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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

A LENDA POPULAR DA INÊS NEGRA

 

Falamos de uma era que colocou a escuridão e a luz em diálogo. Escuridão no sentido de que a nuvem castelhana pairava sobre os céus portugueses, luz porque é no casulo da ameaça que nasce a mariposa da esperança. Neste número do Raízes de Cortiça invocamos mais uma lenda nacional, a da Inês Negra.

O primeiro rebento da Casa de Avis, D. João I, vencera os castelhanos em variadas batalhas com o contributo militar de Nuno Álvares Pereira, contra as pretensões vizinhas de tomar o trono de Portugal. O ponto decisivo, como se sabe, aconteceu na batalha de Aljubarrota, ano de 1385.

No entanto, prevaleceu alguma resistência pirrónica por parte dos castelhanos, decididos em permanecer em algumas povoações nacionais. O Alto Minho, nomeadamente Melgaço, mantinha uma guarnição e um alcaide castelhano: Álvaro Paez de Souto.

D. João I cavalgou com o seu exército, acompanhado da rainha D. Filipa de Lencastre, até Melgaço com a intenção de expulsar os derradeiros castelhanos. O cerco português durou 53 dias, beneficiado pelo esgotamento e falta de recursos dos ocupantes. O rei português enviou o Prior do Hospital para negociar com o inimigo, exigindo a devolução da Praça de Melgaço e consequente abandono espanhol. É neste contexto que entra a protagonista Inês Negra.

Descrita pelo cronista Duarte Nunes Leão, Inês Negra seria a típica mulher do povo, porventura originária de Melgaço e que mantinha inimizade com a conterrânea Renegada ou Arrenegada, que tomou o partido de Castela. No fundo, as duas mulheres personificavam a dualidade em conflito: Portugal e Castela, lealdade e traição.

Arrenegada terá lançado a Inês Negra flechas de provocação, untadas de fátua confiança. A pérfida mulher sugeriu às tropas castelhanas resolver o conflito num combate entre as conterrâneas. Assim foi. Um círculo de curiosos populares envolveu a mulheril contenda. Arrenegada, apoiada por urros eufóricos de castelhanos, lançou-se com selvagens golpes sobre Inês. A portuguesa parecia derrotada. Mas que mulher portuguesa, sob a capa das quinas, poderia perder? Levantando-se, arrancou os cabelos da adversária com ataques puramente corporais, desde arranhões a mordidelas. Uma dor bradada ecoou de uma bélica nuvem de pó: Arrenegada rastejava sobre própria derrota e os inimigos copiaram a sua fuga.

A heroína plebeia desviou o olhar das recompensas Del Rey D.João, todo ele em romances patrióticos com a nossa bandeira, de novo na torre principal do Castelo de Melgaço.

Associação As Quinas

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