♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

EM 24 DE AGOSTO CELEBRAMOS A FESTA DE SÃO BARTOLOMEU, APÓSTOLO

 

S. João chama a este apóstolo Natanael ou dom de Deus; os três Evangelhos Sinópticos chamam-lhe sempre Bartolomeu ou Bar-Tolmai, filho de Tolmai. É o mesmo caso de S. Pedro, que se chamava Simão, filho de João. O Discípulo amado refere-nos o nome próprio, e os outros Evangelhos o apelido. Natanael é a mesma pessoa que Bartolomeu. Não há dúvida que os dados evangélicos insinuam a identidade.

A primeira entrevista de Natanael com Jesus é quase a única coisa certa que sabe­mos do Santo.

Seguia Jesus, no princípio do seu ministério público, para a Galileia e com Ele iam Pedro e André, Tiago e João, os primeiros discípulos. No caminho, tinha-se-lhes juntado Filipe, homem bom e simples, que era amigo de Natanael. Filipe sentia-se feliz acom­panhando Jesus. Passara com Ele apenas dois dias, mas tinham bastado para entusias­mar-se e convencer-se de ter encontrado o Messias e Salvador do mundo. Logo que viu o amigo Natanael, comunicou-lhe a feliz notícia: O amigo estava ao ar livre. «Encontrá­mos o Messias, aquele de quem falaram Moisés e os Profetas». Notícia entusiasmante para um bom judeu. «É Jesus, filho de José de Nazaré». Este dado não satisfez Natanael: Nazaré era uma aldeola, perto da sua, Caná, e tinha má fama; além disso, a Escritura não falara nunca de Nazaré; o Messias por força havia de nascer em Belém de Judá. Natanael era crente cego na palavra de Deus, que não pode deixar de cumprir-se.

Filipe não quis discutir, pois conhecia a ciência de Natanael; era mais lido e culto que ele. Apelou para um argumento de experiência que já conhecia, e devia ser decisivo. Contentou-se com dizer sobriamente: Vem e verás. Filipe sabia muito bem o que era ver Jesus e tratar com Jesus. Todos os preconceitos e todas as dúvidas se desvaneciam com a sua presença.

Natanael foi ter com Jesus e, logo que o viu chegar, o Mestre disse aos discípulos, de maneira que o ouvisse o interessado: «Eis aqui um verdadeiro israelita, em que não há engano». «Donde me conheces?», replicou Natanael. «Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu vi-te».

Nos países soalheiros do Oriente, o ar, a água e a sombra são indispensáveis. Natanael gostava de ler e meditar a Sagrada Escritura à sombra fragrante e fresca da figueira, árvore muito espalhada na Palestina. Tratava-se dum facto íntimo, que o tinha impressionado e ninguém senão ele podia conhecer. Jesus penetrara no seu coração e revelou com isto vir da parte de Deus. Natanael não precisa de mais para render-se. «Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel». Títulos messiânicos, que não é preciso expressarem uma fé na divindade de Jesus. Isto virá mais tarde.

Natanael une-se à comitiva e assiste sem dúvida às bodas de Caná, onde se confir­ma a sua fé primeira. Na lista dos apóstolos, figura sempre com o nome de família, Bartolomeu.

Os livros sagrados nada nos dizem da sua vida. A tradição completa-lhe algum tanto a biografia. Sabe-se que Panteno, fundador da escola catequética de Alexandria e mestre de Orígenes, encontrou no século II, na viagem pelo Oriente, vestígios da passagem apostólica de S. Bartolomeu. Entre outras recordações, um exemplar aramaico do primeiro Evangelho, que Panteno transferiu para Alexandria.

O lugar, portanto, da pregação de Bartolomeu é muito impreciso na antiga tra­dição cristã.

O facto do seu martírio não se pode pôr em dúvida pois todos os testemunhos concordam. Não é tão seguro o género de morte com que glorificou a Deus. No século XIII nasce a lenda de ter sido esfolado vivo por um rei misterioso da Arménia. Muitos continuaram, porém, a falar de decapitação, mas os artistas preferem representá-lo com a pele de rastos e na mão uma faca, e eles impuseram esta crença, hoje tão universalmente estendida, mas não provada. Ela explica porque é ele considerado padroeiro dos que trabalham com peles — não humanas, evidentemente: dos curtidores, dos carniceiros e até dos encadernadores.

Teodoro, o Leitor, e Procópio dizem-nos que os restos do Santo foram levados para Daras da Mesopotâmia, onde em 508 o imperador Anastácio levantou em sua honra uma igreja. S. Gregório de Tours refere que daí vieram para a ilha de Lípari. De lá, em 808, para Benevento; por fim, no ano 1000, para Roma, para a igreja de Santo Adalberto, que desde então se ficou a chamar San Bartolomeo in Ínsula e chegou a ser título cardinalício. 

Fonte: Santos de cada dia – Editorial A.O.  – Braga


Sem comentários:

Enviar um comentário