♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

RECORDAR MOUZINHO DE ALBUQUERQUE, 121 ANOS DEPOIS DE SUA MORTE


Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque nasceu a 12 de novembro de 1855, na Quinta da Várzea, na Batalha, filho de José Diogo Mascarenhas Mouzinho de Albuquerque e de sua mulher Maria Emília Pereira da Silva e Bourbon.

Militar de carreira, Mouzinho de Albuquerque assentaria Praça como Cadete Voluntário no Regimento de Cavalaria N.º 4, frequentando na Escola Politécnica os cursos preparatórios para ingresso na Escola do Exército. Ingressaria posteriormente no Real Colégio Militar, terminando o curso na Escola do Exército em 1878, sendo promovido a Alferes.

Em 1879, matricular-se-ia nas Faculdades de Matemática e Filosofia da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.

Em 1882, Mouzinho de Albuquerque adoeceu, sendo impedido de acabar o 4º ano da Universidade e retornando a Lisboa, onde permaneceu dois anos em inatividade. No ano de 1884, seria promovido a Tenente e nomeado Regente de Estudos no Real Colégio Militar.

Mouzinho de Albuquerque partiria para a Índia em 1886, sendo encarregue da fiscalização do Caminho-de-Ferro de Mormugão, sendo nomeado, em 1888, Secretário-Geral do Governo do Estado da Índia. Em 1890, seria promovido a Capitão, feito Oficial da Real Ordem Militar de São Bento de Avis e nomeado Governador do Distrito de Lourenço Marques, cargo que ocuparia até 1892, ano em que retornaria a Lisboa.

Em 1894, Mouzinho de Albuquerque comandaria um esquadrão de lanceiros no sul de Moçambique, destacando-se nas campanhas de África, nomeadamente a que levaria à captura do lendário chefe Vátua Gungunhana Sul de Moçambique.

António Enes, então Comissário Régio em Moçambique, retornaria a Portugal, pelo que Mouzinho de Albuquerque seria nomeado, a 10 de dezembro de 1895, Governador Militar do Distrito de Gaza.

A dia 6 de janeiro de 1896, Gungunhana e os restantes prisioneiros seriam entregues, em Lourenço Marques, por Mouzinho de Albuquerque, para dias mais tarde serem enviados para Lisboa por ordem de Jacinto Cândido da Silva, então Ministro da Marinha e Ultramar.

O êxito das campanhas de África faria de Mouzinho de Albuquerque uma figura muito respeitada na sociedade portuguesa dos finais do século XIX e inícios do século XX, sendo visto como uma das esperanças portuguesas de defesa face ao expansionismo das grandes potências europeias em África, contrário aos interesses portugueses.

Mouzinho de Albuquerque seria promovido a Major e nomeado Governador-Geral de Moçambique, a 13 de março de 1896, tomando posse a 21 de maio. A 27 de Novembro do mesmo ano, seria nomeado Comissário Régio.

Mouzinho de Albuquerque participaria, em 1897, nos combates de Naguema, Mocutumudo e Macontene, partindo para Portugal a 18 de Novembro, com o intuito de discutir com o Governo questões administrativas, nomeadamente a negociação de um empréstimo que permitisse proceder a algumas reformas.

Albuquerque viajaria pela Europa, passando por Inglaterra, Irlanda, França e Alemanha, onde foi orador convidado em diversas sociedades de geografia, proferindo palestras que obtiveram grande cobertura na imprensa.

Retornaria a Moçambique a 22 de abril de 1898, sendo decidido, a 7 de julho, o fim das suas funções como Comissário Régio.

Mouzinho de Albuquerque voltaria a Lisboa, sendo promovido a Tenente-Coronel e nomeado, a 28 de setembro de 1898, para o Conselho de Sua Majestade Fidelíssima com as respetivas honras de Marquês, Ajudante de Campo do Rei D. Carlos I de Portugal, obtendo uma pensão vitalícia.

As crescentes posições críticas face às opiniões de Mouzinho de Albuquerque e à sua atuação nas Campanhas de África fariam com que fosse cada vez mais ostracizado pelas elites políticas da época.

Psicologicamente alterado pelo clima de intriga que se desenvolvia ao redor da sua pessoa, Mouzinho de Albuquerque suicidar-se-ia no interior de uma carruagem, na Estrada das Laranjeiras, a dia 8 de janeiro de 1902, há 121 anos, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres.

“Essas poucas páginas brilhantes e consoladoras que há na História de Portugal contemporânea escrevemo-la nós, os soldados, lá pelos sertões de África, com as pontas das baionetas e das lanças a escorrer em sangue. Alguma coisa sofremos, é certo; corremos perigos, passámos fomes e sedes e a não poucos prostravam em terra para sempre as fadigas e as doenças.

Tudo suportámos de boa mente porque servíamos El-Rei e a Pátria, e para outra coisa não anda neste mundo quem tem a honra de vestir uma farda”. – Mouzinho de Albuquerque

Miguel Louro 







Momentos de História e Memória

Sem comentários:

Enviar um comentário