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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 5 de fevereiro de 2023

EM 30 DE JANEIRO DE 1574 MORRIA DAMIÃO DE GÓIS

Damião de Góis, * Alenquer, Triana, 02.02.1502 -† Lisboa, Alenquer, 30.01.1574, era filho do Almoxarife Rui Dias de Góis, (valido do Duque de Aveiro) e da sua quarta mulher D. Isabel Gomes de Limi; Neto paterno de Lopo Dias e de D. Maria Dias de Almaça e neto materno de Álvaro Gomes de Limi (este, filho de Nicolau de Limi, fidalgo flamengo que se estabeleceu em Portugal).

Damião de Góis foi Guarda-Mor da Torre do Tombo, historiador e humanista português, relevante personalidade do Renascimento em Portugal. De mente enciclopédica, foi um dos espíritos mais críticos da sua época, verdadeiro traço de união entre Portugal e a Europa culta do século XVI.

Biografia:

De família nobre, Damião de Góis era filho do almoxarife Rui Dias de Góis, valido do Duque de Aveiro e da sua quarta mulher Isabel Gomes de Limi, neta paterna de Nicolau de Limi, fidalgo flamengo que se estabeleceu em Portugal.

Devido à morte do seu pai, a formação de Damião de Góis foi feita na corte de Dom Manuel I, a qual integrou aos nove anos como moço de câmara, e onde passou 10 anos contactando com figuras como Cataldo Sículo. Em 1523 foi colocado por Dom João III como secretário da Feitoria Portuguesa de Antuérpia — também, em atenção à sua ascendência flamenga.

Efetuou várias missões diplomáticas e comerciais na Europa entre 1528 e 1531. Em 1533 abandonou o serviço oficial do governo português e dedicou-se exclusivamente aos seus propósitos de humanista. Em viagens pela Europa do Norte, contactou com eminentes humanistas e reformadores, conhecendo pessoalmente Lutero, Melanchthon e tornando-se amigo íntimo do humanista holandês Erasmo de Roterdão, com quem conviveu em Basileia em 1534 e que o guiou nos seus estudos, assim como nos seus escritos.

Estudou em Pádua entre 1534 e 1538 onde foi contemporâneo dos humanistas italianos Pietro Bembo e Lazzaro Buonamico. Pouco tempo depois fixou-se em Lovaina por um período de seis anos. Damião de Góis foi feito prisioneiro durante a invasão francesa da Flandres mas foi libertado pela intervenção de Dom João III que o trouxe para Portugal. Versátil e culto, tornou-se escritor, músico, compositor, coleccionador de arte e mecenas. Entre as obras por si coleccionadas é frequentemente atribuído o tríptico de As Tentações de Santo Antão, do pintor holandês Hieronymus Bosch.

Publicou diversas obras humanistas e historiográficas, que lhe valeram a perseguição por alguns elementos do clero português. Quando regressou definitivamente a Portugal, em 1545, foram-lhe movidos dois processos no Tribunal do Santo Ofício. Arquivados os mesmos, em 1548 foi nomeado, até 1571, 11.° guarda-mor dos Arquivos Reais da Torre do Tombo, e dez anos mais tarde foi escolhido pelo cardeal Dom Henrique para escrever a crónica oficial do rei Dom Manuel I, que foi completada em 1567.

No entanto, apesar do rigor historiográfico, este seu trabalho desagradou a algumas famílias nobres, e em 1571 Damião de Góis caiu nas garras do Santo Ofício (Inquisição). Sem a protecção do cardeal-regente, foi preso, sujeito a processo e depois, em 1572, foi transferido para o Mosteiro da Batalha. Abandonado pela sua família, apareceu morto, com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer, em 30 de Janeiro de 1574, sendo enterrado na igreja de Santa Maria da Várzea, da mesma vila, que mandara restaurar em 1560.

Em 1940, devido a ruína, a capela que inclui o túmulo de Damião de Góis e de sua mulher, Joana van Hargen foi trasladada para a actual igreja de São Pedro, de Alenquer, onde se encontra hoje e está classificado como Monumento Nacional desde 1910. Nas paredes laterais foi inserida a pedra com as armas de Damião de Góis, dadas ao escritor pelo imperador Carlos V, e as de Joana van Hargen e o curioso epitáfio tumular de Damião de Góis, escrito pelo próprio em 1560, cerca de quinze anos antes da morte, com o busto e o texto em latim: "Ao maior e óptimo Deus. Damião de Goes, cavaleiro lusitano fui em tempos; corri toda a Europa em negócios públicos; sofri vários trabalhos de Marte; as musas, os príncipes e os varões doutos amaram-me com razão; descanso neste túmulo em Alenquer, aonde nasci, até que aquele dia acorde estas cinzas.

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll e Wikipédia)

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