♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

♔ | 28 DE AGOSTO DE1481 - M0RREU D, AFONSO V, "O AFRICANO"

 

Sua Alteza, o Príncipe Herdeiro de Portugal, Dom Afonso V nasceu em Sintra, a 15 de Janeiro de 1432. D. Afonso V, apelidado de o Africano por suas conquistas em África, e que foi o 12.º Rei de Portugal e Algarves de 1438 até sua morte em 1481, era o filho mais velho do Rei Duarte I e sua esposa D. Leonor, Princesa de Aragão. era filho d’El-Rei Dom Duarte e de Dona Leonor de Aragão, e nasceu a 15 de Janeiro de 1432 em Sintra, onde também faleceu em 1481.

Com a morte do pai, D. Afonso V torna-se Sua Alteza Real, O Rei de Portugal a 9 de Setembro de 1438. No seu Reinado assinalam-se as campanhas no Norte de África, das quais resultará o epíteto do monarca, ao estilo do que acontecia na Antiga Roma.

Mas foi no início do seu Reinado que se verificou o importante episódio da História de Portugal conhecido como a Batalha de Alfarrobeira (1449). Quando seu pai morreu, D. Afonso V tinha apenas 6 anos. Por testamento, ficou na regência a rainha-mãe Dona Leonor, mas, como era estrangeira, isso despertou o descontentamento da Nobreza e do Povo, que preferia para Regente o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra e irmão do de cujus Rei D. Duarte I. O antagonismo entre as duas facções ocasiona um período de intranquilidade política. Assim, D. Leonor permanece regente até às Cortes de 1439, quando o infante D. Pedro é eleito regente e D. Leonor é obrigada a exilar-se para Castela. Ao mesmo tempo, a educação de D. Afonso fica a cargo de seu tio, que era homem de excepcional educação e grande cultura. D. Pedro, infante de Portugal, 1.º Duque de Coimbra foi um infante da dinastia de Avis conhecido como o "Príncipe das Sete Partidas [do Mundo]" pelas numerosas viagens que fez ao estrangeiro, tendo mesmo sido investido cavaleiro da Ordem da Jarreteira. Era, também, homem de grande coragem - 'mens sana in corpore sano' - e, há quem defenda que foi, o 1.º Duque de Coimbra, o cérebro a engendrar a expansão marítima portuguesa. D. Afonso V teve, dessa forma, uma esmerada educação humanística, proporcionada pelo Regente e pelos Mestres Mateus de Pisão, Estêvão de Nápoles e Frei Gil. Quando, em 1446, atinge a maioridade, realizam-se as Cortes de Lisboa e Dom Afonso assume o governo do Reino, ainda que auxiliado pelo tio D. Pedro. Mas as intrigas de alguns nobres e elementos do clero vão turvar as relações entre D. Afonso e o tio, pelo que o rei dispensa os serviços deste em 1448. Mais tarde, em 1449, marcha contra o tio, enfrentando-o na Batalha de Alfarrobeira, que o próprio Infante D. Henrique tentou evitar e onde D. Pedro é morto juntamente com o algum do escol da nobreza portuguesa - descontente com o centralismo régio - como Dom Álvaro Vaz de Almada (1392-1449) que foi um dos mais insignes cavaleiros da Europa do seu tempo. Alferes Mor de Portugal, Capitão Mor do Mar, Alcaide Mor de Lisboa, Dom Álvaro Vaz de Almada combateu na guerra dos 100 anos ao lado do Rei Henrique V de Inglaterra na Batalha de Azincourt (1415), onde se ilustrou pelas armas e praticou inúmeros actos de heroísmo, tendo-lhe sido atribuído, pelo monarca inglês, o título de Conde de Avranches e agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem da Jarreteira - o único português não pertencente à Família Real a merecer essa honra - figurando as suas armas no tecto do exclusivo St. George Hall, no Castelo de Windsor, e que foi ainda um dos chamados Doze de Inglaterra.

Grande valido e amigo do Infante Regente Dom Pedro, Dom Álvaro Vaz de Almada morreu com o Duque de Coimbra na Batalha de Alfarrobeira. Ao saber da morte do seu Senhor e Amigo, o Conde de Avranches lançou-se contra os inimigos gritando "Ó corpo, sinto que nao podes mais e tu, minha alma, ja tardas!". Derrubado e ferido por muitos adversários, invectivou-os:

"Ora fartar rapazes, ora fartar vilanagem!".
"Antes morrer grande e honrado, que vyver pequeno e deshonrado.”

Sobre o Infante D. Pedro, escreveu a grande poetisa portuguesa D. Sophia de Mello Breyner Andresen:

'Nunca choraremos bastante
nem com pranto Assaz amargo e forte
Aquele que fundou glória e grandeza
E recebeu em paga insulto e morte.'

El-Rei D. Afonso V retoma, então, a campanha de África, parada desde o Cerco de Tânger (o Desastre de Tânger de 1437 refere-se à tentativa de uma força militar portuguesa de capturar a cidade marroquina de Tânger, com a sua subsequente derrota pelos exércitos do sultanato merínida de Marrocos. Esta força expedicionária, liderada pelos Infantes D. Henrique e D. Fernando saldou-se na derrota dos portugueses ao fim de 37 dias de fortes pelejas, pois infante o D. Henrique rendeu-se e D. Fernando, seu irmão, ficou em perpétuo cativeiro, isto é, até morrer), e, em 1458, toma Alcácer Ceguer, acabando finalmente por conquistar Tânger e Arzila, após vários fracassos, em 1471, e Larache. O seu título passa a ser "Rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África”.

Ainda durante o seu reinado:

. Em 1446 são publicadas as Ordenações Afonsinas, a primeira compilação das leis do Reino e cujo trabalho começara já no reinado de D. Duarte

. Os Descobrimentos continuaram, primeiro ainda sob a acção do infante D. Henrique, até 1460, ano do seu falecimento. Assim, em 1439, o infante D. Henrique mandou povoar as ilhas dos Açores; Nuno Tristão atinge, em 1441, o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e, em 1444, a foz do Rio Senegal; em 1456, são descobertas as ilhas do arquipélago de Cabo Verde e, em 1460, ano da morte do infante D. Henrique, atinge-se a Serra Leoa e as terras da Guiné; em 1471, descobre-se S. Tomé, Príncipe, Ano Bom; em 1472, Álvaro Esteves passa o Equador; e, em 1474, João Vaz Côrte-Real chega à Terra Nova.

. Em 1479, celebra o Tratado de Alcáçovas, em que renuncia a quaisquer direitos à coroa de Castela.

El-Rei Dom Afonso V morreu neste dia de 1481 e jaz sepultado no Mosteiro da Batalha.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica 




EL REI DOM AFONSO V “O AFRICANO”

Décimo segundo rei de Portugal, nasceu em Sintra no dia 15 de Janeiro de 1432. Morreu na mesma localidade em 28 de Agosto de 1481. Foi cognominado “o Africano” em virtude das conquistas feitas no Norte de África. Filho de D. Duarte I, sucedeu-lhe em 1438, com apenas seis anos de idade. Por indicação do pai, deixada em testamento, a regência foi entregue a sua mãe, D. Leonor de Aragão, mas passaria em 1429 para o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra.

O País prosperou sob a sua alçada, mas o ambiente político não era o mais saudável, uma vez que D. Pedro interferia com as ambições dos nobres que constituíam, por assim dizer, pequenos reinos dentro do próprio Reino. D. Afonso, Conde de Barcelos e inimigo pessoal de D. Pedro, tornou-se o tio favorito de D. Afonso V, começando a conspirar pelo poder. Em 1442, foi nomeado primeiro Duque de Bragança. Com este título e as terras adjacentes, D. Afonso tornou-se no homem mais poderoso de Portugal e num dos mais ricos da Europa.

Em 1448, já tendo atingido a maioridade, D. Afonso V assumiu o governo, anulando os editais aprovados durante a regência. Com o apoio do tio D. Afonso, declarou D. Pedro inimigo do reino, derrotando-o na Batalha de Alfarrobeira. Concentrou-se então na expansão pelo Norte de África, onde conquistou Alcácer Ceguer (1458), Anafe (1464), Arzila (1471), Tânger e Larache. Concedeu o monopólio do comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de este explorar a costa, à média de 100 léguas por ano, o que o levaria – em 1471 – a São Jorge da Mina, onde descobriu um florescente comércio de ouro cujos lucros vieram ajudar o rei nas suas conquistas.

Com as campanhas africanas terminadas, D. Afonso V enfrentou novas batalhas, desta vez políticas, na Península Ibérica e na vizinha Castela. Em 1475, na sequência de uma crise dinástica, D. Afonso V casou com a sobrinha D. Joana de Trastâmara, assumindo pretensões ao trono de Castela, que invadiu. Depois de ser derrotado na Batalha de Toro, desistiu para sempre das suas pretensões. O Tratado, então assinado, continha cláusulas respeitantes à política de projecção externa de ambos os países, num momento em que os dois reinos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana. Portugal obteve o reconhecimento do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o arquipélago dos Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias, renunciando a navegar ao Sul do cabo Bojador. Regulamentava também as áreas de influência e de expansão de ambas as coroas pelo Reino Oatácida de Fez, no Norte de África.

Desiludido e com sintomas de depressão, D. Afonso V retirou-se para o Convento de Varatojo em Torres Vedras e abdicou a favor do filho D. João, futuro D. João II de Portugal. Morreu em 1481, quando regressava a Sintra. Está sepultado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. 


Sem comentários:

Enviar um comentário