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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O INÍCIO DA "GLOBALIZAÇÃO"... 21 DE AGOSTO DE 1415: A CONQUISTA DE CEUTA

Fruto de uma intenção expansionista que se vinha manifestando já desde Dom João I, conheceram-se planos para atingir esse objectivo. Um deles era a conquista de Granada, ideia discutida desde 1411, com um claro propósito de ganhar terreno aos infiéis com a perpetuação e continuação da "Reconquista". O outro plano era o ataque às praças fortes de Marrocos. A proposta da conquista de Ceuta acabou por prevalecer, dada a sua importância económica.
Assim, após uma minuciosa preparação da viagem que começara em 1412, e para se dar cumprimento à vontade, partiu de Lisboa, a 25 de Julho de 1415, uma frota composta de 212 navios (59 galés, 33 naus e 120 embarcações pequenas) rumo a Ceuta. Um contingente militar que rondava os 20 mil homens conquistou a praça no final do dia 21 de Agosto de 1415.
Depois da conquista regressaram a Portugal com inúmeros despojos, deixando a D. Pedro de Meneses o pesado encargo do governo e manutenção da cidade, juntamente com 2700 homens. Após a conquista, a mesquita maior de Ceuta foi transformada em igreja cristã, numa política usual de substituição de símbolos de poder efectuada pelos vencedores. Constituía também a confirmação e o sucesso da cruzada contra os infiéis proposta por Dom João I e muito bem acolhida pelo Papa.
Entre as motivações que presidiram ao objectivo de conquistar Ceuta toma especial relevância a económica. Relativamente à moeda, durante os séculos XIV e XV, verificou-se um fenómeno de desvalorização acentuada sem paralelo, quer em toda a história económica do País, quer em comparação com o estrangeiro. Este problema, que começara já no reinado de Dom João I, época de grandes desvalorizações da moeda, devia-se à falta de metal e à crise que o comércio português atravessava.
Várias medidas de resolução da crise foram implementadas, embora sem grande resultado, e a expedição a Ceuta afigurava-se uma boa estratégia pela perspectiva de ali poderem adquirir ouro e prata. Como veremos, esta tentativa resultou num fracasso, pois exauriu ainda mais os cofres do Estado. Os gastos da conquista foram enormes e tornava-se necessário manter a praça, vítima de ataques constantes. Em 1419 forças marroquinas e granadinas puseram cerco a Ceuta. A Coroa enviou reforços que partiram de Portugal em auxílio dos seus compatriotas e os muçulmanos acabaram por se render.
A manutenção da praça de Ceuta implicava abastecimentos regulares de provisões, nomeadamente de trigo. A fraca produção, associada a uma população em crescimento, sobretudo nas cidades, provocou uma acentuação das necessidades alimentares e, consequentemente, um maior volume de exportações já que se recorria ao estrangeiro, em grande parte à Inglaterra, para colmatar as falhas neste campo. Para além deste encargo, foi também necessário proceder ao pagamento da dívida quer a nacionais quer a estrangeiros, devido aos empréstimos pedidos para financiamento da expedição. Na sequência de tratados de aliança efectuados no reinado de Dom João I e de Dom Duarte, Portugal pôde recorrer ao auxílio aragonês para a tomada de Ceuta, retribuindo aos espanhóis garantias de privilégios.
As dificuldades com que a Coroa se deparou para manter a praça reflectiram-se nas opiniões divergentes acerca da continuidade da política expansionista de fixação em praças no Norte de África. Estava-se num impasse: ou se interrompia a conquista, o que implicava a perda de Ceuta, pois como praça isolada não se conseguiria defender, ou prosseguia-se com a conquista de mais praças, para que se pudesse constituir um verdadeiro empório comercial capaz de fazer frente aos ataques corsos. Seguindo esta última via, deparariam novamente com as mesmas dificuldades sentidas com a manutenção da praça de Ceuta. As hesitações marcaram a tomada de decisão e por isso houve necessidade de pedir opinião e pareceres às pessoas de maior influência. Todas elas eram unânimes em concordar que o país era pobre e despovoado, o que dificultaria o prosseguimento da campanha.
Teria de se esperar pelo governo de Dom Duarte para se levar por diante o movimento expansionista. Em 1433, a decisão era continuar a guerra em África apesar da divergência de opinião manifestada pelos infantes D. Pedro e Dom João contra Dom Henrique, Dom Fernando e o conde de Arraiolos, que estavam em maioria. Dom Duarte concedeu a aprovação para uma nova fase de conquista, cujo primeiro objectivo era a praça de Tânger, que redundou num fracasso. Dom Henrique rendeu-se (Outubro de 1437), o infante Dom Fernando foi aprisionado como refém e comprometeu-se a entregar Ceuta em troca da liberdade do irmão. Na reunião de Cortes, convocadas para se resolver o problema, os infantes Dom Pedro e Dom João, juntamente com os procuradores dos concelhos, eram a favor da entrega imediata de Ceuta aos marroquinos, opinião que não era partilhada pelos nobres e pelo conde de Arraiolos. As Cortes acabaram por ser dissolvidas e a questão ficou em aberto.
O benefício para Portugal da conquista de Ceuta advinha da possibilidade de consolidar uma posição de destaque perante os outros países da Europa. O rei surgia à frente da cruzada que era necessário empreender contra o Islão, e por isso interessava ao Papa e aos outros monarcas protegê-lo. Isso mesmo se reflectiu nas concessões papais. A conquista de Ceuta por outro lado constituía igualmente o trampolim para as viagens e povoamento da Madeira (1419) e dos Açores (1427), com incursões também nas Canárias.

(Ainda hoje Ceuta, apesar de ser uma praça espanhola, ostenta a bandeira com as Armas Reais portuguesas).

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Estórias da História, e Infopédia, Dicionário de História de Portugal, Wikipédia, Canal História e YouTube)

 

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 



A CONQUISTA DE CEUTA

Um exército de cerca de 19 000 a 20 000 cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos largou de Lisboa a 25 de Julho, embarcado em cerca de 240 ou 110 navios de transporte e vasos de guerra. Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluindo os príncipes Duarte, o herdeiro, Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu. Após uma escala em Lagos, fundearam diante de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efectuado o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas. A mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efectuada.

José De Almeida Basto


♔ | Conquista de Ceuta - 21/22 de Agosto de 1415

A 21 de Agosto de 1415 o exército Português sob o comando d’El-Rei D. João I de Portugal, desembarca em Ceuta, conquistando a cidade norte-africana.

Uma armada constituída por 212 navios de transporte e vasos de guerra (59 galés, 33 naus e 120 embarcações pequenas) transportou um exército estimado entre 19.000 a 20.000 cavaleiros e infanções portugueses, ingleses, galegos, etc.. Na força expedicionária que partira de Lisboa, em 25 de Julho de 1415, estavam El-Rei Dom João I, os príncipes D. Duarte (o herdeiro), D. Pedro, Duque de Coimbra e o Infante Dom Henrique, Duque de Viseu, o Condestável do Reino Dom Nuno Álvares Pereira e todo o livro azul da Nobreza portuguesa do século XV.

Depois de uma escala em Lagos, a 21 de Agosto ancoraram frente Ceuta, desembarcando sem encontrar resistência por parte dos mouros.

A guarnição sarracena de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas impediram-no lesta e rapidamente, e ainda que as tropas portuguesas estivessem preparadas para uma operação de cerco convencional, a conquista da cidade de Ceuta foi dada por terminada ao fim de apenas algumas horas de intensos combates, bairro a bairro, rua a rua, com os portugueses a invadir com vigor a praça-forte, irrompendo através de uma porta que os defensores não conseguiram fechar prontamente.

Finda uma noite de intensa peleja, pela manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava abduzida pelas tropas portuguesas, e coube a D. João Vasques de Almada hastear a bandeira de Ceuta, com os gomos brancos e pretos como na bandeira de Lisboa, e com o então brasão de armas do Reino de Portugal ao centro, e que perdura até aos dias de hoje.

Após a tomada da mais bela e mais florescente cidade da Mauritânia, no norte de África, El-Rei Dom João I procede ao ritual de armar cavaleiros os filhos D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, que se haviam ilustrado pelas armas no campo de batalha.

Após a Santa Missa, os três Infantes, usando reluzentes armaduras, foram armados cavaleiros pelo Rei seu Pai, com a espada abençoada pela Rainha Dona Filipa de Lencastre, mulher de D. João I e mãe de tão ínclita Geração. A Rainha D. Filipa de Lencastre deu importante incentivo à expedição a Ceuta, mas foi tocada pela peste, morrendo poucos dias antes da partida da expedição a Ceuta.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

Imagem: Pintura “El-Rei D. João I, armando cavaleiros os seus filhos mais velhos”, óleo sobre tela da Autoria de Veloso Salgado, Circa 1ª década de 1900, Museu Militar de Lisboa 

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