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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

♔ | EM 22 DE JANEIRO DE 1901 MORRIA A RAINHA VICTORIA DO REINO UNIDO


A Princesa Alexandrina Victoria de Hannover, nasceu no Palácio de Kensington, Londres, a 24 de Maio de 1819, e era filha de Victoria Maria Luísa de Saxe-Coburgo-Saalfeld, e do Príncipe Edward August, Duque de Kent, 4.° filho do Rei Jorge III de Inglaterra, e irmão mais novo do Rei William IV, e que morrera, em 1820 quando Victoria era apenas uma criança. A mãe distante e manipuladora deixou a educação de Victoria à sua perceptora alemã, a Baronesa Lehzen, que a orientou sempre no sentido da jovem princesa ser uma presumível herdeira ao trono de Inglaterra.

Assim foi, pois falecidos todos os irmãos do pai, sem descendência, a 20 de junho de 1837, com apenas 18 anos, Victoria ascende ao trono de Inglaterra por morte do seu tio o Rei William IV, que falece, também, sem descendência, dando início ao segundo mais longo reinado da história da Inglaterra – superada apenas pela trineta, Sua Majestade A Rainha Elizabeth II do Reino Unido, recentemente falecida - e um dos mais famosos, que inclusivamente deu nome a uma Era, a Vitoriana.

De início, fora da alçada da cruel mãe – a quem inclusive obrigou, a título de pequenina vingança, a cumprir o beija-mão à nova Soberana - e perceptora, a desconhecida Victoria ficou sob orientação do Primeiro-ministro Whig, William Lamb (1835-41), 2.° Visconde de Melbourne, a sua primeira paixão (platónica) e que sobre ela deteve grande influência até Sua Majestade britânica contrair matrimónio, a 10 de Maio de 1840, com o seu primo Albert, Príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha.

O casamento de amor transformou a infeliz Victoria numa mulher confiante e Soberana excepcional. Quando morreu, prematuramente, em 1861, o feliz matrimónio produzira 9 descendentes: a primogénita Victoria, a Princesa Real, foi imperatriz alemã pelo casamento com o Kaiser William I, e o secundogénito, O Príncipe de Gales, o futuro Rei Edward VII do Reino Unido.

A sua vida familiar dividia-se entre o Palácio de Buckingham, em Londres, a Casa Osborne, na Ilha de Wight - durante o Inverno -, e o Castelo de Balmoral, na Escócia, adquirido em 1852 e reedificado segundo planos de Alberto - para as férias de Verão.

Apesar do poder de Soberana constitucional ser limitado, pois era uma Monarquia cerimonial, os seus conselhos e orientação influenciaram determinantemente as resoluções políticas e as escolhas do Governo, e se Victoria não determinava a política do Gabinete, com a ajuda do Príncipe-consorte Albert, orientava o gabinete ministerial, pelo menos.

Era Dom Pedro V de Portugal ainda um Rei em vias de ser, em 1854, quando iniciou uma viagem, pelas Cortes europeias, para aprender a prática de reinar e dar-se a conhecer aos reais primos. Juntamente, com seu irmão e herdeiro presuntivo, o Infante Dom Luís de Bragança, puderam privar, com a mais importante das cabeças coroadas da época, Sua Majestade Britânica a Rainha Vitória, aquela que de tão grande deu nome a uma Era.

A Família Real Britânica recebeu-Os como membros da Sua própria família e entre a Rainha Vitória, o Príncipe consorte Albert de Saxe-Coburgo-Gotha (primo do Regente de Portugal Rei-consorte Dom Fernando II de Saxe-Coburgo-Gotha) e Dom Pedro V estabeleceu-se uma enorme amizade que perdurará até a trágica e imprevisível morte do monarca português. Numa visita que duraria exactamente um mês e que começou no dia 3 de Junho de 1854, o monarca português nunca foi tratado como visita de Estado, apesar das cortesias protocolares em público, mas com manifestações de amizade e familiaridade em privado. Dom Pedro V e Dom Luís acompanharam sempre a Monarca inglesa e o seu Príncipe-consorte nos mais importantes eventos a que sempre concediam o privilégio da Sua Presença. Assim foi no Baile dos Marqueses de Breadalbane – a quem a Rainha dedicava amizade -, onde perante mil convivas a realeza portuguesa mereceu lugar de destaque como se pode constatar pela entrada dos convidados de honra. Depois de anunciar a entrada da Rainha Vitória pelo braço do anfitrião, o Mordomo anunciou: ‘Sua Majestade o Rei de Portugal e Sua Excelência a Marquesa de Breadalbane’. Depois ‘Suas Altezas Reais o Príncipe Albert e a Duquesa de Cambridge’ e, de seguida, ‘Suas Altezas Reais o Príncipe Dom Luís de Portugal e a Princesa Mary’.

Também, em 10 de Junho de 1854, Dom Pedro V e Dom Luís acompanharam, à direita no lugar de honra, a Rainha Britânica na sumptuosa reabertura do Palácio de Cristal, reinstalado em Sydenham Hill.

Foram pois, o Rei e Príncipe portugueses recebidos na intimidade da Família Real Britânica e essa amizade haveria de perdurar, mesmo para além da estadia nas Terras de Sua Majestade, pois continuariam a corresponder-se com assiduidade tornando-se a Rainha Vitória e o Príncipe Albert, conselheiros e mesmo confidentes do jovem monarca português.

Após a morte do seu amado marido, Victoria entrou num período de depressão e alheamento que lhe valeram fortes críticas por parte da opinião pública e do parlamento; no entanto, A Rainha superou todos os reveses e preservou a Monarquia, encontrando no Primeiro-ministro Benjamim Disraeli, conservador, um forte aliado. Exemplo do apreço pela Soberana, foi quando Disraeli, em 1876, persuadiu o Parlamento, mormente a ala liberal, a passar o Royal Titles Act, conferindo à Rainha Victoria, de jure et herdade, também, o título de Imperatriz da Índia.


Em 1887, Victoria celebrou o Jubileu, comemorativo dos seus 50 anos de reinado, e 10 anos depois o Jubileu Dourado, ainda mais grandioso, na capela de S. Jorge, no Castelo de Windsor, onde para celebrar o dia da Ação de Graças, foi cantado um Te Deum, com música da autoria do próprio Príncipe Albert, e cujos festejos culminaram quando a Rainha Victoria premiu um botão elétrico que telegrafou uma mensagem do jubileu para todo o império, mantendo-se a vitoriana rainha a par das grandes mudanças do seu tempo.

Em 1901, a ‘Avó da Europa’ (assim chamada porque a sua descendência casou com os monarcas da maioria das Casas Reinantes Europeias, menos a Dinastia de Bragança, embora o Rei-consorte D. Fernando II fosse primo do Príncipe Albert) morreu na sua residência de Osborne, após prolongada doença. Uma das últimas pessoas a visitá-la, com vida, foi o Kaiser alemão, o seu neto William II, que anos depois na Grande Guerra (Mundial) lideraria a Alemanha contra a Inglaterra, e faria o outro neto de Victoria, o rei George V alterar o nome da Dinastia de Hanôver-Saxe-Coburgo-Gotha, para Windsor.

Com a morte da Rainha Victoria fechou-se uma época e um período da história britânica e europeia, a Era Vitoriana e iniciava-se um novo ciclo, muto diferente e muito menor, a Era Eduardiana, esta sim já adaptada aos novos ventos de mudança, que sopravam tanto no Velho como no Novo Continente, onde emergia agora a nova superpotência que destronaria o Reino Unido e a Velha Europa do lugar cimeiro, os Estados Unidos da América.
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

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