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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 28 de abril de 2023

⚓️| EM 27 DE ABRIL DE 1521 MORRIA FERNÃO DE MAGALHÃES

Fernão de Magalhães foi morto em Mactan, Cebu, Visayas Centrais, Filipinas, a 27 de Abril de 1521, enquanto capitaneava a armada que pela primeira vez realizou a viagem de circum-navegação através dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, em busca de um novo caminho para as Índias, de onde provinham as preciosas especiarias.

Fernão de Magalhães, argonauta português, nasceu ou na Primavera de 1480 ou a 14 de Outubro desse mesmo ano provavelmente no Porto, embora Ponte da Barca e Sabrosa reclamem a sua naturalidade. Embora a primeira hipótese seja mais credível, pois o pai estava destacado no Porto, a Família Magalhães tem seu berço no Paço Vedro de Magalhães; e Ponte da Barca e Viana do Castelo foram sempre berço de navegadores e um importante ponto de partida para viagens. O português Magalhães notabilizou-se por ter organizado a primeira viagem de circum-navegação ao Globo ao serviço da Coroa espanhola mas com Ciência portuguesa, entre 1519 e 1522, ou seja há 500 anos.

Fernão de Magalhães era oriundo de uma família da baixa Nobreza, pois era filho de Rui de Magalhães, um Cavaleiro-Fidalgo que exerceu cargos de governação na Cidade do Porto e de Alda de Mesquita. Sendo Rui de Magalhães Cavaleiro Fidalgo da Casa de D. Afonso, 1.º Conde de Faro, 2.º Conde de Odemira jure uxoris, Fernão de Magalhães com dez anos tornou-se pagem da Corte da Rainha D. Leonor, consorte de D. João II.

Em 1505, com 25 anos, alistou-se na Armada da Índia, na frota de 22 navios expedida para estabelecer D. Francisco de Almeida como primeiro vice-rei da Índia, onde Magalhães permaneceu oito anos, repartindo a estadia por Goa, Cochim e Quíloa. Tomou parte em várias batalhas, inclusive na célebre a batalha naval de Cananor em 1506, onde foi ferido, e na determinante batalha de Diu. Em 1509 partiu com Diogo Lopes de Sequeira na primeira embaixada a Malaca, onde seguia também o seu grande amigo e parente Francisco Serrão. Chegados a Malaca em Setembro, foram vítimas de uma conspiração e a expedição terminou em fuga, na qual Magalhães teve um papel crucial avisando Sequeira e salvando Francisco Serrão que havia desembarcado. Para trás ficaram dezanove prisioneiros. A sua valentia valeu-lhe honrarias e uma promoção.

Ao serviço do novo governador, Afonso de Albuquerque, participou junto com Serrão na conquista de Malaca em 1511. Após a conquista da cidade os seus caminhos separaram-se: Magalhães promovido, com um rico saque e na companhia de um escravo malaio, regressou a Lisboa em 1513.

Mas Fernão de Magalhães ausenta-se da Capital do Reino sem permissão real e perde influência. Em Azamor, Marrocos, é ferido em combate, sendo ainda acusado de comércio ilegal com os mouros. Regressa a Lisboa a 15 de Maio de 1514 e D. Manuel I recusa-lhe aumento de tença. Mais tarde, em 1515, surgiu uma oferta para membro da tripulação de um navio de Português, mas Magalhães rejeitou-a, o que enfureceu El-Rei.

Em Lisboa, Magalhães dedica-se a estudar toda a ciência saída da cadeira de Astronomia na Universidade de Coimbra, cujo mecenas havia sido o Infante Dom Henrique, e da escola náutica do Infante responsável pelo desenvolvimento da Caravela, dos portulanos, de roteiros e de instrumentos náuticos que facilitassem as descobertas por parte dos navegadores portugueses. Recorde-se que "O Navegador" investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia. Todo esse conhecimento, aproveitou Magalhães e nas mais recentes cartas procurou em parceria com o cosmógrafo Rui Faleiro, uma passagem para o pacífico pelo Atlântico Sul e a possibilidade de as Molucas – que D. Manuel I não o autorizava a atravessar - estarem na zona espanhola definida pelo Tratado de Tordesilhas.

Em 1517, Magalhães foi para Sevilha com Rui Faleiro, encontrando no feitor da "Casa de la Contratación" da cidade um adepto do projecto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, erradamente, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.

Ao fazer isso, Fernão de Magalhães cometia traição, pois El-Rei Dom João II estabelecera o Segredo de Estado: a salvaguarda dos segredos e da tecnologia marítima de que Portugal foi pioneiro, com vista à supremacia da sua política de expansão marítima, proibindo a divulgação dos planos de construção e a venda de caravelas portuguesas. Criou o conceito de material classificado, organizando e limitando o acesso a esses segredos, que eram agora da Coroa e do Estado. Assim, passou a haver níveis de informação com diferentes graus de acesso que estava limitado a pessoas autorizadas para o fazer consoante a sua grandeza na cadeia de comando, peso estratégico e posição no Estado. Desta forma mapas, cartas de marear, livros de astronomia, roteiros de viagem, instrumentos de navegação ficavam apenas ao alcance de quem tivesse autorização régia para os usar, pois eram ‘classified & top secret’. Dom João II, proibiu ainda pilotos, mestres e marinheiros de servir nações e entidades estrangeiras adversárias. Para quem violasse estas regras instituídas pela Coroa, severas penas estavam reservadas, pois constituiriam acto de traição – tal como nos nossos dias. Magalhães ignorando tudo isso, estabelece-se em Sevilha, casando, em Dezembro de 1517, com Beatriz Barbosa, sua parente, filha de Diogo Barbosa e de sua mulher Maria Caldeira, e teve dois filhos: Rodrigo, que faleceu muito novo, e Carlos, que faleceu ao nascer.

A Coroa espanhola cobiçava as riquezas que os portugueses obtinham no Oriente. Ciente da forma esférica da Terra, Fernão de Magalhães com a ciência portuguesa propôs-se a navegar através dos mares do sul dobrando a extremidade do subcontinente americano. Esperava desta forma encontrar as cobiçadas Ilhas das Especiarias e reclamá-las para o rei de Espanha, além de medir a situação geográfica das possessões portuguesas no Oriente para ter a certeza de que não pertenceriam a Espanha segundo o acordado em Tordesilhas.

Com a influência do bispo de Burgos consegue o beneplácito para o projecto por parte de Carlos V, principiando os demorados preparativos para a viagem. O cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro, com a ciência que aprendera em Portugal, participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem.

A 20 de Setembro de 1519, com uma esquadra de cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Álvaro de Mesquita, primo co-irmão de Magalhães, e Duarte Barbosa, primo da mulher, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes e Henrique de Malaca, Fernão de Magalhães parte de Sanlúcar de Barrameda, para a primeira viagem de circum-navegação ao globo.

Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, a que deu o nome. O Pinguim-de-magalhães recebeu o seu nome como homenagem, já que Magalhães foi o primeiro Europeu a ter visto um. Aí, também, encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome - as nebulosas de Magalhães.

Em Março de 1521, a expedição alcançara a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, alcançando a ilha de Cebu, em 7 de Abril. Aí encetaram trocas comerciais com os nativos. Contudo, no dia 27 de Abril, em 1521, o navegador português Fernão de Magalhães, como gesto de boa vontade resolve auxiliar um Chefe local, que convertera ao cristianismo, a subjugar uma tribo inimiga na ilha vizinha de Maktan. Todavia, ao confrontar a tribo numa praia apercebeu-se que esta era mais belicosa do que antecipara, forçando a retirada atabalhoada dos soldados de Magalhães. Na sortida é atingido por uma flecha envenenada e abandonado pelos soldados em fuga. Magalhães cai morto pelo nativo Lapu-Lapu.

A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de Março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.

Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram seu suprimento de especiarias. A Trinidade acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidade, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contactar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de San Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.

Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de Setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição poucos benefícios financeiros trouxe, não tendo a tripulação chegado a receber o pré.

Conclusão: uma expedição paga e ao serviço da Coroa espanhola, mas comandada pelo português Fernão de Magalhães, com ciência portuguesa – subtraída -, com tripulação de diversas nacionalidades – entre as quais, a portuguesa - descobriu a passagem entre o Oceano Pacífico e dá pela primeira vez a volta ao Mundo, demonstrando a esfericidade da Terra. A Terra era Redonda! – finalmente.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

PLATAFORMA DE CIDADANIA MONÁRQUICA



FERNÃO DE MAGALHÃES E A VIAGEM DE CIRCUM-NAVEGAÇÃO

Dizem-se duas grandes mentiras em relação a Fernão de Magalhães. A primeira é que ele se zangou com o rei de Portugal e por isso foi solicitar ao rei de Espanha – que então lhe deu essa possibilidade – de circum-navegar todo o globo terrestre. Isto é uma invenção dos historiadores do século passado. Fernão de Magalhães dava-se muito bem com o rei de Portugal. O que acontece é que só podia circum-navegar a metade do globo pertencente à Espanha com a autorização do respectivo rei.
A segunda mentira que se diz habitualmente é que não chegou a dar a volta ao globo porque morreu nas Filipinas. Na verdade foi lá morto pelos indígenas e só fez metade do caminho. O que se desconhece, normalmente, é que ele já tinha feito a outra volta numa viagem anterior, com o Abreu, ao serviço do rei português.
O Tratado de Tordesilhas dividia o mundo em duas partes. Primeiro, ao serviço do rei português, Fernão de Magalhães fez a travessia dos 180º pertencentes a Portugal. Depois, com o acordo do rei de Espanha, circum-navegou os 180º espanhóis quando foi morto. Se juntarmos as duas viagens, Fernão de Magalhães completou os 360º.
Havia uma certa disputa sobre se as Molucas – de onde vinham as especiarias – pertenciam a Portugal ou a Espanha. Para se saber ao certo, tiveram de realizar esta viagem que era do interesse de ambos os reis da Península Ibérica.
in O ENIGMA FERNÃO DE MAGALHÃES, Rainer Daehnhardt


FAZ HOJE 502 ANOS QUE FALECEU FERNÃO DE MAGALHÃES

No dia do 502º aniversário da morte do grande navegador Português Fernão de Magalhães (27 de abril de 1521), a Apeiron edições propõe, no seu espaço de divulgação, a obra de Rainer Daehnhardt "O Enigma Fernão de Magalhães".

Se há histórias mal contadas nos nossos Descobrimentos esta é uma delas. Para a História, o seu nome ficou anatematizado de traidor. Mas terá sido assim?

Não deixe de ler esta obra para descobrir o enigma deste grande navegador português que, por amor a Portugal, serviu Espanha.







27 de Abril de 1521: Fernão de Magalhães morre em combate, nas Ilhas de S. Lázaro, Filipinas.
Fernão de Magalhães, * Sabrosa, Vila Real (?) ou Porto, Vila Nova de Gaia (?) c. 1478 - † Filipinas, Ilha de Mactan 27.04.1521, era filho de Rodrigo de Magalhães, Alcaide-Mór de Aveiro e de D. Alda da Mesquita; Neto paterno de Gil Afonso de Magalhães e de D. Violante de Sousa e neto materno de Martim Gonçalves Pimentel e de D. Inês Esteves da Mesquita. Fernão de Magalhães era descendente, por via paterna, de Dom Afonso Henriques e de D. Gonçalo Rodrigues de Sousa, senhor e Alcaide-Mór de Monsaraz (filho de D. Rodrigo Afonso de Sousa, Senhor de Arraiolos e Pavia e bisneto de Dom Afonso III). Por via materna era bisneto do 1º Conde de Benavente, Don Juan Afonso Pimentel.
Fernão de Magalhães notabilizou-se por ter organizado a primeira Viagem de Circum-Navegação à volta da Terra entre 1519 e 1522, ao serviço do Rei de Espanha.
Navegador português, ao serviço de Castela na época dos Descobrimentos, nasceu, provavelmente, em Trás-os-Montes, segundo muitos autores em Sabrosa, município do distrito de Vila Real ou em Vila Nova de Gaia - Porto. Morreu bem longe dali, a mais de 15 000 quilómetros, na ilha de Mactan, no arquipélago das Filipinas, a 27 de Abril de 1521. Sem honra nem glória, durante muito tempo com a sua memória esquecida. O seu diário de bordo e as suas anotações desapareceram depois da sua infeliz ingerência nas guerras tribais na ilha de Mactan, incidente que lhe tirou a vida, às mãos do régulo nativo Lapu-Lapu. Acabava assim um périplo que cobrira já dois longos oceanos e um sem número de infortúnios, problemas, mortes e revoltas entre os seus subordinados.
Chegar às Filipinas foi complicado, quase dois anos depois de ter zarpado de Sanlúcar de Barrameda (Espanha), a 20 de Setembro de 1519. Capitaneava uma armada de cinco navios (Trinidad, San Antonio, Concepción, Victoria e Santiago), à frente de 234 homens. Uma armada que se resumiria, no fim da viagem de circum-navegação completa ao mundo, a uma embarcação (Victoria), outro comandante, Sebastião Del Cano, e a apenas dezoito homens (incluindo Del Cano). Mas esquecidos de Magalhães, com excepção de um italiano que seguiu na armada de 1519, António Pigafetta, que nos deixou relatórios impressionantes mas autênticos das jornadas intercontinentais do navegador português e dos seus últimos dias.
Tudo começou em 1517, quando aquele nobre português, depois de uma carreira de subalternidade, sem brilho nem grandes feitos pessoais, ao serviço de Dom Manuel I, na Ásia como na África, ofereceu as suas armas e préstimos ao rei de Espanha, Carlos V. Apesar de no anonimato de um subordinado, Magalhães ganhou vasta experiência militar e náutica nas suas andanças pelo Oriente. Em 1505, depois de ter sido educado na corte portuguesa, partiu para a Índia na poderosa armada de D. Francisco de Almeida, 1.º vice-rei da Índia (1505-1509), a qual tinha como missão afastar as frotas turcas dos mares da região – o que se conseguiu, até 1538.
Depois da partida do vice-rei, em 1509, sempre animado pelo forte desejo de conhecer as terras a Oriente (percorreu vastos territórios do subcontinente indiano e da África oriental) e principalmente as terras das Especiarias (Molucas, Sunda, Celebes), acompanhou D. Diogo Lopes Sequeira na malograda expedição (naufrágio) a Malaca, ainda naquele ano de 1509. Permaneceu no Oriente até 1513, tendo-se tornado amigo do feitor das Molucas, Francisco Serrão, junto do qual apurou os seus conhecimentos acerca dessas ilhas, das suas famosas especiarias e das rotas adjacentes. Na sua estada no Extremo Oriente, participou ainda na tomada de Malaca por D. Afonso de Albuquerque, em 1511, um ano depois de ter sido promovido a capitão. Em 1513 regressou a Portugal, tendo sido destacado para Marrocos, onde participou em várias expedições, numa das quais, a Azamor, em 1514, foi ferido num joelho, regressando a Lisboa. Atrás de si vinha uma fama menos consentânea com a sua posição, acusado de ganância e poucos escrúpulos. Não se sabe se por tal motivo ou se por outro que desconhecemos, o certo é que Dom Manuel I lhe recusou um aumento de 100 reais na tença anual que lhe pagava.
Com uma imagem não muito boa junto do monarca português, afigurava-se difícil a sua anuência para outro projecto que há muito acalentava: o de atingir as Molucas por Ocidente, solução que considerava mais rentável e segura que a rota do oriente via Índia-Malaca, repleta de muçulmanos e piratas hostis aos Portugueses e seus interesses. Depois de várias recusas de Dom Manuel I (também de uma nau para a Índia), Magalhães dirigiu-se a Sevilha para "vender" o seu projecto ao rei de Espanha, Carlos V. Foi acompanhado de Rui Faleiro, português. A Carlos V propôs Magalhães não apenas atingir as Molucas por Ocidente mas acima de tudo provar que aquelas ilhas não estavam dentro da área de jurisdição portuguesa defendida no Tratado de Tordesilhas (1494) mas sim em mares "espanhóis". Além disso, a viagem decorreria sempre em águas espanholas. Apesar de algumas reticências, Carlos V aceitou o projecto, confiando a Magalhães uma frota de cinco navios, 234 homens e 480 toneladas em navegação. Com muitas peripécias e uma ruptura de relações com Faleiro, a armada de Magalhães saiu de Sanlúcar de Barrameda a 20 Setembro de 1519, depois de lhe nascer o primeiro filho e de sua mulher esperar outro, que o altivo navegador nunca conheceu.
A viagem de circum-navegação começou bem, atingiu rapidamente a América do Sul depois de escala nas Canárias. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da actual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a nau "Santiago" foi perdida numa viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Noutra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na nau "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes.
Em Novembro de 1520 a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (28 de Novembro de 1520), e baptizando o oceano em que entravam como«Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. Foi também no Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em Março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas actuais ilhas Filipinas em 7 de Abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de Março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.
Cronologia da primeira Viagem de Circum-Navegação à volta da Terra:
- 20.09.1519
O explorador português Fernão de Magalhães, ao serviço de Espanha, começou a primeira viagem à volta do mundo.
- 20.10.1520
Fernão de Magalhães descobre o Cabo das Virgens.
- 21.10.1520
A expedição de Fernão de Magalhães descobre o estreito que inicialmente foi chamado de Todos os Santos e mais tarde de Magalhães, no sul da Patagónia. Como o Estreito era muito tortuoso, estreito e perigoso, a tripulação amotinou-se e voltou para Espanha.
- 20.11.1520
A expedição marítima de Fernão de Magalhães atravessa, no extremo sul do Chile, o estreito que levará o seu nome.
- 28.11.1520
A frota de Fernão de Magalhães chega ao Oceano Pacífico
- 06.03.1521
Fernão de Magalhães descobre as Ilhas Marianas.
- 16.03.1521
Fernão de Magalhães chega às Filipinas.
27.04.1521
Fernão de Magalhães morre em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada, sendo morto pelo nativo "Lapu-lapu".
- 06.09.1522
O navegador Juan Sebastián Elcano e outros dezasseis espanhóis, únicos sobreviventes da expedição de Fernão de Magalhães, completam a primeira volta ao mundo da história. O grupo deu a volta no globo no sentido contrário ao movimento de rotação.



(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Estórias da História, Miguel Ângelo Bôto -Heráldica, GeneAll, Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro

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