‘Quis fazer muito para o meu querido País. Como apoio só encontrei o terreno a fugir-me debaixo dos pés. Amava com Verdadeiro Amor a minha terra. O meu lindo torrão de terra: queria fazê-la feliz, educá-la, civilizá-la, discipliná-la. (…) Fui Vencido por aqueles que queriam o contrário, e pode calcular quanto sofro ao ver a minha Pátria numa tão triste agonia.
O País está atacado de dois males. Interno e externo. Se o interno não se cura, o externo destrói o interno e o País - morre! Esta é a triste verdade. Esperanças tenho em Deus que o velho Portugal há de compreender o monumental erro cometido e a Monarquia há de voltar com gente nova, para então se desenvolver a produção. (…) Sabe que era a base da minha vida - o DEVER. Ninguém queria semelhante base. Ninguém dos que então podiam fazer alguma coisa amava o dever e o trabalho. O lema da minha vida – Depois de Vós, Nós - que adoptei no Porto o era; eu amo os que trabalham. Sempre quis proteger e auxiliar as classes trabalhadoras. Que lutas tive! Quis fazer casas baratas, quis fazer inquéritos ao operariado, quis fazer crédito agrícola; etc. Que luta meu Deus! Quando tinha metade feito, caía o ministério e tudo se sumia: era preciso recomeçar.’
Sua Majestade Fidelíssima El-Rei D. Manuel II de Portugal | Carta dirigida a José Lobo de Vasconcelos (Ajudante de Campo dos Reis D. Carlos e D. Manuel II), Surrey, Circa Março de 1911
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