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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 18 de julho de 2023

CÁTAROS EM PORTUGAL NA REGIÃO DA BEIRA BAIXA E ALTO ALENTEJO

O objectivo principal de D. Sancho I foi conceder doações para expulsar o poder muçulmano, ocupar os territórios e alargar o Reino fundado pelo seu pai. Foram várias as doações que fez. Em 1197, confirmou a doação à Ordem do Templo, a sul do castelo de Monsanto, dos territórios de Idanha. Em Julho de 1199 D. Sancho I doou à mesma Ordem do Templo a vasta Herdade da Açafa, situada a leste do castelo de Abrantes.
Açafa era uma área que abrangia os actuais concelhos de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Nisa e Castelo de Vide. Na altura era mestre da Ordem do Templo da secção portuguesa o cavaleiro D. Lopo Fernandes, o qual viria a morrer em combate ao lado de D. Sancho I em Agosto desse mesmo ano de 1199, ao tentar conquistar a praça de Cidade Rodrigo ao Reino de Leão.

Foi fulcral para o plano de povoamento do território português a acção dos cavaleiros da milícia do Templo e do seu domínio na herdade de Açafa, pois não só permitiu a consolidação do reino de Portugal como também afastava os almorávidas e os almóadas para sul.

Na região de Castelo Branco – cujos naturais são denominados Albicastrenses, possível junção do nome de duas localidades occitanas: Albi + Castres – vamos encontrar dezenas de topónimos que aparentemente resultam do povoamento occitano do século XIII. Refira-se que este facto não é estranho devido à presença templária na região como garante de defesa e protecção dos cristãos aí instalados.
Em 1211, um pouco antes da queda de Toulouse em 1213, e de Provença em 1246, muitos cátaros, jograis e trovadores procuraram refúgio noutros locais, provocando a difusão lírica provençal por toda a Europa. Em Portugal tiveram uma forte influência nas cantigas de amor galego-portuguesas.

Em relação à ligação toponómica do Alto Tejo com a região sul de França, da Occitânia (o denominado Occitejano), passamos a transcrever a seguinte conclusão de J. Pedro Machado no seu “Dicionário Etimológico da Língua portuguesa”:
“A língua falada e escrita dos francos que foram os primeiros (re)povoadores do Alto Tejo não era nenhuma variedade do francês – língua d’oïl –, mas variedades do occitano ou provençal – língua d’òc – mais próximas das variedades neo-latinas ibéricas, em particular do catalão, que das variedades neo-latinas gaulesas faladas a norte do rio Loire e que estão na origem do francês contemporâneo. Em occitano, Toulouse é Tolosa, Montauban é Montalvão , Nice é Nissa ou Niça e Provence é Provença, como actualmente em português. Na Idade Média, porém, eram também utilizadas em português as formas Prouença e Proença. Diante do muito provável afluxo de um número significativo de colonos oriundos de Montauban, Nice, Toulouse, Arles – Arle em occitano, Arel em latim –, Albi, Castres e da Provença em geral, não só no final do reinado de D. Sancho I, mas provavelmente durante toda a primeira metade do século XIII, é possível conjecturar acerca da origem do topónimo Ródão inexistente até então. Com efeito, os territórios dos condes da Provença e de Toulouse, ambos parentes próximos dos reis de Portugal, eram, respectivamente delimitados e atravessados pelo rio Ródano. Então, tal como mano deu origem a mão, de acordo com a tendência da língua portuguesa para a queda, e consequente nasalização, do n intervocálico, terá Ródano dado origem a Ródão?"
in "CÁTAROS - A Heresia Cristã e a Montanha Sagrada", Dulce Leal Abalada/Eduardo Amarante


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