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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 10 de maio de 2023

A SOMÁLIA E OS PORTUGUESES


Desde a antiguidade que o posicionamento geográfico da Somália situada no “Corno de África” entre os continentes Africano e Asiático, controlando geograficamente o acesso ao Mar Vermelho, sempre conferiu um valor estratégico relevante aquela região do globo, não sendo por conseguinte de estranhar que os conflitos armados pelo controlo desta região por parte de vários impérios ao longo dos séculos sempre se tenham revelado frequentes, pelo que a cobiça pela posse da região, frequentemente convertia essa área em palco de lutas contra invasores

Amiúde, constata-se que o exacerbado espírito patriótico latente nos Somalis sempre que estes invocam feitos da sua história para fundamentarem a sua reputação de povo indómito, assenta no pressuposto de que os únicos povos da costa Oriental Africana que nunca se submeteram ao jugo dos Portugueses foram aqueles que então habitavam o território que hoje constitui a Somália

Ora, essa alegação não corresponde á realidade, visto que numa dada época da história, os Portugueses exerceram efetivamente um certo domínio sobre as então mais relevantes cidades costeiras situadas naquilo que atualmente compõe o território Somaliano.

Esse domínio traduziu-se através de ataques perpetrados a partir do mar a cidades costeiras, pelo controlo da navegação ao longo da costa Somali situada no Oceano Indico, bem como na aplicação de bloqueios comerciais e á subjugação de algumas cidades mediante a imposição de pagamentos de tributos, tendo-se paralelamente também verificado inclusive em alguns casos situações de ocupação territorial conforme atestam os vários vestígios dessa presença reportados por alguns historiadores e vários viajantes ao longo dos tempos.

O relato relacionado com a primeira intervenção dos Portugueses na Somália refere-se a Vasco da Gama e remonta a 1499 quando ao regressar da India para Portugal, a frota daquele glorioso navegador bombardeou Mogadíscio (Magadoxo dos cronistas Portugueses).

Quatro anos mais tarde (Em 1503) os Portugueses comandados por Rui Lourenço Ravasco, tornaram a cidade de Barawe (Brava dos cronistas Portugueses) tributária do Rei de Portugal

No ano seguinte (1504) os Portugueses capitaneados por António de Saldanha rumaram para Norte ao longo da Costa Somali e dobraram o cabo Guardafui tendo desembarcado e atacado a Vila de “Mete” situada no Norte da Somália

Em 1507 a Cidade de Barawe recusou-se pagar o tributo devido aos Portugueses, tendo sido conquistada por forças Portuguesas sob o comando de Tristão da Cunha coadjuvado por Afonso de Albuquerque.

Dez anos mais tarde (1517) foi a vez de Zeilah (Zeila dos cronistas Portugueses), cidade Somali situada no Golfo de Adém ser tomada pelos Portugueses liderados por Lopo Soares de Albergaria.

Em 1542 uma pequena frota Portuguesa comandada por João de Sepúlveda foi enviada para o litoral Oriental da Somália a fim de expulsar navios Turcos intrusos provenientes do Mar Vermelho que haviam acossado domínios dos Portugueses e seus aliados naquela costa, tendo na sequência dessa acção expugnado a cidade de Mogadíscio.

Passados oito anos (em 1550) os Portugueses sob o comando de Gonçalo Vaz de Távora, tomaram a cidade de Berbera (Barbora dos Cronistas Portugueses) situada no Noroeste da Somália

Em 1686 os Portugueses atacaram a ilha Ngumi (Ilhas Bajun – Somália) em retaliação por terem sido traídos pelos habitantes locais que os haviam “embusteado” comercialmente, tendo-a arrasado por completo.

Se exceptuarmos algumas narrativas de cronistas Portugueses de antanho, as fontes sobre a história da Somália até meados do século XIX são na generalidade extremamente ínfimas, consistindo basicamente em referências esparsas na literatura Árabe e de tradições locais entretanto recolhidas por alguns historiadores ou por vestígios testemunhados por viajantes que nos permitem saber um pouco mais sobre a presença dos Portugueses na Somália, nomeadamente que os Portugueses dominaram a cidade de Merka onde existia uma torre em ruínas construída por estes e que segundo indicação de mapas antigos existiu na cidade de Rassini um forte (castelo) Português.

A presença dos Portugueses na Somália deixou também alguns vestígios Etnológicos e linguísticos.

Populações em cidades Somalis como Mogadíscio, Merka e Barawe resultam de uma miscigenação étnica de marinheiros Portugueses com Somalis e marinheiros Árabes e Indianos, sendo que vulgarmente os Bravaneses (“povo” de Barawe) reivindicam / apregoam a sua ascendência Portuguesa.

Um outro legado dos Portugueses na Somália é a influência da língua Portuguesa no dialecto Chimini (ou Chimbelazi) falado essencialmente pelos Bravaneses e que resulta de uma amálgama de Português com Swahili, Arábico e Somali. 

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