♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 28 de julho de 2023

EXCERTO DO BOM COMBATE


Muitos são os exemplos históricos que demonstram a especial reverência de Portugal à Santa Cruz de Cristo, muitas delas retiradas da obra “Portugal – A Missão Que Falta Cumprir”, de Eduardo Amarante e Rainer Daehnhardt: somos o país com maior cunho templário do Velho Continente, D. Dinis protegeu os Templários a todo o custo, responsáveis maiores pelos Descobrimentos portugueses, fomos o primeiro reino europeu a cunhar a moeda com a cruz de Cristo, a moeda Morabitino; iniciámos a evangelização por todos continentes, cumprindo a ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo; autorizámos os casamentos mistos muito tempo antes das restantes potências imperiais, daí a popular frase: “Deus criou o branco e o negro, Portugal criou o mestiço”; promovemos a abolição da escravatura. Acima de todos estes, dois eventos confirmam os deveres destinados à nação portuguesa: o Milagre de Ourique (1139) e as Aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917).

A Batalha de Ourique revestia-se de importância decisiva para o projecto da reconquista cristã de D. Afonso Henriques. No verão de 1139, em plena aridez rasa alentejana (ainda que alguns historiadores defendam que se pode tratar de Campo de Ourique, perto de Leiria, e não o Ourique do Baixo Alentejo), cristãos e muçulmanos opor-se-iam em favor da bandeira, da honra e da fé. As tropas do Conquistador estavam em clara desvantagem numérica (“muitos cronistas idóneos referem-se a cem ismaelitas [mouros] para cada lusitano”, CORREIA, PLÍNIO) , apanágio histórico português, factor estudado pelas hostes portuguesas. Nas vésperas da batalha, segundo um antiquíssimo documento redigido por Frei Bernardo de Brito, encontrado no ano de 1506 no Cartório do Real Mosteiro de Alcobaça, o Anjo Custódio e Nosso Senhor Jesus Cristo aparecera a D. Afonso Henriques com selo de anuência fundacional divina, no qual Deus transmite ao nosso rei os planos que reserva para a nação portuguesa:

"Tem confiança Afonso, porque não só vencerás esta batalha mas todas as mais em que pelejares pelos inimigos da Cruz. Acharás tua gente pronta e animosa para a batalha, e pedindo-te que entres na peleja com nome de Rei, não lhe ponhas dúvidas em nada, mas concede livremente quanto te pedirem porque eu sou o fundador e o destruidor dos Impérios e dos Reinos e quero fundar em ti e em tua geração um Império para que o meu Nome seja levado a gentes estranhas. E para que teus descendentes conheçam em de cuja mão têm o Reino comporás o escudo de tuas armas do preço com que eu comprei o género humano, e daquele porque fui comprado dos judeus e ser-me-á este Reino santificado para mim próprio puro pela fé e amado pela piedade."

A partir da autoridade de Cristo, rei de Portugal e do Universo, nasce a simbologia berçária das Quinas: 5 Chagas de Cristo e 5 escudos representado os 5 reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques na Batalha de Ourique. Curiosamente, o mesmo documento abriga o testemunho ocular do próprio rei, com uma arrepiante demonstração de obediência e até de indignidade:

“Eu, Afonso, Rei de Portugal, filho do conde Henrique e neto do grande rei Dom Afonso, diante de vós, Bispo de Braga e Bispo de Coimbra e Teotónio e todos os mais vassalos de meu reino, juro em esta cruz de metal e neste livro dos Santos Evangelhos em que ponho minhas mãos, que eu, miserável pecador, vi com esses olhos indignos a Nosso Senhor Jesus Cristo, estendido na Cruz, do modo seguinte: eu estava com meu exército nas terras de Alentejo, nos campos de Ouriques, para dar batalha a Ismael e outros quatro reis mouros, que tinham consigo infinitos milhares de homens, e minha gente, temerosa de sua multidão, estava atribulada e triste sobremaneira. E entanto que publicamente diziam alguns, ser temeridade acometer tal jornada. E eu, enfadado do que ouvia, comecei a cuidar comigo o que faria. E como estivesse na minha tenda um livro em que estava escrito o Testamento Velho e o de Jesus Cristo, abri-o e li nele a vitória de Gedeão e disse entre mim mesmo: Mui bem sabeis Vós, Senhor Jesus Cristo, que por amor vosso tomei sobre mim essa guerra contra Vossos adversários. Em Vossa mão está dar a mim e aos meus fortaleza para vencer esses blasfemadores do Vosso Nome. E subitamente vi, à parte direita, contra o nascente, um raio resplandecente, indo-se pouco a pouco clarificando; cada hora se fazia maior. E pondo de propósito os olhos para aquela parte, vi, de repente, no próprio raio, o sinal da cruz mais resplandecente que o sol, e um grupo grande de mancebos resplandecentes, os quais, creio que seriam os Santos Anjos. Vendo, pois, essa visão, pondo à parte o escudo e a espada, me lancei de bruços e, desfeito em lágrimas comecei a rogar pela consolação de seus vassalos, e disse sem nenhum temor. A que fim me apareceis, Senhor? Quereis, porventura, acrescentar fé a quem já tem tanta? “Melhor é, por certo, que vos vejam os inimigos, e creiam em vós, que eu, que desde a fonte do Batismo vos conheci por Deus verdadeiro, filho da Virgem e do Padre Eterno, e assim Vos reconheço agora.”

Alguns historiadores alegam tratar-se de um plano real a fim de motivar os soldados portugueses nas batalhas vindouras, mas nunca essa hipótese conseguirá ser validada plenamente. É verdade que a aparição edificou a ânsia vitoriosa do exército luso, mas destacamos quatro factos que certificam a aparição: 1) – a estrutura do documento indica o testemunho ocular de D. Afonso Henriques, recheado de detalhes, especificidades e linhas coerentes. O próprio rei, num acto de humilde subserviência, reconhece-se pecador, alguém menor e quase inútil, ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. A auto-caracterização desfavorável, elemento raro num homem da condição de D. Afonso Henriques, pode levar-nos a crer que observou algo místico e de uma dimensão bastante superior à sua, o que invocaria o seu estado de inferioridade; 2) – a proximidade cronológica do documento para com a data da batalha; 3) – a escassez de relatos semelhantes em outras nações ou reis. Essa fabricação seria, certamente, utilizada em outros conflitos, nomeadamente durante as Cruzadas; 4) – a consciência da transgressão de um mandamento divino: não darás falso testemunho. Estaria D. Afonso Henriques, fervoroso seguidor de Cristo, disposto a violar um dos 10 mandamentos sob pena de ser condenado eternamente? Trocaria El Rey o Paraíso por uma vitória militar? Parecem-nos ser evidência mais do que bastantes para não descartar cegamente aquilo que foi escrito acerca do Milagre de Ourique. A fundação de Portugal autorizada por Jesus Cristo a D. Afonso Henriques iniciaria a missão do V Império Cristão comandado pelo nosso país. A manhã das nossas cores alastrava-se por um céu esotérico e inexplicável.



Sem comentários:

Enviar um comentário