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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 8 de janeiro de 2012

DEFINITIVAMENTE NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO (2ª PARTE)

Definitivamente Não ao Acordo Ortográfico (2ª parte)
Na questão económica, o que mais choca é este totalitarismo deslocado de exigir a adopção do AO num momento tão complicado para as famílias, devido à diminuição substancial do rendimento disponível são agora forçados a fazer uma despesa adicional desnecessária na compra de novos manuais escolares, o que só revela o requinte de perversidade da decisão.

Nos países africanos sobretudo em Angola e em Moçambique que ainda não ratificaram o “monstro”, logo juridicamente ainda não está em vigor, há um digno trabalho de reflexão sobre as vantagens e desvantagens. Primeiro, a língua portuguesa é vista nesses países como um factor de unidade, já que são um mosaico de culturas e de outras línguas, e a modificação do sistema linguístico vem atrasar o ensino da língua oficial e convergente de todo o seu território. Para além dos custos muito consideráveis desta “brincadeira” que poderiam ser canalizados para outras áreas sociais mais carenciadas, e segundo Zeferino Martins, ministro da educação de Moçambique, a despesa prevista para a implementação do AO está estimado em cerca de 70 milhões de euros.

Apesar da minha aversão a esta “coisa” quero tentar compreender a sua finalidade pura, isto é, de ter uma ortografia uniforme no espaço dos países de língua oficial portuguesa, só que este propósito é meramente IMPOSSÍVEL de cumprir sem desvitalizar a língua, pois é a sua genuína diversificação geográfica e cultural é que vem enriquecê-la.

Outra crítica apontada pelos opositores desta “coisa” é o facto de não se tratar de um real acordo, onde há cedências significativas das partes, mas sim a uma espécie de submissão à vontade das autoridades brasileiras, conquanto as implicações na sua ortografia são bastante residuais, ao invés dos restantes países que usam a mesma ortografia, em parte devido à reforma ortográfica de 1968.

É claro que também há vantagens comerciais no mercado editorial, pois o mercado brasileiro apenas corresponde a 3 vezes e meia do português, e com as disparidades do custo de produção torna-se num factor muito apetecível para a sua uniformização, porém este interesse não pode ser decisivo para uma transformação de hábitos de escrita tão relevantes. 

Em relação à concepção política, o Palácio do Planalto é o único interessado na consumação desta “coisa”, que sobre o pretexto da dita unidade lusófona está alicerçando um género de imperialismo cultural que tanto criticam outros países de o exercer, nomeadamente os Estados Unidos, o seu grande rival, o que revela um contra-senso inexplicável.

Existem questões mais prementes do que esta alarvidade, mesmo dentro do campo linguístico como seja a activação efectiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) que está sedeado em Cabo verde, ou discutir novos métodos de ensino sobretudo em locais mais deprimidos socialmente, recolocar o ensino do latim como complemento lógico do português, pois parece que há muito esquecimento quanto à nossa raiz linguística e base orientadora.

Com o sabor dos tempos e dos agentes políticos incultos que nem um texto sabe escrever correctamente conforme acusa Azeredo Lopes, antigo Presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCS) que veio apontar vários erros no tratamento da língua portuguesa na redacção do relatório sobre o futuro da RTP, o que é no mínimo vexatório para os seus autores, mas é apenas o espelho da sua sociedade.

A língua portuguesa deve ser bem tratada, bem aprendida, bem estudada e bem aplicada, pois só assim a evolução educacional e cultural pode reflectir numa sociedade mais interessada e mais dinâmica, com os necessários proveitos a nível do saber fazer.

Em suma, o AO é apenas a expressão máxima de um povo acéfalo, inerte e descrente, pois mesmo que a maioria da sua população discorde desta “coisa”, mesmo que saiba que vai produzir autênticas aberrações linguísticas e que no futuro terá consequências desastrosas na sua identidade, tudo aceita impavidamente para não se incomodar. Este procedimento em curso é apenas o culminar de tantas outras coisas nefastas que assola esta república, e que não se vislumbra no túnel da história nenhuma luz nem nenhum anti-depressivo para este incomodativo e sinistro imobilismo. 

Congratulo um grupo de cidadãos que através das redes sociais dinamizaram uma iniciativa legislativa de cidadãos (ILC) algo raríssimo na nossa democracia participativa para tentar travar a adopção desta “coisa”, porém mais uma vez a preguiça e a apatia dos portugueses é implacável.

Na Constituição da República Portuguesa refere no seu artigo 11º os símbolos nacionais – a bandeira nacional como representação da soberania da república, da independência, da unidade e da integralidade da nação, e o outro símbolo é o hino nacional, a Portuguesa. Se porventura um dia pintarmos a nossa bandeira nacional de cor-de-rosa ou de outra cor estrambólica, sem qualquer critério valorativo não deixará de ser uma bandeira, mas já não é Portugal. 

Bruno Caldeira

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