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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

♔ | EM 4 DE AGOSTO DE 1578 D. SEBASTIÃO DESAPARECIA NA BATALHA DE ALCÁCER-QUIBIR

Dom Sebastião nasceu em 20 de Janeiro de 1554, e pelo facto, de ser o herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, Dom Sebastião, foi cognominado d’O Desejado; mas é também recordado como O Encoberto, devido à lenda messiânica que prevê o seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação Portuguesa dos males que a assolam.

Neto do Rei D. João III, D. Sebastião torna-se herdeiro do trono depois da morte de D. João de Portugal, seu pai, apenas duas semanas antes do seu nascimento. Era pois, filho do Príncipe D. João e de D. Joana de Áustria. D. Sebastião herdou o trono de seu avô, o Rei D. João III, porque, apesar de este ter tido vários filhos, todos eles acabaram por falecer precocemente. Em 1557, com a morte do avô, ascende ao trono - Rei com apenas três anos – tornando-se o Décimo sexto rei de Portugal (1557-1578). Na menoridade de Dom Sebastião a regência é assegurada pela avó D. Catarina da Áustria e depois pelo tio-avô Cardeal D. Henrique.

Aos 14 anos Dom Sebastião I de Portugal é Coroado, Aclamado e Alevantado Rei de Portugal e assume os destinos e governação do Reino.

O Rei de Portugal ia combater em Pessoa, não mandava os soldados sozinhos, era o Comandante-em-Chefe e o primeiro a avançar. Adiantava-se mesmo, não ficava no conforto dos salões, assarapantado em hesitações. De resto como quase todos os Reis foi assim, para sempre servir os interesses supremos da Nação. Por isso não se pense que guerrear era um impulso básico, mas uma forma de manter a paz: si vis pacem, para bellum (lat) - se queres a paz, prepara a guerra. Gnoma ainda, hoje, seguido pelas nações, que procuram fortalecer-se a fim de evitar uma eventual agressão.

Mens sana in corpore sano (lat) - mente sã em corpo são -, frase de Juvenal, utilizada para demonstrar a necessidade de um corpo sadio para serviços de ideais elevados. Os nossos Reis conciliavam a capacidade e a capacitação inerentes a um soldado apto para comandar um teatro de guerra, sem descurar as faculdades intelectuais – a educação de Dom Sebastião fora entregue aos Jesuítas -, até porque o melhor dos generais é o mais inteligente dos homens. Nisso seguiam os exemplos clássicos de Alexandre e de César, os mais brilhantes generais e os mais ilustrados das respectivas épocas.

Muitas vezes, e não poucos, atribuem ao corajoso Rei Dom Sebastião I de Portugal a imaturidade na sua resolução na empresa de Alcácer-Quibir, ora que injustiça chamar irreflectido ao Rei-menino que com tão exemplar acto de bravura procurou manter o Império que herdara e que sofria as investidas das hordas mouriscas. A Coroa sempre serviu o Império português fosse em que parte fosse da sua dilatada extensão e que estivesse disso necessitada.

No Reinado de D. Sebastião os ataques dos piratas e corsários eram constantes na rota para o Brasil e a Índia, e os Almorávidas ameaçavam as possessões em Marrocos, pelo que investiu muito na protecção militar dos territórios construindo ou restaurando fortes e fortalezas ao longo do litoral, para proteger a marinha mercante.

Porventura, ficou o Desejado, na penumbra de uma tenda de comando jogando xadrez com as suas peças de cavalaria ou com os seus peões?! Não, não ficou, avançou temerário! Não se conte o que sucedeu em seguida lançando o nome Sebastião no auto dos arrebatados, mas sim como o resultado de uma maquinação estrangeira para anexar o Portugal que havia perdido e cobiçava desde os tempos em que aquele Dom Afonso I Henriques, Rei de Portugal, ilustre descendente dos Reais Capetos de França e dos Imperadores da Hispânia, formou a mais Augusta e Antiga Dinastia Peninsular, pois caso único no Mundo é um facto que a Monarquia Portuguesa conheceu quatro Dinastias, mas todas elas pertencentes à mesma Família.

E não foi no Reinado de Dom Sebastião que se avançou pela África e foi fundada a cidade de Luanda, e não foi, também, no Seu Reinado que se consolidou o domínio da costa brasileira?! E se adquiriu Macau?! E a vitória dos Sarracenos em Alcácer Quibir não foi uma vitória de Pirro, pois perderam grande número de guerreiros o que permitiria a vitória cristã em Lepanto?! Perguntas retóricas, pois, necessárias respostas não são!

A História diz qu’El-Rei Dom Sebastião I desapareceu em combate, há 445 anos, no momento decisivo da Batalha, juntamente com o escol da Nobreza portuguesa, no dia 04 de Agosto de 1578, em Alcácer Quibir. No entanto, alguns historiadores defendem que sobreveio, mas que foi convenientemente empurrado para o oblívio pelo usurpador castelhano e o seu partido de adesivos.

A Lenda diz ainda que voltará numa manhã de nevoeiro emergindo das nuvens do Tempo… Há quem prefira a História, há quem não esqueça a Lenda.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

Imagem: Pintura 'A Batalha de Alcácer-Quibir', por Mestre José Manuel Soares (1932 – 2017), Circa 1989 




A 4 de Agosto de 1578: Dom Sebastião, "O Desejado", desaparece na Batalha de Alcácer Quibir mas... não morreu na Batalha de Alcácer Quibir...! (foi tudo preparado por Filipe II, Rei de Espanha. Para sublimar a frustração de não poder ser Imperador, porque seu pai, Carlos V, nunca quis. Filipe II jurou ser Rei de Portugal...)
Dom Sebastião I, Rei de Portugal, *Lisboa, Lisboa, Paço da Ribeira 20.01.1554 , †Alcácer Quibir 04.08.1578 (?). Era filho de Dom João, Príncipe herdeiro de Portugal e de Joana de Áustria, Infanta de Espanha; Neto paterno de Dom João III, Rei de Portugal e de Dona Catarina de Áustria, Infanta de Espanha e neto materno de Carlos V, Imperador da Alemanha e Rei de Espanha (Carlos I) e de Dona Isabel, Infanta de Portugal.
Dom Sebastião, apelidado de "o Desejado" e "o Adormecido", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1557 até sua "morte". Era filho de Dom João Manuel, Príncipe de Portugal, e Dona Joana da Áustria. Ascendeu ao trono aos três anos após a morte de seu avô o Rei Dom João III, com uma regência sendo instaurada durante sua minoridade, liderada primeiro por sua avó a Rainha Dona Catarina da Áustria e depois por seu tio-avô o Cardeal Dom Henrique de Portugal.
Dom Sebastião assumiu o governo aos catorze anos de idade em 1568, manifestando grande fervor religioso e militar.
Obrigado a acabar com as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias da chamada Reconquista, decidiu montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada, após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota na Batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de Dom Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a Espanha e ao nascimento do mito do "Sebastianismo".
Desaparecimento e Lenda:
4 de Agosto de 1578, ocorreu a batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, onde os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco), na qual perderam uma boa parte do seu exército.
Quanto a Dom Sebastião, (desapareceu) morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Conta-se que, ao ser aconselhado a render-se, e a entregar a sua espada aos vencedores, o rei recusou com altivez, dizendo: "A liberdade real só há de perder-se com a vida." Foram as suas últimas palavras, e é-nos dito que ao ouvi-las, "os cavaleiros arremeteram contra os infieis; Dom Sebastião seguiu-os e desapareceu aos olhos de todos envolto na multidão, deixando ... a posteridade duvidosa acerca do seu verdadeiro fim.
" Há quem defenda, por outro lado, que o seu corpo terá sido enterrado logo em Ceuta, "com toda a solemnidade". Mas para o povo português de então, o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.
Em 1582, Dom Filipe I de Portugal mandou trasladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um corpo que se alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Dom Sebastião I. O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa.
Tornou-se então numa lenda do grande patriota português – o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha.
Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, quatro pretendentes afirmaram ser o rei Dom Sebastião, tendo o último deles – o calabrês Marco Tulio Catizone – sido enforcado em 1603.
Já em fins do século XIX, no sertão da Bahia, no Brasil, camponeses sebastianistas acreditavam que o rei iria regressar para os ajudar na luta contra a "república ateia brasileira", durante a chamada Guerra de Canudos. O mesmo se repetiu no sul do Brasil, no episódio da Guerra do Contestado.
Teorias e dados sobre o desaparecimento:
Dentre incontáveis especulações e investigações de vários autores, a historiadora Maria Luísa Martins da Cunha defende, em Dezembro de 2011, no terceiro volume do livro ‘Grandes Enigmas da História de Portugal', que o rei Dom Sebastião sobreviveu à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu no ano de 1598 em Itália, onde foi mais tarde preso em Veneza, Florença e Nápoles, com a cumplicidade dos espanhóis. Segundo a mesma historiadora, o corpo do rei encontra-se sepultado na capela de São Sebastião, no Convento dos Agostinhos de Limoges.
Na verdade, já o historiador Faria e Sousa reportara testemunhos, como o de D. Luís de Brito, que afirmavam ter visto no final da batalha o rei à distância sem ser perseguido. Brito encontrou-o posteriormente, em direcção ao rio, e segundo o historiador esta foi a última vez que ele foi visto vivo.
O documento "Relação da Batalha de Alcácer que mandou um cativo ao Dr. Paulo Afonso", termina informando que o Rei se retirou, e que a batalha terminou sem nenhum lado declarar vitória:
"...Neste tempo vendo El Rei que estava na vanguarda o seu campo desbaratado, se veio recolhendo pela banda do Duque de Aveiro, e o seguiu alguma gente de cavalo e a pé, cuidando que ia fazendo uma ponta para volver sobre os mouros, viu o campo já tão desbaratado que se retirou. Durou a batalha quatro horas sem se declarar a vitória..."
Prisioneiro de Veneza:
O caso do estranho em Veneza, mencionado acima, que vinte anos depois aparecera declarando-se Dom Sebastião, Rei de Portugal, é o de maior interesse. Ele chegou a ser aceite pelos portugueses da cidade como seu senhor soberano, por se parecer tão perfeitamente com Sebastião. João de Castro, neto do homónimo vice-rei da Índia e filho do director de finanças no reinado de Dom Sebastião, defendeu e apoiou este estranho de Veneza, anunciando ao mundo que o rei não morrera, no seu Discurso da vida do sempre bem-vindo e aparecido Dom Sebastião, publicado em 1598; enquanto Sebastião Figueira, uma das várias testemunhas que atestaram terem visto Dom Sebastião sair vivo da batalha – afirmando mesmo ter saído dela com o rei – também diz tê-lo reconhecido em Veneza. O Papa Clemente VIII mandara, por conselho de cardeais em conclave, que o pretendido rei aparecesse em Roma, onde a sua pretensão seria examinada. Chegando-se em conclave à conclusão, após cuidadas investigações, que era ele o verdadeiro Dom Sebastião, escreve o Papa a Filipe III de Espanha, o então senhor da coroa e do Reino de Portugal, exigindo a devolução do dito Reyno ao Rey Dom Sebastião, "sob pena de excommunhão mayor". Dom Filipe responde acusando o pretendente "impostor" de vários crimes e, por intermédio do seu embaixador em Veneza, manda-o prender. Foi formado um comité de nobres, que o examinaram 28 vezes, mas ele conseguiu ilibar-se de todas as acusações. O pretendente mostrou marcas naturais no seu corpo, que muitos se lembravam serem de Dom Sebastião, e revelou segredos de conversas entre embaixadores de Veneza no palácio de Lisboa, o que deixou atónitos os examinadores, e facilitou a sua libertação – sob a condição de ter que abandonar aqueles domínios em três dias. Na sua fuga caiu nas mãos dos Espanhóis, que em Nápoles o maltrataram, humilharam em público, e o embarcaram como escravo. Defendiam os espanhóis, que aquele sofredor era um mágico, mas tal justificação foi vista como um reconhecimento tácito da verdade das suas pretensões...
Um Retrato Misterioso / Esclarecedor...
O Retrato de Dom Sebastião, que não teve compradores em leilão, em Dezembro de 2011:
"De autor desconhecido e data precisa por definir, o retrato, é uma pintura a óleo sobre tela do jovem monarca com a aparência que teria no final do século XVI ou início do século XVII, se não tivesse morrido com 24 anos na batalha de Alcácer-Quibir, em 1578: um Dom Sebastião mais velho, com marcas de adulto, barba, bigode, já diferente do rei de rosto imberbe que habitualmente aparece em retratos feitos durante o seu reinado; mas não tão velho, calvo e de barbas brancas como em retratos e gravuras difundidos com o irromper do fenómeno sebastianista, da criação da lenda, resultante do desejo de ver o rei regressar para reconquistar a independência de Portugal.
O retrato foi encontrado na casa de uns condes em Itália e foi a leilão na Europa, há cerca de quatro anos, como sendo o retrato de um conde italiano, apesar de em cima se ler Sebastianus Lusitanor I. Foi posteriormente vendido (por quem o adquirira no leilão) e adquirido por um comprador que se fez representar pela consultora de arte Câmara dos Azuis, que detectou o erro na atribuição. Já correctamente identificado como um retrato de Dom Sebastião, veio para Portugal e os seus donos, portugueses, tentaram vendê-lo no leilão." - Ana Dias Cordeiro para o Jornal O Público de 7/11/2011."
"...O rei D. Sebastião sobreviveu à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu no ano de 1598 em Itália, onde foi mais tarde preso em Veneza, Florença e Nápoles, com a cumplicidade dos espanhóis. Quem o escreve é a historiadora Maria Luísa Martins da Cunha no terceiro volume do livro ‘Grandes Enigmas da História de Portugal’, que é lançado hoje e a que o CM teve acesso. Segundo acrescenta a investigadora, "a maioria dos historiadores tem aceite sem discussão a versão oficial da História de D. Sebastião" que foi criada "durante o período da dominação filipina com claros intuitos políticos". Houve "uma destruição continuada e premeditada da imagem do rei ". Entre as provas que sustentam que D. Sebastião não morreu em Alcácer-Quibir, Maria Luísa Martins da Cunha cita "várias testemunhas que atestaram que o viram sair vivo da batalha, entre os quais Sebastião Figueira, que declarou ter saído dela com o rei" e que "o reconheceu em Veneza na pessoa do Cavaleiro da Cruz, ou, como ficou para a História, como ‘D. Sebastião de Veneza'." Mais: "Para além de outros indícios muito fortes, um indício importante de que D. Sebastião sobreviveu" foi "o achamento, no século XIX, de uma medalha de ouro com a inscrição "Sebastianus Primus Portugaliae Rex" num túmulo da capela de S. Sebastião do Convento dos Agostinhos de Limoges, onde segundo a tradição estava sepultado um rei português do mesmo nome."



(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll, Wikipédia, Estórias da História e Correio da Manhã)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 



SE O HEROÍSMO DESSE OUVIDOS À PRUDÊNCIA, NÃO HAVERIA HERÓIS.
4 de Agosto de 1578.
Batalha de Alcácer Quibir.
Quando nos referimos ao reinado de S.M. El-Rei D. Sebastião, indubitavelmente falamos, quase por exclusividade, da tragédia militar de Alcácer Quibir, e do mito do seu desaparecimento na “Batalha dos três Reis”. A névoa histórica, criada em seu redor, transportou-nos até aos dias de hoje, para necessidade nacional do seu regresso, como salvação sublimar de resolver todos os nossos problemas, envolto numa manhã, de preferência de nevoeiro.
O seu desaparecimento na referida contenda, é um dos maiores mistérios da história universal, dita ocidental, dadas as circunstâncias da preparação da empresa militar, e das consequências que provieram do seu desfecho trágico.
Como refere, Carlos Malheiro Dias, no campo de Alcácer, não foi uma Pátria próspera e forte que caiu em delíquio, mas uma Pátria enferma, de energias gastas, que o Rei cavaleiro pretendera vitalizar, colocando o risco do seu próprio sacrifício pessoal, no contacto com o perigo e reanimar com os estímulos da glória.
Se o heroísmo desse ouvidos á prudência, não haveria heróis.
Condenar D. Sebastião pela sua derrota equivale a julgar o Infante D. Henrique pelo choque desairoso de Tânger, que empanou a sua honra de cavaleiro, e Carlos V pela desfeita deplorável de Alger, que embaciou o seu prestígio de guerreiro. Se o grande Infante tivesse perecido ou ficado cativo como o desventurado irmão, Portugal não haveria talvez intervindo com os descobrimentos nos destinos da humanidade. A empresa de D. Sebastião não era mais temerária, nem tanto, do que a de Nun´Álvares em Atoleiros, a de D. João i em Aljubarrota, a de D. Afonso V em Arzila, a de Albuquerque na Índia. Trinta e oito anos antes, Carlos V, o maior soldado do século, acompanhado de capitães da estatura de André Dória, Fernando Cortez, o Duque de Alba, camilo Colonna e Nicolau de Villegaignon, dispondo de uma esquadra de duzentas e sessenta e cinco velas e de um exército de vinte e dois mil soldados espanhóis, alemães e italianos, não conseguira vencer alguns centos de Turcos.
D. Sebastião perdeu-se para salvar o seu reino. Se com ele e os seus nobres cavaleiros se perdeu o reino, foi só porque, na alma nacional, já não havia, como na sua, ideal reagente, intrepidez audaz, energia poderosa – valeu um sacrifício supranacional, cristão, e evitar sem dúvida alguma, o avanço Turco pelo Sul da Península Ibérica, salvando a o então mundo ocidental cristão.

TV Monarquia Portuguesa



Perfazem-se hoje, 4 de Agosto, 445 anos que se travou a fatídica Batalha de Alcácer-Quibir, onde o nosso Rei D. Sebastião foi traído (no «momento vitorioso» da batalha), ferido ao lutar até ao limite das suas forças e, convenientemente, dado como «desaparecido», apesar de chegar a Arzila com alguns dos seus validos na madrugada do dia 5 de Agosto. Muito ferido, pálido como um fantasma, com o rosto coberto de pó e sangue, passou a noite na fortaleza, e foi embarcado para o Reino logo que o navio almirante da esquadra acostou.
Desembarcou em Sagres, perto do Forte do Beliche, em semi-inconsciência, e durante dois meses foi tratado por monges do convento do cabo de S. Vicente (que hoje alberga o farol)...
Portugal soçobraria sob as patas dos traidores e dos Filipes. Mas o primeiro objectivo da batalha fora atingido: o Império Otomano terminaria a sua expansão em Alcácer-Quibir, tal o número de baixas que os Portugueses e o exército marroquino de Mulei Muhamed infligiram ao grande exército de Mulei Maluk, um dos comandantes do turco Selim II... Para os turcos, seria uma vitória amarga, terrivelmente amarga, e uma derrota em termos estratégicos, pois a partir de Alcácer, e da derrota turca em Lepanto, o império Otomano cessou a sua expansão, e começou a retrair-se. Afinal, o sacrifício de Portugal e de D. Sebastião não foi em vão.
Honra e Glória a Portugal e ao seu Rey, nesta data sombria!

Carlos S Silva


Em memória dos 445 anos da batalha de Alcácer-Quibir (4 de Agosto de 1578)
DOM SEBASTIÃO, O ELMO E ALCÁCER-QUIBIR, Rainer Daehnhardt

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