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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 22 de maio de 2023

A BOLÍVIA E OS PORTUGUESES


Como é do conhecimento geral, desde o século XVI que a América do Sul foi palco de conflitos entre Portugueses e Espanhóis pela posse de territórios, tendo tal situação se prolongado ao longo dos séculos seguintes.

Embora nessa época ambas as coroas tivessem optado por privilegiar a via diplomática para tentar sanar essas disputas, mediante a assinatura de vários tratados que visavam a resolução desses diferendos, ainda assim os confrontos bélicos acabaram mesmo por ocorrer visto que a então ausência de uma fronteira precisa entre os impérios Ibéricos gerava modelos espontâneos de colonização e ocupação territorial, em que muitas vezes as vontades individuais acabavam por suplantar as políticas determinadas pela metrópole.

Um dos países cujo território foi palco desses episódios de litígio entre Portugueses e Espanhóis, foi a Bolívia, país situado no centro-oeste da América do Sul

O primeiro Europeu a explorar território Boliviano foi o Português Aleixo Garcia que em 1524 liderando um grupo de 2000 Ameríndios atingiu Sucre onde tomou contacto com os Incas e lá os combateu, tendo no desenrolar dessa epopeia inclusive logrado chegar perto de Potosi onde algum tempo mais tarde viriam a ser descobertas as maiores minas de prata até então encontradas

Porém, embora Aleixo Garcia tivesse sido o Europeu pioneiro a explorar terras Bolivianas, esse território situava-se a oeste da linha de Tordesilhas e por conseguinte conforme havia sido estipulado aquando da assinatura do Tratado de Tordesilhas entre as coroas de Portugal e Castela, englobava-se inequivocamente na área jurisdicional atribuída aos Castelhanos, pelo que a exploração massiva do fabuloso cerro de Potosi onde se encontravam essas minas constituiu uma relevante fonte de riqueza para a coroa Castelhana durante um significativo período da sua história colonial tendo contudo durante essa época atraído inúmeros Portugueses para aquela região que lá se fixaram e que em 1622 já constituíam uma influente e poderosa comunidade em Potosi, tendo estes inclusive chegado a desalojar todos os Castelhanos de um assento junto ás minas de Chocaya distanciado apenas a cerca de 170 kms do cerro de Potosi onde se estabelecerem

Mais tarde, fruto de vários acontecimentos que se desenrolariam ao longo das décadas seguintes, os Portugueses acabariam por invadir e controlar território atualmente integrado na Bolívia

Os motivadores desses incidentes pela disputa desses territórios ocorridos nesse capítulo da história Boliviana, foram sobretudo religiosos (Jesuítas) mas também soldados, , contrabandistas, exploradores e “oficiais monárquicos”

Á semelhança do que sucederia noutros territórios da América do Sul, também na Bolívia os Jesuítas sempre se destacaram por privilegiar a defesa dos interesses da coroa Espanhola em detrimento da dos Portugueses, tendo tal protagonismo constituído um sério entrave para as aspirações dos Portugueses já que a acção daqueles religiosos desempenhou um papel relevante para a agregação com sucesso de Indios em comunidades tuteladas pelos Jesuítas a que se chamou “missões” que consistia na constituição de núcleos populacionais auto suficientes, que dispunham de uma completa infraestrutura econômica, administrativa e cultural onde os indígenas eram educados de acordo com a fé cristã e que serviam para legitimar a ideia que tais territórios estavam devidamente colonizados, salvaguardando por conseguinte em determinados contextos a posse dos mesmos em benefício da coroa Espanhola.

Essas missões Jesuítas localizadas em território presentemente pertencentes á Bolívia, localizavam-se essencialmente nas regiões de Moxos e Chiquitos

A hegemonia dos jesuítas nesses territórios representava um sério obstáculo aos anseios dos Portugueses, visto que a constituição destas missões Jesuitas começou paralelamente a desempenhar ainda a função de estado tampão que barrava aos Portugueses o acesso ás áreas de metais preciosos situadas a Oeste, pelo que o consequente efeito foi a “inevitável” invasão e tomada de algumas missões Jesuítas por parte dos Portugueses

Assim sendo, missões como a de Santa Catalina e a de San Miguel localizadas em Moxos no Departamento Boliviano de Beni junto ao Rio Iténez, foram capturadas pelos Portugueses

O mesmo tendo sucedido ás missões de San Simon e de San Martin que foram ocupadas pelos Portugueses

Em 1821, na sequência da ocupação Napoleonica da Espanha, o império Espanhol na América estava desintegrando-se e as tropas dos Sul Americanos Simon Bolivar e António José Sucre, que já tinham libertado a Colômbia, Venezuela e o Equador do jugo Espanhol, acercavam-se da Região do Alto Peru (Denominação que grosso modo correspondia aquilo que é a actual Bolívia)

Temendo o efeito nefasto que que essas tropas "libertadoras" poderiam causar, em Junho de 1822, os governadores Espanhóis dos três departamentos do Alto Peru reuniram-se em Cuiabá (Capitania do Mato Grosso/Brasil) e solicitaram ao seu governador que intercedesse junto ao príncipe regente (futuro D. Pedro) para que ocupasse o território em favor do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, pois opinavam que seria preferível ser ocupado por uma nação Monárquica do que por uma república cujo futuro aflorava-se então incerto.

Tropas Portuguesas estacionadas na Capitania de Mato Grosso foram enviadas para a região.

Foi pois na sequência destes acontecimentos que entre os meses de Julho-Dezembro de 1822, La Paz, capital da Bolívia foi brevemente ocupada por Portugal. 

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