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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 24 de abril de 2023

VÍMARA PERES

Vímara Peres (séc. IX d.C.), fidalgo galaico-asturiano, pertencia a uma das famílias condais portucalenses. Naquele tempo, dava-se o título de condes àqueles que se destacavam pela sua influência política e guerreira entre a fidalguia. Sucedeu-lhe outro conde, Lucídio Vimaranes (870-922?), reconhecido como seu filho. Daqui se depreende que havia já na altura movimentações sociais e políticas em torno destas terras, no intuito de alcançar uma maior autonomia.

A sua projecção era tal, que já na primeira metade do século X o nome de Portugal (Portucale, Terra Portucalense) abarcava as regiões que vão do Lima ao Vouga.

Depois da queda do império visigótico, a região de Portucale ficou deserta durante mais de um século, tendo-a Vímara Peres repovoado como centro da sua acção. Este aspecto é importante para o futuro ressurgimento da cidade de Portucale e de uma região que, ano após ano, começou a dar os seus primeiros passos em direcção a uma posição política de relevo no futuro. Nesse sentido, Vímara Peres foi uma personagem histórica pioneira para o que viria a ser o papel futuro desta região. Pode-se dizer que Vímara Peres foi o primeiro caudilho da autonomia das terras de Portucale.

in "HERÓIS E HEROÍNAS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL", Eduardo Amarante




Vímara Peres
Filho de um Pedro Theon de Pravia, aristocrata galego-asturiano, Vímara Peres nasceu na Corunha, hoje e então cidade galega. Pelo seu pai, membro do Conselho do Rei Afonso III das Astúrias, Vímara era, talvez, neto do rei Bermudo; em 858, recebera Pedro da Coroa asturiana a missão de parar, derrotar e expulsar uma invasão varegue – viquingue – da Galiza. Esta era, pois, família central da monarquia asturiana, com provas dadas no gabinete e no campo de batalha.
Às ordens de Afonso III das Astúrias, foi Vímara Peres quem tomou em mãos a tarefa de expulsar os mouros do vale do Douro. A região, onde se estabelecera a fronteira entre o reino cristão das Astúrias e as áreas sob domínio muçulmano, a sul, encontrava-se desertificada após muitos anos de avanços e recuos por ambas as partes em contenda. Tal era o estado da região que se lhe dá, hoje, o nome revelador de “Deserto do Douro”. Vímara quebrou o impasse, devolvendo estabilidade à região e iniciando a sua repovoação. Para o efeito, libertou da presença islâmica toda a área costeira compreendida entre o Minho e o Douro. Libertou o Porto de Gale, que mais tarde viria a conhecer-se como as cidades do Porto e de Gaia e cujo nome seria, depois, o de Portugal; para marcar a dominação cristã, guarnecê-la e protegê-la de nova investida muçulmana, Vímara fundou a cidade de Guimarães (Vimaranes), a que deu o seu nome. Guimarães foi herdada por Lucídio Vimaranes, filho de Vímara, e foi sede de uma das mais notáveis casas condais – a de Vimaranes, justamente – da península.
O condado fundado por Vímara Peres foi a primeira politeia portuguesa. Sediado em Guimarães, este Condado de Portugal fez-se verdadeiro centro de poder nas monarquias asturiana e, depois, galego-leonesa. Acabaria só duzentos anos sobre a sua fundação, em 1071, pela mão de Garcia II da Galiza. Exigindo de Garcia as liberdades que a força de Portugal parecia justificar, o Conde Nuno Mendes levantou-se contra aquele. Dando-lhe batalha em Pedroso, em Janeiro de 1071, foi derrotado pelo rei e morto. Triunfante, Garcia II coroou-se Rei de Portugal – de facto, foi o primeiro homem a fazê-lo. O Condado só seria reestabelecido 20 anos mais tarde quando Afonso VI de Leão fez Raimundo de Borgonha Conde da Galiza, de Portugal e de Coimbra. Os Condados de Portugal e Coimbra seriam, depois, dados pelo mesmo Afonso VI a Henrique de Borgonha, primo de Raimundo e pai de Afonso Henriques. Vímara Peres precedeu-os a todos e colocou, duzentos anos antes de Afonso Henriques, a primeira pedra na casa que viria a ser Portugal.
Texto “Blog do Minho”

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