Mais um ano surge, renovando novas esperanças e apontando novos desejos, que vão sobrando de ano para ano.
Era
uma tradição do Padre Correia da Cunha reunir, na bela igreja de São
Vicente de Fora, a comunidade para celebrar com toda a solenidade este
acontecimento da passagem de ano.
Os
cristãos da Comunidade Paroquial eram convidados a fazer um balanço do
ano que findava e a implorarem novas ilusões, na miragem da felicidade
plena para o novo ano que emergia. Jesus Cristo deveria ocupar o
primeiro lugar das nossas vidas na busca dessas venturas.
Para
esta celebração, o Padre Correia da Cunha elaborava um guião que era
uma magnífica obra de riqueza literária. Seria de uma importância
capital, resgatar estes escritos do Padre Correia da Cunha. A sua
leitura contribuiria para uma maior compreensão das suas preocupações
com a verdade e objectividade daqueles tempos. O Padre Correia da Cunha
ajudava a libertar-nos para a tomada de consciência crítica da nossa
própria existência.
Estes
encontros eram verdadeiras experiências de fé em louvor ao Pai Comum e a
cada ano que passava sentíamos crescer a fé e o amor entre irmãos.
Como
Pároco, o Padre Correia da Cunha tinha consciência e noção do
sofrimento e angústias de muitos dos paroquianos votados nestas
tradicionais festas de passagem de ano à solidão e ao abandono, o que o
levava a empenhar-se na realização destas festivas celebrações
litúrgicas de final de ano.
No
final, todos os presentes poderiam usufruir de uma grandiosa festa de
convívio e partilha, nas salas dos claustros do Mosteiro, tornando assim
as vidas destas pessoas mais venturosas, solidárias e cheias de alegria
fraterna. Para o Padre Correia da Cunha não havia coisa mais bela e
nobre que poder consagrar deliberadamente a sua vida, desejando aos
outros o que desejava para si. Estes encontros fraternos organizados
pelo Padre Correia da Cunha visavam aquecer os corações de cada um com a
certeza que estavam nas suas próprias casas.
A
fraternidade e a solidariedade eram virtudes que lhe davam estímulo
para servir com dignidade a causa e ideais do seu sacerdócio.
O
Padre Correia da Cunha era um filósofo e nesta sua qualidade dizia que o
tempo não existia: - “O tempo é apenas uma ideia de limitação que os
homens inventaram para satisfazerem as sensações e poderem contar as
etapas das suas vidas...”
Sem
essa limitação todos dias eram novas oportunidades para se festejar e
confraternizar. Os abraços poderiam assim multiplicar-se diariamente no
desejo ardente e permanente de Felicidade, Paz e Amor entre todos os
homens.
A
vida levada com espírito filosófico pode ter mais encanto para perfumar
os dias com maior suavidade e ajudar-nos a vencer o tempo difícil que
emerge…
BOM E SANTO ANO NOVO!
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