O "REI GIGANTE" DE RUANDA QUE CONVERTEU SEU POVO AO CRISTIANISMO

O rei Mutara III Rudahigwa (1911-1959), foi o primeiro rei ruandês a ser baptizado e o catolicismo romano foi adoptado em Ruanda durante seu reinado.

Rudahigwa havia sido secretamente instruído no cristianismo por Léon Classe , o chefe da Igreja Católica de Ruanda, desde 1929, e foi preparado pelos belgas para substituir seu pai. Em 1946, ele dedicou o país a Cristo, efectivamente tornando o cristianismo uma religião oficial. Sua conversão liderou uma onda de baptismos no protetorado

Batizado Charles Leon Pierre em 1946 declarou: “Senhor Jesus, Rei de todos os homens e de todas as nações, eu Mutara Charles Leon Pierre, eu me curvo a você e a sua mãe, a Virgem Maria, Rainha do céu e da terra. Eu reconheço que Você é o Mestre soberano de Ruanda, a raiz da qual todo poder e todo poder mágico”.

De acordo com outro resumo, o Rei Mutara III Rudahigwa disse: “Agora que te conhecemos, reconhecemos publicamente que Tu és nosso Mestre e nosso Rei. Senhor, eu te dou meu país e eu mesmo. Os homens amam seu país de Ruanda. Eles se aplicam ao avanço e fazem dele um reinado de paz que você trouxe ao mundo”.

O pastor Ezra Mpyisi, um cidadão idoso e uma das poucas pessoas que têm informações em primeira mão sobre Ruanda sob a monarquia, estava lá.

A oração indicou a ele que o rei Mutara III Rudahigwa “tornou-se um cristão devoto mais do que eu acreditava”.

No entanto, a oração teve reacções mistas naquela época, pois afinal aconteceu 16 anos depois que seu pai, o rei Yuhi V Musinga, supostamente “amaldiçoou seus filhos [incluindo Rudahigwa]” por se converterem ao cristianismo.

O Dr. Nkaka Raphael, um historiador, diz que o rei que dedicou Ruanda a Cristo Rei “não quis dizer que entregou o país. Ruanda permaneceu em seu lugar e continuou a pertencer aos ruandeses, não foi a lugar nenhum”.

“Ele aceitou que Ruanda foi criada por Deus e pertencia a Cristo.”

Dando um contexto, no entanto, Nkaka disse que a dedicação do país a Cristo Rei “foi um evento que significou que o país mudou e abraçou o cristianismo, o que não acontecia sob o governo de seu pai Yuhi V Musinga. ”

Nkaka recorda que depois deste acontecimento, “a Santa Sé ficou muito feliz e o Papa condecorava o rei com uma medalha”.

O genocídio de 1994 cometido contra os tutsis onde mais de 1 milhão de tutsis foram mortos em três meses consecutivos – de abril a início de julho tornou-se um acontecimento inquestionável que veio questionar/testar o cristianismo no país e como a comunidade teria entendido a 'bênção' do rei Mutara III Rudahigwa gostaria que Ruanda tivesse.

Em um resumo, o rei Mutara havia orado: “Que todos os líderes de Ruanda governem este país com justiça. Todos os seus julgamentos são imparciais. Eles não refletem nenhuma preferência, então ninguém do meu povo não é preconceituoso. Abandone qualquer engano, qualquer amargura e ódio. Entre eles, pode não haver festas, mas todos estão unidos na caridade”.

O genocídio foi totalmente contrário a essa oração porque se tornou o ponto culminante da injustiça e do ódio. No entanto, o amor, a paz e a harmonia, a unidade pela qual o rei Mutara III Rudahigwa orou agora está tomando forma em Ruanda desde Julho de 1994, quando o genocídio foi interrompido e o país começou a promover unidade e reconciliação - e identidade comum como ruandeses.

Associação dos Autarcas Monárquicos