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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 23 de março de 2023

A LENDA DO MILAGRE DE OURIQUE


A lenda conta que um pouco antes da Batalha de Ourique, D. Afonso Henriques foi visitado por um velho homem, que o rei acreditava já ter visto em sonhos.

O homem fez-lhe uma revelação profética da vitória. Disse-lhe também para, na noite seguinte, sair do acampamento sozinho, logo que ouvisse a sineta da ermida onde o velho vivia. O rei assim fez.

Foi então que um raio de luz iluminou tudo em seu redor, deixando-o distinguir, aos poucos, o Sinal da Cruz e Jesus Cristo crucificado. Emocionado, ajoelhou-se e ouviu a voz do Senhor, que lhe prometeu a vitória naquela e noutras contendas. No dia seguinte, D. Afonso Henriques venceu a batalha.

Conforme reza a lenda, D. Afonso Henriques decidiu então que a bandeira portuguesa passaria a ter cinco escudos, ou quinas, em cruz, representando os cinco reis vencidos e as cinco chagas de cristo. 


Batalha de Ourique
“Confia, Afonso, porque não somente vencerás esta batalha, mas todas as outras, em que pelejares contra os inimigos da Cruz. Tua gente acharás alegre para a guerra, e forte, pedindo-te que com nome de Rei entres nesta batalha com título de Rei. Não duvides, mas concede-lhe liberalmente o que te pedirem. Porque Eu sou o que faço e desfaço Reinos e Impérios. E minha vontade é edificar sobre ti e sobre tua geração depois de ti, um Império, para que o meu Nome seja levado a gentes estranhas. E porque os teus sucessores conheçam quem te deu o Reino, fabricarás o teu Escudo de armas com a divisa do preço, com que Eu comprei o género humano, e com o que eu fui comprado dos Judeus. E ser-me-á um Reino santificado, puro na Fé e pela piedade amado.”

JOSÉ DE ALMEIDA BASTO



EXCERTO DO BOM COMBATE, estudo da Associação As Quinas:

Muitos são os exemplos históricos que demonstram a especial reverência de Portugal à Santa Cruz de Cristo, muitas delas retiradas da obra “Portugal – A Missão Que Falta Cumprir”, de Eduardo Amarante e Rainer Daehnhardt: somos o país com maior cunho templário do Velho Continente, D. Dinis protegeu os Templários a todo o custo, responsáveis maiores pelos Descobrimentos portugueses, fomos o primeiro reino europeu a cunhar a moeda com a cruz de Cristo, a moeda Morabitino; iniciámos a evangelização por todos continentes, cumprindo a ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo; autorizámos os casamentos mistos muito tempo antes das restantes potências imperiais, daí a popular frase: “Deus criou o branco e o negro, Portugal criou o mestiço”; promovemos a abolição da escravatura. Acima de todos estes, dois eventos confirmam os deveres destinados à nação portuguesa: o Milagre de Ourique (1139) e as Aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917).
A Batalha de Ourique revestia-se de importância decisiva para o projecto da reconquista cristã de D. Afonso Henriques. No verão de 1139, em plena aridez rasa alentejana (ainda que alguns historiadores defendam que se pode tratar de Campo de Ourique, perto de Leiria, e não o Ourique do Baixo Alentejo), cristãos e muçulmanos opor-se-iam em favor da bandeira, da honra e da fé. As tropas do Conquistador estavam em clara desvantagem numérica (“muitos cronistas idóneos referem-se a cem ismaelitas [mouros] para cada lusitano”, CORREIA, PLÍNIO) , apanágio histórico português, factor estudado pelas hostes portuguesas. Nas vésperas da batalha, segundo um antiquíssimo documento redigido por Frei Bernardo de Brito, encontrado no ano de 1506 no Cartório do Real Mosteiro de Alcobaça, o Anjo Custódio e Nosso Senhor Jesus Cristo aparecera a D. Afonso Henriques com selo de anuência fundacional divina, no qual Deus transmite ao nosso rei os planos que reserva para a nação portuguesa:
"Tem confiança Afonso, porque não só vencerás esta batalha mas todas as mais em que pelejares pelos inimigos da Cruz. Acharás tua gente pronta e animosa para a batalha, e pedindo-te que entres na peleja com nome de Rei, não lhe ponhas dúvidas em nada, mas concede livremente quanto te pedirem porque eu sou o fundador e o destruidor dos Impérios e dos Reinos e quero fundar em ti e em tua geração um Império para que o meu Nome seja levado a gentes estranhas. E para que teus descendentes conheçam em de cuja mão têm o Reino comporás o escudo de tuas armas do preço com que eu comprei o género humano, e daquele porque fui comprado dos judeus e ser-me-á este Reino santificado para mim próprio puro pela fé e amado pela piedade."
A partir da autoridade de Cristo, rei de Portugal e do Universo, nasce a simbologia berçária das Quinas: 5 Chagas de Cristo e 5 escudos representado os 5 reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique. Curiosamente, o mesmo documento abriga o testemunho ocular do próprio rei, com uma arrepiante demonstração de obediência e até de indignidade:
“Eu, Afonso, Rei de Portugal, filho do conde Henrique e neto do grande rei Dom Afonso, diante de vós, Bispo de Braga e Bispo de Coimbra e Teotónio e todos os mais vassalos de meu reino, juro em esta cruz de metal e neste livro dos Santos Evangelhos em que ponho minhas mãos, que eu, miserável pecador, vi com esses olhos indignos a Nosso Senhor Jesus Cristo, estendido na Cruz, do modo seguinte: eu estava com meu exército nas terras de Alentejo, nos campos de Ouriques, para dar batalha a Ismael e outros quatro reis mouros, que tinham consigo infinitos milhares de homens, e minha gente, temerosa de sua multidão, estava atribulada e triste sobremaneira. E entanto que publicamente diziam alguns, ser temeridade acometer tal jornada. E eu, enfadado do que ouvia, comecei a cuidar comigo o que faria. E como estivesse na minha tenda um livro em que estava escrito o Testamento Velho e o de Jesus Cristo, abri-o e li nele a vitória de Gedeão e disse entre mim mesmo: Mui bem sabeis Vós, Senhor Jesus Cristo, que por amor vosso tomei sobre mim essa guerra contra Vossos adversários. Em Vossa mão está dar a mim e aos meus fortaleza para vencer esses blasfemadores do Vosso Nome. E subitamente vi, à parte direita, contra o nascente, um raio resplandecente, indo-se pouco a pouco clarificando; cada hora se fazia maior. E pondo de propósito os olhos para aquela parte, vi, de repente, no próprio raio, o sinal da cruz mais resplandecente que o sol, e um grupo grande de mancebos resplandecentes, os quais, creio que seriam os Santos Anjos. Vendo, pois, essa visão, pondo à parte o escudo e a espada, me lancei de bruços e, desfeito em lágrimas comecei a rogar pela consolação de seus vassalos, e disse sem nenhum temor. A que fim me apareceis, Senhor? Quereis, porventura, acrescentar fé a quem já tem tanta? “Melhor é, por certo, que vos vejam os inimigos, e creiam em vós, que eu, que desde a fonte do Batismo vos conheci por Deus verdadeiro, filho da Virgem e do Padre Eterno, e assim Vos reconheço agora.”
Alguns historiadores alegam tratar-se de um plano real a fim de motivar os soldados portugueses nas batalhas vindouras, mas nunca essa hipótese conseguirá ser validada plenamente. É verdade que a aparição edificou a ânsia vitoriosa do exército luso, mas destacamos quatro factos que certificam a aparição: 1) – a estrutura do documento indica o testemunho ocular de D. Afonso Henriques, recheado de detalhes, especificidades e linhas coerentes. O próprio rei, num acto de humilde subserviência, reconhece-se pecador, alguém menor e quase inútil, ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. A auto-caracterização desfavorável, elemento raro num homem da condição de D. Afonso Henriques, pode levar-nos a crer que observou algo místico e de uma dimensão bastante superior à sua, o que invocaria o seu estado de inferioridade; 2) – a proximidade cronológica do documento para com a data da batalha; 3) – a escassez de relatos semelhantes em outras nações ou reis. Essa fabricação seria, certamente, utilizada em outros conflitos, nomeadamente durante as Cruzadas; 4) – a consciência da transgressão de um mandamento divino: não darás falso testemunho. Estaria D. Afonso Henriques, fervoroso seguidor de Cristo, disposto a violar um dos 10 mandamentos sob pena de ser condenado eternamente? Trocaria El Rey o Paraíso por uma vitória militar? Parecem-nos ser evidência mais do que bastantes para não descartar cegamente aquilo que foi escrito acerca do Milagre de Ourique. A fundação de Portugal autorizada por Jesus Cristo a D. Afonso Henriques iniciaria a missão do V Império Cristão comandado pelo nosso país. A manhã das nossas cores alastrava-se por um céu esotérico e inexplicável.







Batalha de Ourique: quando D. Afonso Henriques se tornou Rei

Foi há 884 anos que teve lugar a Batalha de Ourique. Conheça a sua história!

Em 1139, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, enfrentou 5 reis mouros. Essa batalha ficou conhecida como a Batalha de Ourique e teve um papel essencial na independência e na afirmação do nosso país enquanto nação soberana.

Para a história, esta batalha serviu de prova divina de que Portugal merecia a independência, pois era reconhecido dessa forma por Deus. Perceba melhor os contornos deste confronto que ocorreu há 884 anos.

Batalha de Ourique: quando D. Afonso Henriques se tornou Rei

A Batalha de Ourique terá tido lugar nos campos de Ourique (daí o seu nome), na região a que hoje chamamos Castro Verde, no Alentejo. Há quem defenda que este confronto tenha ocorrido a 25 de Julho de 1139, data tida como o aniversário de D. Afonso Henriques, visto como figura maior da luta contra os mouros (existia até quem o chamasse de mata-mouros).

Porém, há também quem afirme que esta batalha nunca ocorreu, pelo menos não da forma que se pensa.

O que diz a história?

Aquilo que é narrado é que esta batalha terá de facto acontecido no dia 25 de Julho de 1139, na zona de Ourique (Aulic, Oric, Ouric), à época zona dominada pelos muçulmanos. Nesta batalha, D. Afonso Henriques enfrentou os exércitos de cinco reinos muçulmanos (taifas), os quais vieram de localidades como Sevilha, Badajoz, Elvas, Beja e Évora para defenderem aquele território.

Esta batalha terá tido lugar no contexto das chamadas “correrias”, as quais eram feitas entre a primavera e o verão e visavam atacar os reinos muçulmanos da Península Ibérica que se encontravam mais divididos.

O que diz a lenda?

Reza então a lenda, que embora os exércitos muçulmanos fossem em maior número do que os portugueses, D. Afonso Henriques tinha tido no dia anterior ao da batalha uma visão em que um eremita e Jesus Cristo profetizavam que D. Afonso Henriques se tornaria rei e que o seu reino se expandiria, de modo a divulgar a fé cristã por cada canto do mundo.

Assim, munido dessa fé e dessa crença, D. Afonso Henriques e o seu exército foram capazes de vencer as forças muçulmanas, passando ele a intitular-se como “Rex” (rei).

Conclusão

Mesmo que a batalha de Ourique tenha tido outros contornos, talvez não tão românticos ou heroicos, certo é que este foi um episódio histórico da máxima importância para o rumo de Portugal.

É com base no resultado desta batalha que D. Afonso Henriques, mais tarde, invoca o direito de se declarar rei de Portugal, conseguindo que, finalmente, Portugal se autonomize do Reino de Leão.

IN HOC SIGNO VINCES

Esta é outra referência que vale a pena fazer, pois remonta a esta batalha a referência à frase que Cristo terá proferido perante Constantino, Imperador de Roma, e que é normalmente utilizada sempre que alguém invoca que Cristo prometeu a vitória a todos os que defendem a Cruz.

IN HOC SIGNO VINCES significa “com este sinal vencerás” e terá sido uma das frases ditas por Cristo a D. Afonso Henriques naquela visão que ele teve. É, por isso, que as armas e o escudo armorial português mantêm até aos nossos dias os cinco escudetes que formam uma cruz, os quais simbolizam os cinco reinos derrotados nesta batalha.

Sobre estes cinco escudetes, há ainda besantes, os quais simbolizavam que foi por direito divino que D. Afonso Henriques se tornou no primeiro rei de Portugal e que, por isso, podia cunhar moeda.

Inicialmente, os besantes eram 11, mas depois passaram a 5 (um sobre cada um dos escudetes), sendo que estes deveriam ser contados mais do que uma vez, de modo a resultar no número 30, em referência às 30 moedas pelas quais Judas vendeu Cristo.

Biografia de D. Afonso Henriques

A 1ª Dinastia, chamada de Dinastia Afonsina ou de Dinastia Borgonha, teve início com D. Afonso Henriques. O primeiro rei de Portugal nasceu no dia 25 de Junho de 1111, em Guimarães, que é, por isso, considerada até hoje o “berço da nação”.

D. Afonso Henriques era filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa e ficou para a história com o cognome de “O Conquistador”, precisamente por ter sido fundador do reino e por ter conseguido alargar o seu território. O seu reinado prolongou-se de 1143 a 1185.

Para a história, também ficou popularizado como “o rei que bateu na mãe”, devido à batalha de São Mamede que o opôs à mãe, D. Teresa, que ficou do lado espanhol, junto a Fernão Peres de trava, com quem teria um romance

D. Afonso Henriques casou com D. Mafalda de Sabóia e teve como filho D. Sancho I, que viria a ser o seu sucessor no trono e que ficou conhecido para a história como “O Povoador”. D. Sancho I reinou de 1185 a 1211.

A Dinastia Afonsina continuou com mais reis de nome Afonso, como foi o caso de D. Afonso II, neto de D. Afonso Henriques, e que ficou para a história com o cognome pouco abonatório de “O Gordo”. D. Afonso II era filho de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão e reinou o país entre 1211 e 1223. 

Batalha de Ourique: quando D. Afonso Henriques se tornou Rei (ncultura.pt)

 Por Márcio Magalhães

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