Álvaro Gonçalves Pereira terá entrado muito novo para a Ordem do Hospital por influência do avô, Estêvão Vasques Pimentel, filho do afamado cavaleiro Vasco Martins Pimentel, que interfere junto dos seus cavaleiros da Ordem para que o neto surja, aos 18 anos de idade, como prior da dita Ordem. Por esta altura, a sede da Ordem era em Leça do Balio, mas Dom Álvaro, durante o seu priorado, deslocá-la-á para o centro do País, mais concretamente para o Crato.
Convém lembrar que Dom Álvaro privou e serviu três reis portugueses: Dom Afonso IV, Dom Pedro I e Dom Fernando I; por aqui se percebe a sua influência no reino.
Álvaro Gonçalves Pereira, além de eclesiástico e estudioso, astrólogo e alquimista, foi um distinto cavaleiro, versado nas artes da guerra. Terá tido vários filhos de várias mulheres, entre elas «a mulher que mais amava», Iria Gonçalves do Carvalhal, «muito boa e muito nobre mulher», natural de Elvas, camareira da infanta Dona Beatriz, filha do rei Dom Fernando. Foi desta relação que nasceu Dom Nuno Álvares Pereira, no dia 24 de Junho de 1360.
Esta data, por si só, carrega um grande simbolismo místico – com ênfase para as noites de antanho -, não fosse este o dia do clímax solar, consagrado a todos os prodígios, à revelação oculta de todos os poderes sagrados e profanos, dia cristianizado pela igreja a S. João Baptista. É a partir desta data que o sol perde pujança, permitindo que as noites vençam os dias, mas tudo será revertido com o Natal (nascimento de Cristo). Lembremos que a grande batalha decisiva da história de Portugal independente, foi travada neste dia, dia excelso para o destino de Portugal, dia da aclamação/anunciação/consagração do primeiro rei de Portugal, entendido como o início de um novo ciclo.
in "Dom Nuno Álvares Pereira na Tradição Barrosã", Agostinho Veras
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