Trazida por frei Romano, monge do convento de Cauliniana, perto de Mérida e por D. Rodrigo, último rei visigodo, é uma imagem de madeira policromada de Nossa Senhora aleitando o Menino.
Segundo a lenda, D. Fuas Roupinho, alcaide do castelo de Porto de Mós, quando se achava no cimo de uma falésia, à beira do precipício, avistou uma gruta onde se venerava uma imagem da Virgem Maria sentada num banco baixo a amamentar o Menino Jesus. Por trás do altar ali existente encontrou um cofre em marfim contendo algumas relíquias e um pergaminho, no qual se identificavam as relíquias como sendo de S. Brás e S. Bartolomeu e se relatava a história da pequena imagem esculpida em madeira policromada.
Segundo o pergaminho, a imagem terá sido venerada desde os inícios do cristianismo em Nazaré, na Galileia, terra natal de Maria. No século V, o monge grego Ciríaco transportou-a até ao mosteiro de Cauliniana, em Mérida.
Em 711, após a derrota das forças cristãs na batalha de Guadalete, D. Rodrigo, o rei cristão visigodo derrotado, escapou do campo de batalha e, juntamente com frei Romano, fugiram juntos para o litoral atlântico, levando consigo a vetusta imagem da Nossa Senhora da Nazaré, que se venerava no mosteiro por ter fama de miraculosa.
Em Novembro de 711 chegaram ao seu destino, o Sítio da Nazaré – denominação que decorre do seu lugar de origem, a aldeia de Nazaré, na Galileia – onde a sagrada imagem foi colocada sobre um altar no interior de uma pequena gruta no topo de uma falésia sobre o mar.
in "ROTEIRO MEGALÍTICO - Percurso Mágico em Terras Portuguesas", Eduardo Amarante
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