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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 23 de abril de 2023

A CONDESSA MUMADONA DIAS NA ORIGEM DA FORMAÇÃO DO CONDADO PORTUCALENSE

Os alicerces do Condado Portucalense devem muito a Mumadona, senhora de origem galega que se apaixonou pelas terras vimaranenses, tendo transferido para as suas propriedades de Guimarães todos os seus haveres e a sua própria família.
Primeiramente mandou edificar o mosteiro, em torno do qual se desenvolveu o povoado. E, para a defesa do mosteiro, mandou construir o castelo. Com estas duas estruturas estavam criadas as condições para o estabelecimento da corte do Condado Portucalense, tarefa essa que ficou a cargo do conde D. Henrique e de D. Teresa.
Mumadona era uma senhora de mui nobre estirpe com ligações à corte de Leão. Bisavó de Afonso V e prima de Ramiro II, a condessa Mumadona foi a mulher mais rica e poderosa do seu tempo, assim como uma notável benfeitora.

Após a morte do seu marido, conde D. Hermenegildo, a condessa viúva desejou abandonar o mundo e esperar a morte à sombra dos claustros, fundando, para o efeito, um amplo mosteiro, a que se recolheu, tendo ali vivido por longos anos e, por sua morte, legou ao dito mosteiro muitas riquezas e vastas propriedades.

O padre Torquato Peixoto de Azevedo (1692), explica-nos como se desenrolou a entrada de Mumadona no mosteiro, bem como a trasladação da imagem da Virgem:

“A Condessa Mumadona (…) se recolheu a ele com sua filha D. Onega (…) e consigo levaram a ele a imagem da Virgem Maria, que estava no templo de S. Tiago, que antigamente tinha sido da deusa Ceres [divindade romana que é equivalente à grega Deméter, mãe da natureza, que preside à agricultura e às colheitas. A sua filha é a romana Proserpina, equivalente à Perséfone grega, n. do autor], aonde a continuação dos seus milagres fez grande concorrência de gente, que de terras e lugares muito remotos era visitada, tanto gente popular como reis e senhores…”
Vemos por este relato que Guimarães, como lugar mágico, estava de certa forma predestinado a ser o berço de uma nação cujo destino se lia nas estrelas e nas rotas beneditinas.

Ainda não há um consenso quanto à data da fundação do Condado Portucalense. Porém, podemos afirmar que foi Mumadona quem criou as condições necessárias para a fixação em Guimarães dos fundadores daquele condado que deu origem a Portugal.
As gerações que se seguiram a Mumadona continuaram a governar este território Portucale até ele ter sido entregue por Afonso VI a D. Teresa, sua filha, e a D. Henrique, nobre cavaleiro da Borgonha que tinha ajudado o monarca na luta contra os sarracenos.
in "TEMPLÁRIOS - de Milícia Cristã a Sociedade Secreta", Vol. 2 - A Génese de Portugal no Plano Peninsular e Europeu, Eduardo Amarante


A defesa e proteção do burgo vimaranense deveu-se, no séc. X, à vontade determinante de uma notável mulher: Condessa Mumadona Dias, que mandara erguer o primeiro castelo.
Foto onde se destaca a escultura em sua homenagem, da autoria de Álvaro de Brée, mandada erigir na Praça com o mesmo nome, em Guimarães, a 26 de Junho de 1960.
Até aos dias de hoje, mantém-se de “olhar atento” no Monte Latito.


Mumadona Dias (em castelhano: Muniadona Díaz; m. depois de dezembro 968) foi condessa do Condado Portucalense e a mulher mais poderosa do seu tempo no noroeste da Península Ibérica.

Filha do conde Diogo Fernandes e da condessa Onega ou Onecca, possivelmente tia do rei Ramiro II de Leão, foi uma célebre e rica mulher, a mais poderosa no Noroeste da Península Ibérica, é reconhecida por várias cidades portuguesas devido ao seu registo e acção.

Mumadona casou entre 915 e 920 e antes de 23 de fevereiro de 926 — quando aparecem juntos pela primeira vez— com o conde Hermenegildo Gonçalves, passando, porém, a governar o condado sozinha após o falecimento do seu esposo entre 943 (quando o conde aparece pela última vez) e 950, o ano quando Mumadona, já viúva, fez a partilha com seus filhos dos bens herdados.O conde Hermenegildo deixou-a na posse de inúmeros domínios, numa área que coincidia sensivelmente com zonas que integrariam os posteriores condados de Portucale e de Coimbra.

Entre a segunda metade de 950 e começo de 951, por inspiração piedosa, fundou, na sua herdade de Vimaranes, um mosteiro sob a invocação de São Mamede (Mosteiro de São Mamede ou Mosteiro de Guimarães), onde, mais tarde, professou. Pouco depois de 959, para a proteção desse mosteiro e das suas gentes contra as incursões dos normandos, determinou a construção do Castelo de Guimarães, também chamado Castelo de São Mamede, à sombra do qual se desenvolveu o burgo de Guimarães, vindo a ser sede da corte dos condes de Portucale.

O documento testamentário no qual faz a doação de seus domínios, gado, rendas, objetos de culto e livros religiosos ao mosteiro de Guimarães, datado de 26 de Janeiro de 959, é importante por testemunhar a existência de diversos castelos e povoações na região. Devido às "incursões dos infiéis, que haviam assolado as proximidades do cenóbio", no codicílio com data de 4 de dezembro de 968, entregou o castelo ao mosteiro.

Apesar de não ser a fundadora da Póvoa de Varzim (Villa Euracini) e de Vila do Conde (Villa de Comite), o seu registo é pioneiro ao incluir pela primeira vez essas villas. Os topónimos de Aveiro (Suis terras in Alauario et Salinas) e de Felgueiras (In Felgaria Rubeans villa de Mauri) também aparecem no documento testamentário de Mumadona Dias como o primeiro a fazer referência escrita a essas terras.

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