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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 23 de maio de 2023

O CASAMENTO DE D. CATARINA DE BRAGANÇA COM CARLOS II DE INGLATERRA


21 de Maio de 1662: Realiza-se o casamento de Dona Catarina de Bragança com Carlos II de Inglaterra:

Dona Catarina de Bragança, Infanta de Portugal, Rainha Consorte de Inglaterra, *Vila Viçosa, Évora, 25.11.1638 - †Lisboa, Lisboa, 31.12.1705, era filha do Rei Dom João IV e de Dona Luísa de Gusmão. Neta paterna de D. Teodósio II, 7º Duque de Bragança e de D. Ana de Velasco e Giron e neta materna de D. Juan Manuel Pérez de Guzmán, 8º Duque de Medina Sidónia e de D. Juana Lorenza Gómez de Sandoval y la Cerda.
"...Catarina não foi uma rainha popular na Inglaterra por ser católica, o que a impediu de ser coroada. Sem posteridade, deixou pelo menos à Inglaterra a geleia de laranja, o hábito de beber chá, além de lá ter introduzido o uso dos talheres e do tabaco...".
Dona Catarina deixou a sua influência católica bem marcada na Inglaterra e é ela que promove, além de muitas outras coisas, a utilização de instrumentos musicais nas celebrações religiosas tarefa que seu pai, o Rei Dom João IV de Portugal, conseguiu levar a cabo com a aprovação do Papa e que fez dele: "... para além do monarca e do restaurador, o artista e o letrado, o amador de música que, no seu tempo, compondo o hino Adeste Fideles, esteve à altura dos maiores de Portugal" (Prof. Dr. Veríssimo Serrão-História de Portugal).
Dona Catarina nasceu a 25 de Novembro de 1638, em Vila Viçosa, e casou a 21 de Maio de 1662 com o Rei Carlos II, tornando-se assim Rainha da Inglaterra. A sua educação religiosa privou-a do conhecimento das línguas não ibéricas, pelo que conversava com o marido em espanhol. O casamento real foi proposto em 1660 através do seu padrinho, D. Francisco de Melo, Conde da Ponte, que ofereceu como dote dois milhões de cruzados, a cedência de Tânger e Bombaim, juntamente com a liberdade de comércio aos ingleses nas colónias portuguesas.
Em contrapartida, a infanta poderia continuar a praticar a religião católica e a Inglaterra auxiliaria Portugal no caso de ataque espanhol ou holandês. Esta proposta foi aceite e o conde da Ponte voltou a Portugal para ultimar os preparativos. No entanto, quando retornou a Londres o rei mostrou-se adverso pois tinha sido alvo de uma campanha de dissuasão desencadeada por Batteville, embaixador espanhol, e do conde de Bristol, que se opunham ao casamento. Estes tentaram convencer Carlos II que Dona Catarina era feia, defeituosa e doente. Contudo, o contrato de casamento, assente no tratado ango-luso a 23 de Junho de 1661, que confirmava os anteriores tratados assinados em 1641, foi assinado. Dona Catarina partiu para Inglaterra em Abril de 1662 e o casamento protestante foi celebrado em Portsmouth, a 14 de Maio, mas não sem que antes fosse efectuada uma cerimónia católica.
A sua vida na corte inglesa não foi muito fácil: primeiro, devido às relações amorosas do rei; depois porque a sua fé, vincadamente católica, gerou alguma suspeição por parte dos Anglicanos. Mesmo assim, durante os 30 anos que viveu em Inglaterra Dona Catarina notabilizou-se pelos bailados e teatros que organizou, pela sua perícia com o arco e setas, tendo sido a patrona da Honorable Company of Bowmen. Foi igualmente pela sua mão que foi introduzida a moda do chá na corte britânica. Por outro lado, foi o alvo das querelas e conspirações entre católicos e protestantes. Estes últimos tentaram por várias vezes obrigar o rei a divorciar-se, apoiando-se na infecundidade da rainha (teve quatro partos prematuros). Carlos II não cedeu, todavia, mostrando sempre grande amizade pela esposa (que o converteu ao Catolicismo), apesar de ter tido inúmeras amantes e quinze bastardos. Após a morte do rei, em 1685, Dona Catarina ainda permaneceu em Inglaterra, regressando à pátria apenas em 1692, quando mandou construir o palácio da Bemposta. Até à sua morte, em 1705, em Lisboa, ainda interferiu nos negócios do reino (Tratado de Methuen), assumindo a regência por duas vezes. Encontra-se enterrada na igreja do Mosteiro dos Jerónimos. O seu casamento com Carlos II acabou por não dar os frutos que a Coroa portuguesa desejava, saldando-se pela perda das possessões cedidas e pela abertura ao comércio das colónias a mercadores ingleses.
(D. Catarina de Bragança. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2012).
Cronologia (Geneall):
23.06.1661 Em Londres é assinado um Tratado de paz e aliança entre D. Afonso VI e Carlos II de Inglaterra e de casamento deste último com a Infanta D. Catarina de Bragança.
21.05.1662 Casamento de D. Catarina de Bragança com Carlos II de Inglaterra.
18.01.1665 Auto de entrega e posse da Ilha de Bombaim aos ingleses, como parte do dote de D. Catarina de Bragança.
20.01.1693 Chega a Lisboa a rainha D. Catarina, viúva de Carlos II, rei de Inglaterra.
19.10.1719 Chega a Lisboa, onde será recebido pelo rei D. João V, sir Edward Montagu, lorde Hinchingbrooke, bisneto do 1º conde de Sandwich que negociou o casamento de Carlos II e de D. Catarina de Bragança e acompanhou a princesa até Londres.
(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Prof. Dr. Veríssiomo Serrão, GeneAll, Wikipédia e Estórias da História)
 



HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro

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