 10 mil maravedis e jóias. Ficou célebre o cortejo que acompanhou a nova rainha a Portugal depois do casamento, realizado por procuração na cidade de Barcelona em 1288. De Bragança, onde era aguardada pelo infante Dom Afonso, a comitiva, onde se incorporavam nobres portugueses, seguiu para Trancoso onde Dom Dinis a esperava e onde, a 24 de Junho, se realizou a cerimónia de casamento que os cronistas celebrizaram.
Em 1304 regressou à sua terra natal quando Dom Dinis aí teve de se deslocar como medianeiro do conflito entre Fernando IV de Castela e Jaime II de Aragão. Também em Portugal era constante a sua presença junto do marido nas deslocações que este fazia pelo reino; esse facto trouxe-lhe grande popularidade junto do povo, pois nessas alturas dava esmolas aos pobres, a raparigas pobres e distribuía alimentos. Não se alheou dos problemas políticos nacionais, interferindo na guerra civil que opôs o rei ao príncipe herdeiro Dom Afonso; acusada pelo marido de favorecer os interesses do filho foi mandada sob custódia para Alenquer. No entanto, continuou a interessar-se pelo problema e foi por sua influência directa que se assinou a paz de 1322; no ano seguinte evita o reacender da luta colocando-se entre os exércitos preparados para a batalha. Depois da morte de Dom Dinis (1325) recolheu-se nos Paços de Santa Ana, junto a Santa Clara de Coimbra.
Até à sua morte promoveu uma série de obras pias fundando ou ajudando à fundação de hospitais (Coimbra, Santarém, Leiria), asilos e albergarias (Leiria, Odivelas), mosteiros, capelas (Convento da Trindade em Lisboa, claustro em Alcobaça, capelas em Leiria e Óbidos). Deixou em testamento grandes legados a muitas destas instituições. Foi sepultada por sua vontade no Convento de Santa Clara e, no século XVII, o seu corpo foi trasladado para o novo mosteiro fundado por Dom João IV em substituição do antigo, ameaçado pelas águas do Mondego, e depositada num cofre de prata e cristal.
O povo, desde cedo, considerou-a santa, atribuindo-lhe inúmeros milagres. A pedido de Dom Manuel I, foi beatificada por Leão X (15-4-1516) e, em 1625, foi canonizada por Urbano VIII.
Lenda do Milagre das Rosas
Conta a lenda que o Rei Dom Dinis foi informado sobre as acções de caridade da rainha Dona Isabel e das despesas que implicavam para o tesouro real. Um dia, o rei decidiu surpreender a rainha numa das suas habituais caminhadas para distribuir esmolas e pão aos necessitados. Reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço. Dom Dinis perguntou à rainha onde ia e ela respondeu que se dirigia ao mosteiro para ornamentar os altares. Não satisfeito com a resposta, o rei mostrou curiosidade sobre o que ela levava no regaço. Após alguns momentos de atrapalhação, Dona Isabel respondeu: "São rosas, meu senhor!". Desconfiado, o rei acusou-a de estar a mentir, uma vez que não era possível haver rosas em Janeiro. Obrigou-a, então, a abrir o manto e revelar o que estava lá escondido. A rainha Isabel mostrou, perante os olhos espantados de todos, as belíssimas rosas que guardava no regaço. Por milagre, o pão que levava escondido tinha-se transformado em rosas. O rei ficou sem palavras e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu com a sua intenção. A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.
QUANDO O HÁBITO NÃO FAZ A MONJA: A RAINHA SANTA
(por, Gonçalo Portocarrero de Almada).
Se se tiver presente que a Rainha Santa viveu em finais do século XIII e princípios do seguinte, é impressionante verificar a autonomia que, já então, tinha uma mulher e rainha cristã, sobretudo se se tiver presente que, na actualidade, as mulheres que vivem nalguns países islâmicos nem sequer podem tirar a carta de condução. Mesmo a actual mulher do rei de Marrocos, não só não partilha com o marido o exercício da realeza, como nem sequer tem o título ou a condição de rainha…
É estranho que os que tanto reclamam a ordenação sacerdotal de mulheres na Igreja católica, ainda não se lembraram de reivindicar, para as mulheres muçulmanas, o que nessa mesma Igreja, há pelo menos oito séculos, já era reconhecido às mulheres cristãs… As activistas seminuas que, a 18 de Abril de 2013, encharcaram o arcebispo de Bruxelas, Mons. Léonard, ao mesmo tempo que o insultavam e gritavam slogans feministas, nunca ousaram fazer, que se saiba, um tal protesto num país islâmico. Não será, decerto, por falta de razões objectivas, mas talvez por défice de coerência, ou de coragem …
Aliás, a Rainha Santa Isabel não é um caso único de emancipação feminina na Idade Média cristã: são paradigmáticos os exemplos de S. Joana d‘Arc e os de muitas outras mulheres que, nesse tempo, foram consortes reais, por vezes até encarregues, como regentes, do governo do reino. Também houve quem fosse, por direito próprio, rainha, como Isabel a Católica e, como tal, exercesse as funções inerentes à realeza, como autêntica chefe de Estado, que era de pleno direito. E todas as ordens religiosas femininas já então eram governadas, a todos os níveis, apenas por mulheres, em igualdade de condições com as suas congéneres masculinas.
D. Dinis era consciente de que a sua mulher não só não lhe era inferior como, até, tanto ou mais merecedora da dignidade real. Por isso, num seu inspirado poema, que se supõe dedicado à Rainha Santa Isabel, não tem pejo em afirmar: “Pois que vos Deus fez, mia senhor/ fazer do bem sempr’o melhor/ e vos en fez tam sabedor,/ uma verdade vos direi:/ se mi valha Nostro Senhor/ érades boa pera rei!”.
Cronologia (Geneall):
24.04.1281 Assinam-se as bases do contrato de esponsais entre Dona Isabel, filha de Pedro III de Aragão e D. Dinis.
24.06.1282 Em Trancoso, casamento de D. Isabel de Aragão com D. Dinis.
25.05.1625 A Rainha Santa Isabel é canonizada pela papa Urbano VIII.
(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Estórias da História, Gonçalo Portocarrero de Almada, GeneAll, Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro

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