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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

EM 21 DE AGOSTO DE 1643, NASCIA DOM AFONSO VI, "O VITORIOSO"

Dom Afonso VI, "O Vitorioso", Rei de Portugal, *Lisboa, Lisboa, 21.08.1643 - †Lisboa, Sintra, 12.09.1683, era filho de Dom João IV, Rei de Portugal e de Dona Luísa de Gusmão, Rainha de Portugal (*1613 - †1666); Neto paterno de D. Teodósio II, 7º Duque de Bragança (*1568 - †1630) e de D. Ana de Velasco y Giron (*1585 - †1607) e neto materno de Juan Manuel Pérez de Guzmán, 8º Duque de Medina Sidonia (*1579 - †1636) e de Juana Lorenza Gómez de Sandoval y la Cerda (*1579).
Dom Afonso VI, apelidado de "o Vitorioso", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1656 até sua morte em 1683 e o segundo monarca português da Casa de Bragança. Era filho do rei João IV e a sua esposa Luísa de Gusmão, com sua mãe servindo como sua regente desde sua ascensão até 1662 quando foi removida por Afonso e seu favorito Luís de Vasconcelos e Sousa, 3.º Conde de Castelo Melhor.
O seu reinado viu o final da Guerra da Restauração e o reconhecimento da Espanha da independência de Portugal.
Dom Afonso VI também negociou alianças com a França através de seu casamento com Dona Maria Francisca de Sabóia. Entretanto, como ele era fisicamente e mentalmente fraco, fazendo com que seu irmão mais novo Dom Pedro, Duque de Beja, conspirasse em 1668 para declará-lo incapaz.
Dom Pedro tornou-se regente do reino, anulou o casamento de Dom Afonso VI e casou-se com Dona Maria Francisca.
Dom Afonso VI passou o resto de seu reinado praticamente, como um prisioneiro.
Casamento:
Em 1652 falhou o casamento com a filha do príncipe de Parma, o mesmo sucedendo pouco depois com Mademoiselle de Montpensier, e tampouco resultou o plano de o casar com a filha do duque de Orléans, origem de uma missão de Francisco Manuel de Melo. Afinal o marquês de Sande, D. Francisco de Melo e Torres, assinou em Paris a 24 de Fevereiro de 1666 o contrato matrimonial com Maria Francisca Isabel de Sabóia, Mademoiselle d'Aumale. O casamento se celebrou por procuração em La Rochelle em 27 de Junho e a nova Rainha chegou a Lisboa a 2 de Agosto. Maria Francisca alimentou esperanças de gravidez, em que pese a corrente favorável ao infante Pedro (o duque de Cadaval, o embaixador francês e outros) dizer depois que o casamento não se consumara.
Pelos autos sabe-se que de facto, apenas dois dias após ter conhecido o noivo, a rainha já havia desabafado ao seu confessor, o jesuíta Francisco de Vila: "Meu padre, parece-me que não terá Portugal sucessores deste Rei." Nos meses que se seguiram, ainda em confissão, continuou a queixar-se ao religioso que o Rei era "inábil e impotente", a rainha acabou por recolher-se ao Convento de Nossa Senhora da Esperança em Lisboa, e a entrar, no dia seguinte, com um pedido de anulação do matrimónio no Cabido de Lisboa, designando como seu procurador no processo, o duque de Cadaval. Deixou ao Rei uma carta onde se justificava: "Apartei-me da companhia de Sua Majestade, que Deus guarde, por não haver tido efeito o matrimónio em que nos concertámos (...)". Desse modo, de 9 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 1668, nas tardes de segundas, quartas e sábados, 55 testemunhas foram chamadas ao paço do Arcebispo de Lisboa para depor, em audiências públicas, sobre a incapacidade sexual do monarca.
O processo foi julgado por três autoridades eclesiásticas e um júri com quatro desembargadores e quatro cónegos. Entre as primeiras testemunhas, encontravam-se 14 mulheres com quem o rei havia tentado envolver-se. Não compareceram quaisquer testemunhas a favor do rei.
De acordo com o historiador português Joaquim Veríssimo Serrão "o processo constitui uma página lamentável de nossa história", mas mesmo que a tese da não consumação possa suscitar reservas, o processo contém matéria abundante para provar a incapacidade do monarca em assegurar a sucessão do Reino.
Não resiste à menor crítica, segundo o mesmo historiador, a versão posta a correr de os dois cunhados terem amores incestuosos. Antes da anulação ser declarada, já as cortes de 1668 tinham sentido o grave problema e sugerido ao infante o casamento com a Rainha, "para quietação do Reino e segurança de sua real sucessão". Efectuaram-se diligências em Roma para a necessária dispensa, no impedimento publicae honestatis que pudesse haver entre os nubentes, tendo a bula de autorização chegado a Lisboa a 27 de Março. Seguidamente foi deposto por decisão do Conselho de Estado.
Cronologia (Geneall):
15.11.1656 Juramento e aclamação de Dom Afonso VI, com apenas 13 anos. Dona Luisa de Gusmão assume a Regência.
23.06.1661 Em Londres é assinado um Tratado de paz e aliança entre Dom Afonso VI e Carlos II de Inglaterra e de casamento deste último com a Infanta D. Catarina de Bragança.
18.01.1663 Instruções para D. Francisco Manuel de Melo, na qualidade de Enviado Especial a Paris, a fim de tratar do casamento de Dom Afonso VI com Mademoiselle d' Orleans.
20.01.1664 Em Paris é ajustado entre o marquês de Sande e o marechal de Turenne, o tratado para o casamento de Dom Afonso VI com a princesa Ana Isabel de Lorena.
09.10.1665 Dom Afonso VI escreve ao marquês de Sande ordenando-lhe que cuidasse da remoção do cônsul inglês, Thomas Maynard, que se tornara insuportável pela aspereza das suas maneiras.
24.02.1666 Em Paris é assinado o tratado de casamento entre Dom Afonso VI e mademoiselle de Nemours.
27.06.1666 Casamento de Dom Afonso VI com a princesa Maria Francisca Isabel de Sabóia-Nemours.
31.03.1667 Tratado de liga ofensiva e defensiva, por 10 anos, entre Dom Afonso VI e Luís XIV de França, contra Carlos II de Espanha.
13.02.1668 Em Lisboa é assinado o tratado de paz entre Dom Afonso VI e Carlos II de Espanha, por mediação de Carlos II de Inglaterra e no qual se reconhece a legitimidade do monarca português, cedendo Portugal à Espanha a praça de Ceuta.
24.03.1668 Sentença de nulidade proferida sobre o casamento de Dom Afonso VI, com Maria Francisca Isabel de Saboia.
09.10.1673 Depois de se retirar de Madrid pelo insulto que nela se lhe havia feito naquela corte, o marquês de Gouveia escreve ao rei de Portugal a informar a sua detenção em Badajoz, até que saísse de Elvas o seu homólogo espanhol.
30.12.1683 Luis XIV, rei de França, recebe em audiência o embaixador Salvador Taborda Portugal, para lhe comunicar a morte de Dom Afonso VI.
Fim da vida:
Instalado na ilha Terceira, ali permaneceu ao longo de cinco anos. Viveu caprichoso, em turbulência constante e com grande violência física, nem mesmo poupava os criados. Em fins de 1673 descobriu-se em Lisboa uma conspiração para favorecer seu regresso. Diversos conspiradores foram mesmo enforcados no Rossio. O Rei, mandado vir, chegou a Lisboa em 14 de Setembro de 1674, sendo conduzido ao Palácio de Sintra. Durante nove anos viveu ali, fechado em seus aposentos, com servidores da inteira confiança do duque de Cadaval. No início de 1683 foi sangrado, tomou purgas, em 30 de Maio teve «agastamentos, com dores», na manhã de 12 de Setembro teve um acidente apoplético e ficou sem fala, morrendo logo. Montalvão Machado, em «Causas de Morte dos Reis Portugueses», Lisboa, 1974, diz que o rei morreu de tuberculose pulmonar, como outros filhos de Dom João IV e de Dona Luísa.
Jaz juntamente com seu irmão Dom Pedro II e Dona Maria Francisca no Panteão dos Bragança em Lisboa.




(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Estórias da História, GeneAll, Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 

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