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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 23 de julho de 2023

ALEXANDRE VI, O PAPA PROTECTOR DOS JUDEUS

Sem dúvida, Alexandre VI foi o Papa de Roma que mais impactou de forma negativa o imaginário popular devido ao seu estilo de vida, digamos, nada ortodoxo. Contudo, estudiosos apontam alguns exageros nas narrativas que o colocam como o "vilão dos vilões." O facto é que Alexandre VI era um homem de seu tempo, o Renascimento, um período conturbado na vida dos Estados Pontifícios.

Em 1492, Alexandre VI, o recém-eleito Papa de Roma permitiu que milhares de refugiados judeus viessem da Espanha para a Itália. Nascido Rodrigo Bórgia, natural do reino espanhol de Aragão, Alexandre VI foi rotulado de marrano, um termo pejorativo para classificar os judeus convertidos, e seu filho César Bórgia foi chamado de "cão judeu." Entre os entusiastas das ofensas, estava o cardeal Giuliano della Rovere, futuro Papa Júlio II, que alegou em público que o Papa Alexandre VI seria de facto um marrano, descendente de judeus, mas nada disso foi comprovado até hoje.

Os reis católicos Fernando e Isabel haviam decretado a expulsão de todos os judeus da Espanha recém-unificada. Com isso, um grande número de sefarditas se refugiou na Itália, onde receberam protecção não só do Papa Alexandre VI, mas também do rei Fernando I de Nápoles, que se inspirou no acto do pontífice. Com relação a isso, existe um facto interessante. Para Dom Isaac Abravanel, um ilustre judeu da época, foi até mesmo concedido um cargo na corte napolitana, que ele manteve sob o sucessor do rei, Alfonso II. Para quem não sabe, Dom Isaac Abravanel é ancestral do apresentador brasileiro Senor Abravanel, conhecido como Silvio Santos, dono da emissora de televisão SBT.

Das narrativas e lendas envolvendo o Papa Alexandre VI e sua relação com os judeus, o facto é que um grande grupo de sefarditas se estabeleceu e se multiplicou em Itália graças a atitude do pontífice. Uma grande comunidade que durou até os tempos de Mussolini, quando este último deportou em massa os sefarditas remanescentes para a Alemanha nazi. 

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