À medida que foi crescendo em idade, cresceu igualmente nos estudos e na prática das virtudes. Aos 19 anos sentiu o chamamento divino para ingressar na vida consagrada. O tio paterno, Francisco de Jesus e Maria Palau y Quer convidou-a a continuar os estudos na Congregação por ele fundada. Aceitou, mas percebeu que não era ali que Deus a queria assim como em outros dois Institutos. Finalmente, teve conhecimento da obra que o P. Saturnino López Novoa pretendia fundar: uma Congregação que se encarregasse de receber e tratar os anciãos abandonados.
Sentindo ser esse o posto a que Deus a chamava, prontificou-se a abraçar a obra com todo o coração. Tornou-se assim a cofundadora de um Instituto que rapidamente se estendeu por toda a Espanha e pelo estrangeiro. Em 1979 contava 219 casas com 2.834 religiosas.
É fácil conjeturar quantos sacrifícios e actos heroicos de paciência e caridade praticou a Serva de Deus no trato de pessoas idosas, repelentes, rabugentas, carentes de tudo. Trabalhou até à morte, que ocorreu em Liria, a 26 de Agosto de 1897.
Foi beatificada a 27 de Abril de 1958 e solenemente canonizada no dia 27 de Janeiro de 1974.
Santa Micaela - Fundadora (1809-1865)
Santa Micaela do Santíssimo Sacramento é a fundadora das Adoradoras. Nasceu em Madrid, em 1809 e pertencia à família real
Foi educada pela mãe, mulher austera e que fez com que aprendesse a cozinhar e a brunir a pintar, a bordar e a tocar vários instrumentos. Tudo isto serviu para executar mais tarde os planos de Deus.
Aos 30 anos perdeu a mãe e herdou o título de Viscondessa de Jorbalán. Por onde passou sobressaía sempre pelo coração grande e caritativo. Em Guadalajara criou e sustentou uma escola para 12 crianças, a quem alimentava e vestia. Em 1834 fundou, em Madrid, os grupos de socorro domiciliar e mais tarde o asilo de arrependidas. A certa altura foi para Paris para ajudar o irmão, onde se distinguiu pelo desprendimento. Nos terríveis dias de 1847, a sua caridade raiou o heroísmo porque, mesmo tendo de atravessar fossos e barricadas, visitava os pobres e doentes. Na Bélgica, para onde foi em seguida, vestiu, opondo-se à família, o hábito de Irmã da Caridade.
Quando voltou a Espanha, em 1848, tendo já feito o voto de repartir os bens com os pobres e de fazer tudo o que reconhecesse como vontade de Deus, tratou, sobretudo, do asilo de arrependidas que se tornou a sua obra máxima.
Tinha o dom para lidar com as jovens desgraçadas que o mundo lançava na rua e à medida que se desprendia do mundo, foi-se unindo mais à sua obra das recolhidas. Em 1850 passa a viver com elas sendo ridicularizada e caluniada por todos.
A obra de Santa Micaela foi-se impondo em toda a parte. Ao morrer, deixou uma grande família religiosa com o nome de Senhoras Adoradoras e Escravas do Santíssimo Sacramento e sete colégios de desamparadas nas principais cidades de Espanha. Passou dez anos de luta e cinco de actividade construtiva.
No Verão de 1865 chegou a Madrid a notícia de várias religiosas da casa de Valência terem sido atacadas pela cólera. A fundadora decidiu imediatamente ir lá, para consolar e alegrar as suas filhas. Todas se opuseram, temendo pela sorte da Madre. Ela insistiu e foi. «Os que fazemos as coisas de Deus não temos medo da morte». Dez dias depois de chegar, sentiu-se atacada pela cólera e morreu a 24 de Agosto de 1865.
Fonte: Santos de Cada dia. Editorial A.O. - Braga
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