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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

EM 3 DE AGOSTO DE 1146 MORRIA DOM EGAS MONIZ DE RIBADOURO

D. Egas Moniz de Ribadouro, "o Aio"

3 de Agosto de 1146: Morre D. Egas Moniz de Ribadouro, "o Aio" de Dom Afonso Henriques...
D. Egas Moniz de Ribadouro, "o Aio", Mordomo-Mor do Reino, * 1080 - † 03.08.1146, era filho de Monio Ermiges, Senhor de Ribadouro (*1050) e de D. Ouroana (*1060); Neto paterno de Ermigio Viegas, Senhor de Ribadouro (*1020 - †1047) e de D. Unisco Pais (*1030).
D. Egas Moniz de Ribadouro, dito "o Aio" foi um Rico-Homem portucalense, da Linhagem dos Ribadouro, uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho condal do século XII. Chamado nos nobiliários medievais “o honrado e bem-aventurado Dom Egas Moniz de Ribadouro” (por ter sido natural desta região e ter possuído a maior parte dos domínios).
D. Egas Moniz evidenciou-se pela sua agitação política e guerreira que determinou a queda da Rainha Dona Teresa e o advento de Dom Afonso Henriques, seu pupilo, função da qual adveio o cognome de "o Aio".
Primeiros anos:
Desconhecidos ou confusos são os principais acontecimentos da sua vida e as suas origens. Nascido provavelmente por volta de 1080, é geralmente considerado filho de Monio Ermiges de Ribadouro e de D. Ouroana. Desta forma seria neto de Ermígio Viegas, bisneto de Egas Moniz "o Gasco" e desta feita trineto do primeiro membro conhecido da família. É numerado IV, pois terão existido antes dele pelo menos mais três Egas Moniz no conjunto da sua família.
A sua primeira notícia será porventura de 1102, quando é encarregado de povoar a terra de Zurara da Beira (actual concelho de Mangualde), em nome dos condes Henrique de Borgonha e Dona Teresa de Leão.
D. Egas Moniz:
Desde a vitória sobre os mouros, em Lamego, Egas Moniz recebe toda a confiança dos pais de Dom Afonso Henriques. Provavelmente como agradecimento, os condes doaram-lhe a terra de Britiande, junto de Lamego. Assume também um papel mais central na corte condal: juntamente com D. Pero Gonçalves e D. Egas Gosendes de Baião, é um dos três grandes barões no tempo do governo da Rainha Dona Teresa, aos quais o Papa se dirige para solucionar questões entre os próprios clérigos (como o caso da carta do Papa Pascoal II a Dona Teresa na questão, da união do bispado de Lamego ao do Porto ou ao de Coimbra, acesa entre os bispos D. Hugo e D. Gonçalo). A partir de então confirma várias escrituras. Por essa altura já tinha enviuvado da primeira mulher, D. Dórdia Pais de Azevedo, e terá casado uma segunda vez com a juvenil filha do “Conde das Astúrias”Dona Teresa Afonso de Celanova.
Em 1111 surgiu como Tenente da Terra de S. Martinho (perto de Ponte de Lima). Logo após a morte do Conde Henrique (1112), D. Egas Moniz é nomeado Príncipe Colimbriense pela sua viúva, com os tenentes de Coimbra, Viseu, Lamego, Seia e Feira sob o seu mandado, continuando neste cargo o Alvazil D. Sisnando Davides e o próprio Conde Dom Henrique.
Dona Teresa era quem governava o Condado Portucalense, como legítima herdeira de seu pai, Afonso VI de Leão, e representava coerentemente os seus interesses, revoltando-se inclusive contra a sua irmã Dona Urraca, e empreendendo grandes conquistas para leste. Dona Teresa chegaria inclusive a intitular-se Rainha de Portugal (por ser Condessa Soberana), por direito próprio, a partir de 1116, sendo reconhecida como tal pelo Papa Pascoal II, pela sua irmã, Dona Urraca de Leão e, posteriormente, por seu sobrinho Afonso VII de Leão. Passa a assinar como "Ego regina Taresia de Portugal regis Ildefonssis filia".
Casa Senhorial de Ribadouro:
Casa de Ribadouro é uma família nobre de Portugal que tem as suas origens na Gasconha, dado o cognome do primeiro Senhor da família, D. Moninho Viegas, "o Gasco". A família interligou-se por casamento com descendentes de Ramiro II Rei de Leão, já que D. Egas Moniz, filho do dito D. Moninho Viegas, "o Gasco", se casou com D. Toda Ermiges da Maia, bisneta de D. Lovesendo Ramires, filho deste rei. A família começa a dividir-se em vários ramos secundários a partir do século XIIː são precisamente os filhos do mais ilustre membro da família, D. Egas Moniz, "o Aio" que dão origem a novas linhagensː de D. Lourenço Viegas de Ribadouro surgem os Coelhos, e destes os Frades e os Magros; de D. Afonso Viegas de Ribadouro, "o Moço" surgem os Lumiares e os Alvarengas; de D. Mendo Viegas de Ribadouro, "o Calvo" surgem os Fonsecas, os Bezerras e os Mós. A linhagem dos Machados também terá tido origem nos Ribadouro, mas descendendo de um membro muito mais antigo: D. Mem Moniz de Ribadouro, filho segundo do fundador.
Genealogia dos primeiros Senhores de Ribadouro até Egas Moniz:
- D. Monio Viegas I de Ribadouro "o Gasco", Fundador da Casa, c.c. D. Valida Trocozendas
- D. Egas Moniz I de Ribadouro (?-1022), c.c. D. Toda Ermiges da Maia (antes de 1044-depois de 1071)
- D. Ermígio Viegas I de Ribadouro (?-antes de 1068), c.c. Unisco Pais
D. Monio Ermiges de Ribadouro (antes de 1085-depois de 1107) c.c. Ouroana
D. Egas Moniz IV de Ribadouro "o Aio" (c.1080-3 de Agosto de 1146), c.c. D. Dórdia Pais de Azevedo, e c.c. D. Teresa Afonso de Celanova
Casa de Baião:
O nome Baião provém de um cavaleiro chamado D. Arnaldo de Baião. Crê-se que D. Arnaldo desembarcou no agora Porto no ano de 963. Veio com os seus familiares para as Espanhas para combater os mouros e como prova da sua bravura o Rei do Reino de Castela concedeu-lhe as terras que ainda hoje se chamam Baião, um concelho no Distrito do Porto.
Alguns historiadores pensam que D. Arnaldo seria um guerreiro alemão que perdeu o seu ducado numa guerra; outros, que seria um cavaleiro de Bayonne, filho de um rei de Itália e neto de um rei de França, e que seria essa a origem do nome de Baião.
D. Arnaldo Eris de Baião foi casado com D. Ufa Ufes, descendente dos reis godos, um povo germânico originário das regiões meridionais da Escandinávia. Trisavô de D. Egas Moniz, dito "o Aio" do primeiro Rei de Portugal (Dom Afonso Henriques), sendo que “Baião” deriva do superlativo de “Aio”, em reconhecimento à educação passada ao então Conde de Portucale.
O seu filho D. Gosendo Arnaldes de Baião deu o seu nome à povoação de Gozende, Gove, Baião. Cavaleiro que serviu os reis de Castela, Dom Fernando I de Leão e Dom Garcia II da Galiza, nas guerras contra os mouros.
D. Gosendo sucedeu a seu pai no senhorio de Baião e em muitas fazendas nas margens do Cávado, tendo sido senhor de Penaguião e governador da justiça, no ano de 1030. De seu casamento, D. Gosendo teve D. Egas Gosendes I de Baião, 5º Senhor de BaiãoRico-Homem de Dom Afonso VI de Castela, Rei de Castela, figurando como confirmante nos anos de 1111 e 1112.
Em 1124, deu foral à vila de Sernancelhe. O costume das pessoas adoptarem como sobrenome próprio a indicação do seu local de origem ficou comum, e como o lugar era conhecido como “Resende”, por ser uma corruptela de Gozende, foi Dom Martim Afonso de Baião - o "de Resende", reconhecidamente o primeiro cidadão a utilizar a forma "Resende" como apelido, tomando-o do lugar onde era senhor e possuidor. Dai o Brasão de Baião e Resende serem o mesmo.
A Lenda de Egas Moniz:
Durante o cerco de Afonso VII a Guimarães, então sede política do condado, o Imperador teria exigido um juramento de vassalagem a seu primo Dom Afonso Henriques; D. Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão. Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Dom Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza. Como Dom Afonso Henriques não cumpriu o acordado feito por seu Aio, Egas Moniz, ao saber do sucedido, ter-se-ia deslocado a Toledo, a capital imperial, acompanhado da mulher e dos filhos, todos descalços, vestidos de branco e com um baraço ao pescoço. Apresentando-se assim ao Imperador, deixou-se dispor da sua vida e da dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade prometida por ele mas não cumprida pelo pupilo. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou-o em paz de volta a Portugal. Esta parte da vida de Egas Moniz é recontada por Camões no Canto III dos Lusíadas (estrofes 35-40).
Família e Descendência:
O primeiro casamento de D. Egas Moniz foi com D. Dórdia Pais de Azevedo (1080 - c.1124), filha de D. Paio Godins de Azevedo, de quem teve:
  • D. Lourenço Viegas de Ribadouro, casou com D. Maria Gomes de Pombeiro, sem descendência, mas teve filhos da união com D. Ourtigueira
  • D. Afonso Viegas de Ribadouro, "o Moço", casou com D. Aldara Pires Espinhel, filha de D. Pedro Gomes Espinel e de D.Teresa Anes de Paravinas.
  • D. Mendo Viegas de Ribadouro, "o Calvo", faleceu cedo, mas deixou descendência, que dará origem aos Fonsecas e que é a minha.
  • D. Ermígio Viegas III, não casou nem teve descendência.
  • D. Rodrigo Viegas.
O segundo casamento foi com a Condessa D. Teresa Afonso de Celanova, filha de D. Afonso Nunes de Celanova, Conde das Astúrias, de quem teve:
  • D. Dórdia Viegas de Ribadouro, casou com D. Gonçalo Mendes de Sousa "O Bom" filho de D. Mem Viegas de Sousa e de D. Teresa Fernandes de Marnel.
  • D. Soeiro Viegas Cardoso casou com D. Sancha Bermudes de Trava, filha de D. Bermudo Peres de Trava e de D. Urraca Henriques, Infanta de Portugal (irmã de Dom Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal), filha de Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e de sua esposa D. Teresa de Leão.
  • D. Elvira Viegas, casou com D. Pedro Pais da Maia, filho de D. Paio Soares da Maia e D. Chamoa Gomes de Pombeiro.
  • D. Urraca Viegas, casou por duas vezes, a primeira com D. Gonçalo Rodrigues da Palmeira e a segunda com D. Vasco Sanches de Celanova.
  • D. Ermesinda Viegas II, referenciada na posse de bens que foram de Egas Moniz, o que torna possível que fosse também sua filha.
Santa Maria Cárquere, Resende

Túmulo de D. Egas Moniz "o Aio", no Mosteiro de Paço de Sousa

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, António Lopo, App.- Family Tree Maker 4.0, cincodemaio.blog, GeneAll, Geni e Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 

 

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