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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 17 de julho de 2023

OS MÁRTIRES PORTUGUESES (E NÃO SÓ) MORTOS EM 1570, CELEBRADOS A 17 DE JULHO


Bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros

Inácio de Azevedo nasceu em Portugal, no Porto, no ano de 1527 numa família rica e nobre. Em 1548, após um retiro em Coimbra, decidiu-se pela vida religiosa, entrando na Companhia de Jesus. Revelou-se excelente religioso, tendo sido nomeado reitor do Colégio Santo António em Lisboa, antes mesmo de terminar o curso de teologia, com apenas 26 anos de idade.

No ano de 1565, São Francisco de Borja confiou a Inácio a inspeção das missões das Índias e do Brasil, durando esta visita cerca de três anos. No seu relatório, Inácio pedia reforços e São Francisco de Borja ordenou-lhe que recrutasse em Portugal e Espanha elementos para o Brasil. Após cinco meses de intensos preparativos religiosos, no dia 5 de Junho de 1570, Inácio e mais 39 companheiros, embarcam no navio mercante São Tiago.

Jacques de Sorre, corsário francês protestante, conhecido como “O Anjo Extreminador” devido à perseguição assassina que no Sec. XVI movia aos católicos pelos oceanos, partiu de La Rochelle para capturar os jesuítas. Alcançou-os ao largo da ilha de Palma, no arquipélago das Canárias, e estes, impedidos de dar luta pelo Padre Inácio de Azevedo, como o capitão português pretendia, clamavam com grande coragem que fosse feita a vontade do Senhor, acabando todos mortos de formas mais ou menos cruéis pelos calvinistas.

Inácio, atingido com uma cutilada na cabeça e vários outros golpes no corpo, acaba por ser atirado ao mar. Na sua agonia, sem manifestar ódio aos seus algozes, exclama:

- Todos me sejam testemunhas como morro pela fé católica e pela Santa Igreja Romana.

Sorres decidiu salvar a vida de todos os sobreviventes com exceção dos jesuítas, que, afirmava, iam semear falsa doutrina no Brasil; o número de mártires chegou a 40, nove espanhóis e os restantes portugueses.

Santa Teresa de Jesus, como ela própria descreve, contemplou em êxtase a entrada no Céu dos 40 mártires, entre os quais, com particular regozijo, descobriu o seu primo Francisco Pérez Godoy.

O culto destes mártires foi confirmado pelo Papa Pio IX em 1854.


Beato Nicolau Dinis

Este noviço da Companhia de Jesus era Português, natural de Bragança. No ano de 1570, encontrava-se a caminho do Brasil com o Padre Inácio de Azevedo quando, atacado pelos navios de Jacques de Sorres, corsário francês protestante, foi martirizado ao largo das Ilhas Canárias juntamente com mais 39 missionários, dos quais nove espanhóis e os demais portugueses.

Tinha 17 anos de idade e era ainda estudante no colégio da Companhia de Jesus, em Bragança. Dizia muitas vezes ao seu mestre que o coração lhe adivinhava que havia de ser mártir e, pouco tempo antes da viagem, enquanto esperava pela ordem de partida e questionado pela causa da pura alegria que revelava em determinado momento, respondeu que naquela hora lhe tinha revelado o Senhor que daí a pouco tempo havia de ser mártir.

Jacques de Sorres era conhecido como “O Anjo Extreminador” devido à perseguição assassina que, no Sec. XVI, movia aos católicos pelos oceanos. Neste ataque, ocorrido ao largo da ilha de La Palma, decidiu poupar a vida de todos os tripulantes com exceção dos jesuítas, que, afirmava, iam semear falsa doutrina no Brasil. Sem oporem resistência aos atacantes, e animados pelo Padre Inácio de Azevedo, os religiosos clamavam com grande coragem que fosse feita a vontade do Senhor, acabando todos mortos de formas mais ou menos cruéis. O Beato Nicolau Dinis foi atirado ao mar ainda vivo.

Assim que chegaram a Bragança as novas do martírio, o então Bispo D. António Pinheiro exclamou: “O nosso Nicolau que aqui vistes andar pelas ruas de Bragança é mártir glorioso de Cristo com grande coroa de gloria para sempre, e eu bispo não sei se me hei-de salvar”.

Santa Teresa de Jesus, como ela própria descreve, contemplou em êxtase a entrada no Céu dos 40 mártires, entre os quais, com particular regozijo, descobriu o seu primo Francisco Pérez Godoy.

O culto destes mártires foi confirmado pelo Papa Pio IX em 1854.



Beato Bento de Castro

Nasceu em 1543, em Bragança, Portugal, e entrou na Companhia de Jesus aos 18 anos. No ano de 1570, encontrava-se a caminho do Brasil com o Padre Inácio de Azevedo, quando, atacado pelos navios de Jacques de Sorres, corsário francês protestante, foi martirizado ao largo das Ilhas Canárias juntamente com mais 39 missionários, dos quais 9 espanhóis e os demais portugueses.

Jacques de Sorres era conhecido como “Anjo Extreminador” devido à perseguição assassina que, no século XVI, movia aos católicos pelos oceanos. Neste ataque, ocorrido ao largo da ilha de La Palma, decidiu poupar a vida de todos os tripulantes com exceção dos jesuítas, que, afirmava, iam semear falsa doutrina no Brasil. Sem oporem resistência aos atacantes, e animados pelo Padre Inácio de Azevedo, os religiosos clamavam com grande coragem que fosse feita a vontade do Senhor, acabando todos mortos de formas mais ou menos cruéis.

Bento de Castro foi o segundo a ser assassinado, logo a seguir ao Padre Inácio de Azevedo. Foi ferido com três arcabuzadas, e como não caísse, recebeu ainda mais sete punhaladas. Abraçado à cruz, e professando a fé católica em que morria, caiu desmaiado e foi lançado ao mar. Tinha 27 anos.

Santa Teresa de Jesus, como ela própria descreve, contemplou em êxtase a entrada no Céu dos 40 mártires, entre os quais, com particular regozijo, descobriu o seu primo Francisco Pérez Godoy.

O culto destes mártires foi confirmado pelo Papa Pio IX em 1854.






17 de Julho - Beato Inácio de Azevedo e Companheiros, “Mártires de Tazacorte" ou "Quarenta Mártires do Brasil"

Os Quarenta Mártires do Brasil também conhecido como Mártires de Tazacorte compõem um grupo de 40 jovens da Companhia de Jesus (entre 20 e 30 anos), 32 portugueses e 8 espanhóis, destinados às missões no Brasil em 1570. Eram no total 2 sacerdotes, 1 diácono, 14 irmãos e 23 estudantes, liderados por Inácio de Azevedo. Durante a viagem, sua nau foi interceptada nas Ilhas Canárias por navios de huguenotes, calvinistas franceses. Ao saberem que os tripulantes eram missionários católicos, atiraram-nos ao mar a 15 de Julho de 1570.

Inácio de Azevedo nasceu no Porto, Portugal, em 1526. Aos 23 anos, já tinha entrado na Companhia de Jesus ocupando vários serviços. Era ardoroso pelas missões além-fronteiras. Foi quando o Superior Geral o enviou para o Brasil e, ao retornar, testemunhou a necessidade de mais missionários.
Antes da sua partida em missão para o Brasil, os sacerdotes, irmãos e estudantes reuniram-se na Quinta de Vale do Rosal, situada na Charneca de Caparica, concelho de Almada, Portugal, e foi aí que se preparam espiritualmente, durante cinco meses, para a missão de evangelização desse tão grande território que era o território brasileiro, todos quantos tinham aderido ao projecto do padre Dom Inácio de Azevedo. Nessa propriedade os jovens jesuítas subiam frequentemente para rezar junto a um cruzeiro de madeira onde cerca de 1659 é levantado por iniciativa do Padre Procurador-Geral do Brasil um cruzeiro de pedra numa brenha da Quinta de Vale de Rosal em memória dos "40 Mártires do Brasil". No dia da sua partida, seguiram na expedição um total de 86 pessoas: 70 eram religiosos jesuítas, os restantes assalariados. Depois de aportarem na Ilha da Madeira, a 12 de Junho de 1570, para consertar as embarcações, descansar e recolher mantimentos, prosseguiram viagem, na nau Santiago, apenas Inácio de Azevedo com 39 companheiros.

A pouca distância de Tazacorte (em La Palma, Ilhas Canárias), a 15 de Julho de 1570, foram surpreendidos por um navio francês comandado pelo calvinista Jacques Sourie. Os calvinistas abordaram a nau com enorme alarido, praguejando e ameaçando de morte os missionários. O Padre Inácio de Azevedo apressou-se, então, a reunir todos os missionários no convés do navio e dirigiu-lhes as palavras de encorajamento: "Irmãos, preparemo-nos todos, porque hoje vamos povoar o Céu. Ponhamo-nos todos em oração e façamos de conta que esta é a última hora que temos de vida". Dos lábios de cada um acabaram por irromper, em alta voz, entregas pessoais à vontade de Deus, enquanto os hereges os cobriam de injúrias. Inácio de Azevedo desaconselhou os seus companheiros a combaterem os inimigos com armas como o capitão português lhes pediu, mas apenas por meio de um quadro com um ícone da Santíssima Virgem Maria, o qual trouxe agarrado em exposição solene junto ao seu peito, e a todos gritou: "Irmãos, defendei a fé de Cristo! Pela fé católica e pela Igreja Romana!". Mesmo depois de ferido na cabeça, o líder da expedição missionária exclamou: "Filhos, não temais, esforçai-vos! Ó meus filhos: que grande mercê é esta de Deus! Ninguém tenha medo, nem fraqueza". Os missionários foram todos mortos e feridos, excepto o irmão João Sanches a quem os calvinistas guardaram para seu cozinheiro. No entanto, apareceu João Adaucto, sobrinho do capitão da nau, que decidiu vestir o hábito de religioso jesuíta para o tomarem por tal (uma vez que tanto desejava pertencer à Companhia de Jesus) e acabou por ser morto pela fé junto aos restantes mártires. Todos foram lançados ao mar, uns já mortos, outros em agonia e outros ainda vivos.
Em simultâneo com o momento do martírio, Santa Teresa de Ávila, no seu convento carmelita em Espanha, teve uma visão do martírio de Inácio de Azevedo com os seus companheiros e da sua entrada triunfal no Céu recebidos por Nossa Senhora e pelo próprio Jesus.
Eles iam para Missões no Brasil, quando foram passados ao fio da espada e golpes de lança e atirados ao mar, em ódio à Fé católica. São estes os nomes dos Mártires : Diogo de Andrade, Presbítero; Gonçalo Henriques, Diácono; os Religiosos: António Soares, Bento de Castro, João Fernandes, Manuel Álvares, Francisco Álvares, João de Mayorga, Estêvão de Zurara, Afonso de Baena, Domingos Fernandes, outro João Fernandes, Aleixo Delgado, Luís Correia, Manuel Rodrigues, Simão Lopes, Manuel Fernandes, Álvaro Mendes, Pedro Nunes, Luís Rodrigues, Francisco de Magalhães, Nicolau Dinis, Gaspar Álvares, Brás Ribeiro, António Fernandes, Manuel Pacheco, Pedro de Fontoura, André Gonçalves, Amaro Vaz, Diogo Pires, Marcos Caldeira, António Correia, Fernando Sánchez, Gregório Escribano, Francisco Pérez Godoy, João de Zafra, João de San Martin, Simão da Costa, e ainda João “Agregado” (que se juntou a eles). Foram beatificados a 11 de Maio de 1854 pelo Papa Pio IX. A festa litúrgica destes mártires católicos é celebrada no dia 17 de Julho.

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