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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 22 de abril de 2023

"TE DEUM LAUDAMUS" - 22 DE ABRIL DE 1500 - ANNO DOMINI NOSTRI IESU CHRISTI

Há 523 anos (191.022 dias), cumpriu-se, o que foi dito a Dom Afonso Henriques, "Rex Portugallensis", antes da Batalha de Ourique - 25 de Julho de 1139: "Não se apartará deles, nem de ti, alguma hora minha misericórdia, porque por eles tenho aparelhado para mim grande sementeira, porque os escolhi por meus semeadores para terras mui apartadas e remotas."
O Nobre Pedro Álvares Cabral, nascido em 1467, no Castelo de Belmonte, Cavaleiro da Ordem do Cristo, no Domingo, após a Missa Campal há 8 de março de 1500, em Lisboa, recebe das mãos de Sua Majestade o Rei D. Manuel I, a bandeira da Ordem de Cristo( sucessora da Ordem dos Templários) no altar, montado no cais da Torre de Belém.

O capitão içou-a na principal nave da frota(treze navios e 1.500 homens, dos quais 17 Sacerdotes), que partiu com coragem e bravura, tendo singrado os mares bravios para fazer o parto da nação Brasileira e batizá-la, com todo o poder da Sacralidade investida das autorizações Papais e Reais, que encerra a consagração: "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo."

"Dilatar Fé e Império"
Portugal empreendeu a maior obra de evangelização da história do Cristianismo.

Canto I

"As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram"

Canto II

"Já neste tempo o lúcido Planeta,
Que as horas vai do dia distinguindo,
Chegava à desejada e lenta meta,
A luz celeste às gentes encobrindo,
E da casa marítima secreta
Lhe estava o Deus Noturno a porta abrindo,
Quando as infidas gentes se chegaram
As naus, que pouco havia que ancoraram."

(Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões, 1572)

P.S.: 22 de abril de 1500 deveria ser a Data Magna da Terra da Santa Cruz, o Brasil.








♔ | 22 de Abril de 1500 - Achamento Oficial do Brasil (Terra de Vera Cruz)

“SENHOR
Posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que para o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer.
Mas tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual, bem certo, creia que por afremosentar nem apear haja aqui de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu.
Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque o não saberei fazer e os pilotos devem ter esse cuidado.
E, portanto, Senhor, do que hei-de falar começo e digo que a partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de Março.
E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achámos entre as Canárias, mais perto da Grã Canária. E ali andámos todo aquele dia, em calma, à vista delas, obra de três ou quatro léguas.
E domingo, 22 do dito mês, às 10 horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas do Cabo Verde, isto é, da ilha de S. Nicolau, segundo dito de Pêro Escobar, piloto. E a noute seguinte, à segunda-feira, quando lhe amanheceu, se perdeu da frota Vasco d'Ataíde, com a sua nau, sem aí haver tempo forte nem contrairo para poder ser. Fez o capitão suas diligências para o achar, a umas e a outras partes, e não apareceu mais.
E assim seguimos nosso caminho por este mar e longo, até terça-feira d'oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d'Abril, que topámos alguns sinais de terra, sendo da dita ilha, segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas, os quais eram muita quantidade d'ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho e assim outras, a que também chamam rabo d'asno.
E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topámos aves, a que chamam fura-buchos. E neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d'um grande monte, mui alto e redondo, e d'outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz.
Mandou lançar o prumo, acharam 25 braças, e, ao sol-posto, obra de 6 léguas de terra, surgimos âncoras em 19 braças; ancoragem limpa. Ali ficámos toda aquela noute.
E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra e os navios pequenos diante, indo por 17, 16, 15, 14, 13, 12, 10 e 9 braças até meia légua de terra, onde todos lançámos âncoras em direito da boca dum rio. E chegaríamos a esta ancoragem às 10 horas, pouco mais ou menos.
E dali houvemos vista d'homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram, por chegarem primeiro. Ali lançámos os batéis e esquifes fora e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do capitão-mor e ali falaram. E o capitão mandou no batel, em terra, Nicolau Coelho, para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
Sendo Afonso Lopes nosso piloto, por ser homem vivo e destro, meteu-se logo no esquife a sondar o porto. E tomou uma almadia dos homens da terra, mancebos de bons corpos. Trouxe-os logo, já de noute, ao capitão, outros foram recebidos com muito prazer e festa. A feição deles é serem pardos, maneira avermelhada, de bons rostos e bons narizes. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com muita inocência. O capitão, quando eles vieram, estava assentado, com colar de ouro mui grande ao pescoço. Um deles, porém, pôs os olhos no colar do capitão e começou a acenar para o castiçal de prata. O capitão trouxe vinho, mas não beberam. E, então tornou-se o capitão aquém do rio, e logo acudiram muitos à beira dele. Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo. Era já a conversação deles connosco, tanta que quase nos tornavam ao que havíamos de fazer. E assim não foi esse dia mais que escrever. Até agora não podemos saber que haja ouro de metal, nem de ferro vimos. A Terra por si é de muitos bons ares e temperado como os de Entre-Douro e Minho. E de entre todos estes que hoje vieram, não veio mais que uma mulher moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse, e puseram-lhe em derredor de si. Mas ao assentar não fazia memória de o muito entender para se cobrir. E nessa maneira, Senhor, vou daqui, a V. Alteza contar do que nesta terra vi. E, se, algum ponto alonguem, Ele me perdôe. Que o desejo que tinha de vos tudo dizer, assim pôr pelo miúdo. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera-Cruz."

Pêro Vaz de Caminha | Carta a El-Rei Dom Manuel I de Portugal sobre a Descoberta do Brasil

Imagem: Pormenor do 'Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500', Óleo sobre tela de Óscar Pereira da Silva (1865–1939)


PLATAFORMA DE CIDADANIA MONÁRQUICA



O ACHAMENTO DO BRASIL

Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!

“(...) Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos -- terra que nos parecia muito extensa.

Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!

Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé! (...)”.

(Fragmento da Carta de Pero Vaz de Caminha)


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