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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

HÁ 131 ANOS... EM 18 DE AGOSTO DE 1892 ERA INAUGURADA A PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO PEQUENO

A Praça de Touros do Campo Pequeno é a actual Praça de Toiros da cidade de Lisboa, em Portugal. Classificada administrativamente como de 1ª Categoria, é considerada a Primeira Praça de Toiros de Portugal.
Actualmente é um recinto polivalente para corridas de touros, concertos musicais, feiras, exposições e outros eventos, com uma capacidade de cerca de 10.000 pessoas, sendo 6.848 lugares sentados.
O calendário tauromáquico decorre principalmente na Primavera e Verão.
Historiografia:
Foi o Rei Dom Sebastião que, corria o ano de 1578, mandou erigir em Xabregas a primeira praça de touros conhecida em Lisboa (e também em Portugal). As restantes praças de touros que existiram em Lisboa foram construídas já durante o séc. XVIII — na Junqueira, em Belém; na Anunciada; no Salitre.
Segundo documentos que faziam parte da Biblioteca Real do Paço de Mafra, datam de 1741 as primeiras referências à realização de corridas de toiros no Largo do Campo Pequeno, ou Alvalade o Pequeno. Aí foi construída uma praça de madeira, de reduzida capacidade para espectadores. Desde então existiram praças de toiros em alguns pontos da cidade, designadamente Xabregas, Junqueira, Salitre e Campo de Santana.
A actual praça de toiros do Campo Pequeno sucedeu à que existiu no Campo de Santana, inaugurada a 3 de Julho de 1831 e encerrada em 1888, na sequência de uma vistoria que interditou o edifício, por questões de segurança relacionadas com o mau estado de conservação.
A praça do Campo Pequeno foi projectada pelo Arquitecto António José Dias, desenhada num estilo Neo-Árabe, ao gosto da época e veio substituir a praça de touros de Santana, que tinha capacidade apenas seis mil pessoas.
A 19 de Fevereiro de 1889, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou uma proposta para conceder à Casa Pia, instituição que ainda hoje detém a exclusividade da organização de corridas de toiros em Lisboa, um terreno para a construção de uma nova praça de toiros, no Campo Pequeno.
Por dificuldades económicas, a Casa Pia concedeu a uma empresa privada o direito de construção do recinto e o da sua exploração por 90 anos, findos os quais o edifício lhe deveria ser entregue, livre de quaisquer ónus ou encargos. Para o efeito constituiu-se a Empreza Tauromachica Lisbonense, cujos accionistas fundadores foram: Albino José Batista, Alfredo Ascensão Machado, António Anastácio Gomes, António Cardoso de Oliveira Júnior & Irmão, António J. Dias da Silva, Domingos Esteves de Oliveira Gouveia, Duarte Pinto da Silva, Frederico Ressano Garcia, Guilherme Bizarro da Silva, José Rodrigues Pires, Luís Ernesto Reynaud, Manuel Gouveia Júnior, Manuel J. Alves Dinis, Manuel Luís Fernandes, Raimundo Silva Leal e Tomás Garcia Puga. Mais tarde entraram também para a ETL Eduardo Perry Vidal e José Batista Pinhão.
O custo da praça orçou em 161 200$000 réis, pagos pelos referidos accionistas, que ficaram com o direito de propriedade e da organização de corridas pelo período referido, na condição de pagarem à Casa Pia uma renda anual de 3500$000 réis.
O edifício está classificado como Imóvel de Interesse Público, por Decreto de 24 de Janeiro de 1983.
18 de Agosto de 1892: A Inauguração da Praça de Touros do Campo Pequeno:
No dia 18 de Agosto de 1892 foi inaugurada a grande Praça de Touros do Campo Pequeno. Na tourada inaugural que contou com 12 touros de Emílio Infante da Câmara e os cavaleiros Alfredo Tinoco e Fernando de Oliveira, os bandarilheiros José Joaquim Peixinho, João Calabaça, João Roberto, Rafael Peixinho, Roberto da Fonseca, Vicente Roberto e os espanhóis Filipe Aragon e Vicente Mendez.
No ano da sua inauguração foram organizadas 16 touradas quase no final da época, sempre com os melhores e mais caros elementos portugueses e espanhóis. Sendo gerida por grupos privados, a organização no primeiro ano de espectáculo de touros foi da responsabilidade de Carlos Dias, auxiliado por Cipriano Batalha, Artur Teles e Joaquim Pedro Monteiro.
No ano de 1893, é constituída a empresa Dias, Monteiro e Comp.ª, sempre com grande sucesso no que diz respeito a público. Nesse mesmo ano, no dia 20 de Agosto, é inaugurada a iluminação eléctrica na Praça de Touros do Campo Pequeno, com um espectáculo gratuito para uma corrida de touros nocturna. Já nesta época a zona do Campo Pequeno estava servida por transportes públicos como o comboio, pela linha de cintura de Lisboa, os veículos que à época iam desde o centro da cidade como os carros char-a-bancs, o rippert e o carro americano, assim como mais tarde os carros eléctricos da Carris.
Gerações de aficionados foram testemunhas nas bancadas da praça de Toiros do Campo Pequeno, de uma parte substancial da história do toureio em Portugal. Durante o primeiro século de existência, a Praça de Toiros do Campo Pequeno foi igualmente palco de acontecimentos políticos e sociais que fazem parte da própria história recente de Portugal. Triunfos, galas, sustos e mesmo tragédias, sucederam-se neste cenário, desde que, em 18 de Agosto de 1892, o primeiro toiro de Emílio Infante da Câmara saiu à arena. A sua lide coube ao cavaleiro Alfredo Tinoco o qual, a par do seu alternante dessa tarde, Fernando de Oliveira, disputava o primeiro lugar no naipe dos mais importantes ginetes do século XIX. Para a história, recorda-se o cartaz inaugural: Cavaleiros Alfredo Tinoco e Fernando de Oliveira. Bandarilheiros: Vicente Roberto, Roberto da Fonseca, José Peixinho, João Calabaça, João Roberto e os seus colegas espanhóis Felipe Aragón "Minuto" e "Pescadero".
A fazer fé num testemunho da época, in "Vocabulário Taurino", do escritor António Rodovalho Duro "Zé Jaleco" " a lide não foi nesta função das mais animadas, porque os toiros de Emílio Infante eram de respeito e os artistas, para terem com eles a devida consideração, não se atreveram a incomodá-los com as férreas carícias".
Actualidade:
Construída em tijolo maciço de face à vista, a praça do Campo Pequeno viria a ser alvo de profundas obras de restauro no início do século XXI.
A praça ficou com o seu primeiro anel alterado estruturalmente, passando a ser de betão armado, em detrimento dos arcos de tijolo existentes inicialmente. O anel exterior manteve-se inalterado a nível estrutural, tendo sido executadas reparações e reforços.
A alteração mais significativa terá sido a cobertura amovível que torna a praça num espaço mais versátil, podendo ser utilizado durante todo o ano e para qualquer fim.
Desde a reabertura da praça, em 2006, exerce a função de director de actividades tauromáquicas o antigo matador de toiros Rui Bento Vasques.
Foi criada uma galeria comercial no subsolo, hoje conhecida como Centro Comercial do Campo Pequeno, e alguns outros espaços comerciais no piso térreo, nomeadamente bares e restaurantes.
O financiamento do investimento acabou por ser demasiado pesado para as condições de exploração do espaço. Em 2014, as dívidas ultrapassavam os 100 milhões de euros, dos quais 90 milhões ao BCP. A Sociedade de Renovação do Campo Pequeno foi decretada insolvente em 2014.
Museu do Campo Pequeno:
Em 2015 foi reaberto o Museu do Campo Pequeno, integrando parte do espólio do museu já existente, bem como do Grupo Tauromáquico Sector 1, a que se somam outras peças, entre elas doações de José Samuel Lupi, de Francisco Mascarenhas, da viúva do cavaleiro José Mestre Baptista ou de Joaquim Bastinhas.
O espaço visa a criação de um espaço de memória da Tauromaquia Portuguesa, bem como divulgar a cultura tauromáquica em geral, mostrando-a ao grande público, valorizando o seu património imaterial.
Até Fevereiro de 2016, segundo o Diário de Notícias, passaram pelo novo museu mais de 11 mil pessoas de 94 países, desde a inauguração do espaço, ocorrida em Junho de 2015; sobretudo franceses e portugueses, seguindo-se alemães, brasileiros, italianos e espanhóis, registando-se ainda visitantes de países como o Iraque, Uganda e Nova Zelândia, com idades entre os 25 e os 45 anos.







(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Campo Pequeno, Wikipédia e Histórias com História)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 

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