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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 9 de maio de 2023

9 DE MAIO DE 1386: ASSINATURA DO TRATADO DE WINDSOR ENTRE PORTUGAL E INGLATERRA


 09 de Maio de 1386: É assinado o Tratado de Windsor entre Portugal e a Inglaterra, um dos mais antigos acordos diplomáticos de Portugal.

Após a vitória portuguesa de Aljubarrota sobre os Castelhanos, em 1385, o rei D. João I tratou desde logo de informar os seus aliados ingleses através do duque de Lencastre. O rei estava bem ciente de que a paz com Castela enfermava de algumas vicissitudes de índole política, o que implicava encontrar um equilíbrio externo para defender o reino no caso de um eventual conflito armado com o reino vizinho. Mais do que uma aliança permanente, importava garantir o futuro político português como nação independente, pretendendo para isso renovar os acordos de amizade e apoio mútuo de 1373 entre Portugal e a Inglaterra.

D. Fernando de Albuquerque (mestre de Sant’Iago) e o chanceler Lourenço João Fogaça deslocaram-se então ao território inglês para negociar com Inglaterra um acordo de aliança política e militar, favorável a ambos. Ricardo II, rei da Inglaterra, impôs um salvo-conduto para que os dois emissários estabelecessem livremente contactos. O rei inglês, após as primeiras conversações, nomeou então três procuradores para a elaboração do texto final do tratado de amizade com Portugal. O tratado foi finalmente assinado a 9 de Maio de 1386, tendo cinco procuradores testemunhado a assinatura do acordo entre o soberano e os delegados régios portugueses.

Este tratado possuía carácter quer defensivo, enquanto salvaguarda dos interesses de ambas as partes, em aliança, contra inimigos que passavam a ser comuns, quer ofensivo, porque visava uma colaboração entre Portugal e Inglaterra contra Castela e França. Todavia, era também uma aliança que visava a manutenção do bem e da tranquilidade públicos das populações dos reinos de Inglaterra e Portugal.

O comércio marítimo era também um dos assuntos incluídos no contrato. De acordo com o tratado de Windsor nenhuma das partes contratantes poderia fretar navios ou embarcações inimigas ou prestar socorros a nações que se encontrassem em conflito com qualquer um dos reinos. Se alguma das partes tomasse conhecimento de algo que fosse contra as disposições do tratado ou os interesses da outra parte, teria que intervir rapidamente de forma a que depressa se eliminasse esse perigo ou infração do tratado. Nenhuma outra aliança firmada na Europa tinha ido tão longe.

A aliança apenas se tornou forte devido a razões económicas e geográficas, já que os interesses políticos de ambas as nações nem sempre respeitaram o tratado. Na sequência deste acordo dá-se o casamento de D. João I com a princesa D. Filipa, filha de D. João de Gant, duque de Lencastre. Encontrando-se o reino português fortalecido com o auxílio e amizade estratégica da Inglaterra, o monarca português estava escudado diplomaticamente para estabelecer tréguas com o reino de Castela, o que progressivamente foi conseguindo.


Associação dos Autarcas Monárquicos


Tratado de Windsor - 9 de Maio de 1386

O Tratado de Windsor estabelecido entre Portugal e a Inglaterra, sendo a mais antiga aliança diplomática do mundo ainda em vigor, foi assinado em 9 de Maio de 1386 após os ingleses lutarem ao lado da Casa de Avis na batalha de Aljubarrota e com o sentido de renovar a Aliança Anglo-Portuguesa estabelecida pelos dois países.
A Inglaterra e Portugal estabelecem um Tratado de Aliança em 1373 tendo os ingleses lutado juntamente com a Casa de Avis na batalha de Aljubarrota contra o Reino de Castela em 1385.

Com a vitória na batalha de Aljubarrota, o exército castelhano fora derrotado com perdas de tal forma graves que impediram João I de Castela de tentar nova invasão nos anos seguintes. O mestre da Avis D. João foi reconhecido como rei de Portugal, pondo um fim à crise de sucessão de 1383-1385 e à anarquia que grassava no território português. O reconhecimento pelo reino de Castela dar-se-ia apenas em 1411, com a assinatura do Tratado de Ayllón-Segovia.

A aliança Luso-Inglesa foi renovada em Maio de 1386. Portugal e a Inglaterra (D. João I e Ricardo II, respetivamente) assinaram o Tratado de Windsor, confirmando formalmente a aliança que haveria de servir de alicerce às relações bilaterais entre ambos durante mais de 600 anos. O último acto a firmar esta aliança foi o casamento real entre Filipa de Lencastre, filha de João de Gante, duque de Lencastre, e D. João I, realizado em 1387. O comércio bilateral floresceu através dos armazéns ingleses no Porto: bacalhau e tecidos eram trocados por vinho, cortiça, sal e azeite. O filho mais novo do casal, Henrique (Príncipe Henrique, o Navegador), liderou a Época Áurea de Portugal através das suas viagens de descobertas marítimas.
Fonte: Wikipédia



O Tratado de Windsor: 634 anos (1386-2020)

A mais antiga aliança diplomática em vigor, o Tratado de Windsor foi assinado no dia 9 de maio de 1386, na Casa capitular da Capela Real do Palácio de Windsor. Estavam presentes, como plenipotenciários portugueses em representação de D. João I, o chanceler Lourenço Anes Fogaça e o Mestre da Ordem de Santiago Fernando Afonso de Albuquerque, e como ingleses, em representação de Ricardo II, os cavaleiros Richard Alberbury e John Clanowe e o doutor Richard Ronhale.
Dispõe o primeiro artigo no sentido de que, a fim de assegurar «o bem público e tranquilidade dos Reis e dos vassalos e dos dois Reinos», seria estabelecida uma «liga, amizade e confederação geral e perpétua», inclusive com os respetivos aliados. Para além desta cláusula, sem dúvida fundamental, contêm-se no tratado outras pelas quais se oferece segurança e capacidade de comerciar aos naturais dos dois reinos, assim como se veda aos mesmos qualquer auxílio a inimigos. Foi também previsto que os herdeiros e sucessores dos reinos de Portugal e da Inglaterra fossem «obrigados a jurar e a renovar, ratificar e confirmar as suas alianças».
Testemunho de uma aliança seis vezes secular, o Tratado de Windsor não foi, contudo, o primeiro instrumento diplomático a ser formalizado entre Portugal e Inglaterra. De facto, e excluindo as relações de forte cooperação militar facilitadas pelos ingleses no que à conquista de Lisboa diz respeito, o primeiro tratado anglo-luso data de 1353, reinando D. Afonso IV em Portugal e Eduardo III em Inglaterra. Consistiu, essencialmente, no estabelecimento de um acordo comercial durante 50 anos. Não obstante, vinte anos volvidos, no seguimento de dificuldades políticas, o rei D. Fernando enviava novos plenipotenciários para negociar um tratado de «verdadeira, fiel, constante, mútua e perpétua paz e amizade, união e aliança» com Eduardo III de Inglaterra, assinado no dia 16 de junho de 1373.
Seguiu-se o Tratado de Windsor, já referido, e só no século XVII é que voltariam a ser formalizados novos acordos, tais como o Tratado de Whitehall, de 1661, que estabelece o casamento de D. Catarina de Bragança com Carlos II. Ficou célebre o discurso de 12 de outubro de 1943, do primeiro-ministro britânico Winston Churchill à Câmara dos Comuns, no qual citou, com total impassibilidade e grande espanto dos presentes, todo o rol das datas dos antigos tratados anglo-lusos – a velha aliança ia ser mais uma vez evocada a fim de negociar com o Governo português um acordo de facilidades no Açores, para efeito da guerra submarina que então era travada.
Nuno de Abreu e Lima

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