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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 22 de abril de 2023

BARBA, SAGRADA BARBA.

No Oriente, a barba sempre foi valorizada como um sinal de força e respeito. Por esta razão, o clero, seja católico ou ortodoxo, das Igrejas orientais sempre exibiu suas barbas com orgulho. A mesma consideração influenciou as autoridades romanas a conceder um privilégio semelhante aos missionários, não apenas no Oriente, mas em outros países com culturas distintas. No caso de ordens religiosas como os capuchinhos, o uso da barba é prescrito como sinal de austeridade e penitência. Contudo, na Igreja Latina a barba não era popular e inclusive existiam certas regras para que os Papas e outros hierarcas tivessem suas barbas raspadas. Mas quando os Papas usavam suas barbas longas, isso era entendido como um sinal de luto.
Observem essas duas pinturas. Trata-se de duas representações do Papa Clemente VII feitas pelo mesmo pintor, Sebastiano del Piombo, em dois períodos distintos, respectivamente em 1526 e 1531. Durante sua prisão em 1527, o Papa Clemente VII usou a barba longa como sinal de luto pelo saque de Roma. Na segunda pintura, inclusive, é possível notar o semblante abatido ao contrário da altivez presente na primeira pintura.
O gesto de Clemente VII estava em contradição com as regras da época, no entanto, tinha o precedente da barba que o Papa Júlio II usou como um sinal semelhante de luto pela perda da cidade de Bolonha. Ao contrário de Júlio II, Clemente VII manteve a barba longa até a sua morte em 1534. Seu exemplo de barba foi seguido por seu sucessor, o Papa Paulo III, e por 24 Papas que o seguiram, até Papa Inocêncio XII, que morreu em 1700. Clemente VII foi, portanto, o criador não intencional de um costume que durou muito tempo.

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