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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 24 de julho de 2023

EM 24 DE JULHO DE 1580 DOM ANTÓNIO I É ACLAMADO REI DE PORTUGAL

24 de Julho de 1580: Dom António I, é Aclamado Rei de Portugal pelo Povo, no castelo de Santarém, durante a preparação para a esperada invasão espanhola...

Dom António I, (o Prior do Crato) 18º Rei de Portugal, *Lisboa, 20.03.1531(?) [...um assento da Sé de Évora, de 15 de Junho de 1544, descoberto pelo Professor Doutor Luís de Mello Vaz de São Payo, (que tive a honra de conhecer pessoalmente) no qual um baptizando é filho de uma escrava "de Pero Gomes, sogro do Infante Dom Luís"...] - † Ile de France, Paris, 26.08.1595; era filho do Infante Dom Luís, 5º Duque de Beja e de Violante Gomes (A Pelicana). Neto paterno de Dom Manuel I, Rei de Portugal e de Doña Maria de Aragão e Castela, Infanta de Espanha e neto materno de Pedro Gomes.
Dom António, mais conhecido pelo cognome de Prior do Crato (e, mais raramente, como "o Determinado", "o Lutador" ou o "Independentista", pela ênfase posta no recobro da independência de Portugal, era filho natural do Infante Dom Luís e neto de Dom Manuel Ifoi aclamado Rei de Portugal (24 de Julho de 1580)cunhou Moeda, e reinou efectivamente em 1580, durante um curto espaço de tempo no continente, ficando, desde então e até 1583, a sua autoridade confinada a algumas ilhas dos Açores. Não consta, no ensino escolar, da lista de Reis de Portugal, e em geral a historiografia, quer em Portugal, quer a nível internacional, caracteriza-o apenas como um pretendente na luta pelo trono.
Sua mãe chamava-se Violante Gomes, de alcunha a Pelicana, e pertencia ao povo. Alguns autores afirmam que seria uma cristã-nova ou judia, como se convencionou chamar, pela qual o infante Dom Luís se deixara fascinar e com quem teria casado em segredo.
Foi precisamente em virtude de ser conhecido como um bastardo e filho de cristã-nova, embora esta última afirmação não se possa ter por verdadeira, que a sua pretensão ao trono foi considerada inválida; ademais o seu pai fora também Prior da Ordem do Crato (o que o impedia de contrair matrimónio válido sem que antes obtivesse dispensa papal).
Dom António I foi discípulo de Frei Bartolomeu dos Mártires em Coimbra e entrou para a Ordem dos Hospitalários, cujo prior era o seu pai. Em 1574 foi governador da praça norte-africana de Tânger e em 1578 acompanhou o rei Dom Sebastião na campanha em Marrocos.
Feito prisioneiro na batalha de Alcácer-Quibir, conta-se que conseguiu a libertação com recurso à astúcia: Quando lhe perguntaram o significado da cruz de S. João que usava, respondeu que era o sinal de uma pequena mercê que tinha obtido do papa, e que a perderia se não voltasse até 1 de Janeiro. O seu captor, pensando que se tratava de um homem pobre, permitiu a sua libertação em troca de um pequeno resgate.
Quando regressou a Portugal em 1578, Dom António reclamou o trono. Pretensão essa que acabou por lhe ser negada por não ser reconhecido como filho legítimo, acabando por ser aclamado o seu tio Dom Henrique.
A 23 de Novembro de 1579, uma carta régia retira a Dom António a nacionalidade portuguesa; os seus bens são confiscados e é expulso do reino. Era conhecida a antipatia do cardeal que foi encarregado em Évora da sua educação e se empenhou para que este seguisse a vida eclesiástica.
Cardeal Dom Henrique:
Em Janeiro de 1580, estando reunidas as Cortes em Almeirim, nas quais se esperava designar um herdeiro para o trono português, faleceu o velho cardeal Dom Henrique. Uma Junta Governativa, constituída por cinco governadores, assumiu a regência do reino.
O trono português era então disputado por diversos pretendentes. Entre eles, destacavam-se a duquesa de Bragança, Dona Catarina, Filipe II de Espanha, e o próprio Prior do Crato. O mais legítimo herdeiro seria a duquesa, mesmo sendo mulher, já que descendia de Dom Manuel por via masculina; Filipe II, por seu turno, era um estrangeiro e descendente de Dom Manuel por via feminina; quanto a Dom António, embora fosse também neto por via masculina, pesava sobre ele a suposta bastardia.
Filipe, no entanto, conseguiu subornar os grandes do reino com o ouro vindo das Américas, e a coroa começou a pender favoravelmente para o seu lado. Para estes, a ideia de uma união pessoal com a Espanha seria altamente proveitosa para Portugal, que estava a passar um mau momento económico.
Dom António procurou, pois, seduzir o povo para a sua causa, à semelhança da situação vivida durante a crise de 1383-1385. Tal como nesse período, também o rei de Castela invocara argumentos de natureza familiar para herdar o trono português; também então, Dom João, Mestre de Avis, filho ilegítimo do rei Dom Pedro I, apresentou uma candidatura que acabou por sair vencedora nas Cortes de Coimbra de 1385 e foi ratificada por Aljubarrota.
Reinado:
24 de Julho de 1580, durante a preparação para a esperada invasão espanhola, Dom António foi aclamado Rei de Portugal pelo povo, no castelo de Santarém. Dom António pedira ao povo que o aclamasse apenas regedor e defensor do reino, mas já o povo rejubilava. É aclamado também em Lisboa, Setúbal e em numerosos outros lugares. No entanto, um mês mais tarde, a 25 de Agosto, as suas forças são derrotadas na batalha de Alcântara pelas do Duque de Alba.
Tendo sobrevivido ao combate, Dom António foge para o Norte, com as tropas de Sancho de Ávila a persegui-lo até Viana do Castelo. Durante 6 meses, de Novembro de 1580 até Maio do ano seguinte, vive homiziado no seu «reino», abrigando-se quer em mosteiros quer em casas de partidários devotados. De Junho a Setembro de 1581 está em Inglaterra, na corte de Isabel I, procurando ali em vão auxílio militar, e em seguida dirige-se a França, onde o encontra. Em 1582 está na ilha Terceira, nos Açores, que havia tomado o seu partido e de onde continuou a governar. Era reconhecido apenas localmente, de modo que, em Portugal Continental e na Madeira, o poder passou a ser exercido por Filipe II de Espanha, reconhecido oficialmente pelas Cortes de Tomar de 1581 como Filipe I de Portugal. Iniciava-se, na História de Portugal, a Dinastia Filipina.
Dom António desembarcou na vila de São Sebastião, ao invés de no porto de Angra, tendo marchado por terra até aos portões de São Bento nesta cidade. Ali era esperado por Ciprião de Figueiredo, pelo conde de Torres Vedras, por Manuel Silva e outras personalidades locais. À sua chegada, as fortificações de Angra salvaram, o mesmo tendo feito as guarnições, com seus mosquetes e arcabuzes. Ficou hospedado no Convento de São Francisco e, posteriormente, no palácio do marquês de Castelo Rodrigo. Na ilha, visitou a baía da Salga e a baía da Praia (actual Praia da Vitória). Frequentou ainda o Convento da Esperança, cujas religiosas também o apoiavam.
De imediato determinou reforçar as defesas de Angra, face à iminência de um ataque espanhol e à acção dos corsários, tendo contado para tal com o incondicional apoio de D. Violante do Canto, inclusive financeiro. Ainda com relação às finanças, cunhou moeda – um acto típico de soberania e realeza. Por essas razões, aqueles já mencionados autores não hesitaram em considerá-lo o derradeiro príncipe da Casa de Avis, ao invés do Cardeal Dom Henrique, e o décimo oitavo rei de Portugal.
Em Julho de 1580, Dom António já havia escrito à rainha de França, Catarina de Médici, uma carta pedindo auxílio. Na ilha Terceira, em 1581, regista-se a primeira tentativa de desembarque de tropas espanholas, ferindo-se a batalha da Salga, onde os Espanhóis foram completamente derrotados. Participaram neste combate os escritores Cervantes e Lope de Vega.
Finalmente em 1583, quando Dom António já ali não se encontrava, forças espanholas muito superiores, sob o comando de D. Álvaro de Bazán, (vencedor da batalha de Lepanto), logram dominar a ilha após violentos combates.
Após a derrota de suas forças nos Açores, Dom António instalou-se em França – inimigo tradicional dos Habsburgos de Espanha – onde se exilou.
Exílio e morte:
Depois de alguns meses, onde andou escondido em casas de amigos e mosteiros, Dom António viajou até à Inglaterra, congregando também o auxílio da rainha Isabel I, que se tornara também inimiga figadal da Espanha. O auxílio seria prestado ao longo de vários anos, como durante os planos de Dom António em tomar Lisboa a Julho de 1589, a troco de facilidades no Brasil e Açores, e ajuda na luta contra a casa da Áustria.
Atacou Lisboa a 3 de Junho de 1589 com o exército inglês que o auxiliava pela Porta da Trindade e Portas de Santa Catarina, fazendo grande destruição e pondo fogo a todos os edifícios exteriores à muralha. Porém, a armada inglesa, comandada pelo famoso almirante Francis Drake foi atacada de peste e retirou-se. Dom António, desembarcado em Peniche e já a caminho de Lisboa, que contava com o apoio popular, viu assim fracassada a sua tentativa de tomar a cidade, bem guarnecida pelos espanhóis. O povo, com medo e desinteressado, não reagiu, e Dom António seria obrigado a partir novamente para o exílio. Há notícia também de uma tentativa de desembarque ao largo do Cabo de São Vicente, que viria a fracassar.
Dom António acabou por perder os meios económicos. Os diamantes que trouxera do reino para o exílio foram sendo gastos gradualmente. O último e o melhor foi adquirido por M. de Sancy, de quem foi comprado por Sully e mais tarde incluído nas jóias da coroa inglesa. Nos seus últimos dias viveu com uma pequena pensão oferecida por Henrique IV da França.
Continuou ainda a lutar até ao fim da sua vida pela restauração da independência do seu país. Não chegaria a assistir ao fim do domínio filipino. Dom João, neto da sua prima, a duquesa Dona Catarina de Bragança, seria aclamado como rei Dom João IV após o golpe vitorioso de 1 de Dezembro de 1640. Desapareceu assim, proscrito e esquecido, o último príncipe de Avis.
Dom António I, morreu em Paris, em 1595, deixando vários filhos, esses sim ilegítimos, o que à partida lhes dificultaria sustentar as pretensões paternas. A sua descendência foi vastíssima, conta centenas de descendentes até à actualidade. Radicados fundamentalmente na Holanda, Bélgica e Suíça, curiosamente não houve mais sangue deste príncipe que brotasse em Portugal.
Para além dos documentos que publicou para defender a sua causa, Dom António foi o autor do Panegyrus Alphonsi Lusitanorum Regis (Coimbra, 1550), e de um cento dos Salmos, Psalmi Confessionales (Paris, 1592). Esta obra foi traduzida para a língua inglesa com o título The Royal Penitent by Francis Chamberleyn (Londres, 1659), e para a língua alemã com o título Heilige Betrachtungen (Marburg, 1677).
Dom António, na hora extrema, pediu que os seus ossos fossem trasladados para Alenquer, e os sepultassem no coro do convento de S. Francisco. O seu filho Dom Manuel também manifestou este desejo, porém não se cumpriram as suas últimas vontades. Foi sepultado no convento grande dos franciscanos em Paris, mas o coração ficou depositado no convento da Avé-Maria, da ordem de Santa Clara, na mesma cidade de Paris.
Legitimidade de Dom António:
Já antes de Alcácer Quibir, e com grande acuidade depois, a questão é recorrente e nunca foi encerrada. Dom António foi o 18.º Rei de Portugal...
Um estudo recente tenta demonstrar que Dom António era filho legítimo do Infante Dom Luís, filho de Dom Manuel I. Nele vem reproduzido um assento da Sé de Évora, de 15 de Junho de 1544, descoberto por Luís de Mello Vaz de São Payo, no qual um baptizando é filho de uma escrava "de Pero Gomes, sogro do Infante Dom Luís". O autor do estudo argumenta que "não podemos crer que o cura da Sé chamasse sogro ao pai da manceba do Príncipe, mesmo que com ele vivesse maritalmente". Também refere que este assento "fornece o nome, que não vimos mencionado em nenhuma outra fonte, do pai de Violante Gomes".
Justiça seja feita, já em 1917 o Visconde de Faria nomeava o pai da Bela Pelicana como Pedro Gomes, não hesitando também em afirmar que Dom António "era filho do casamento secreto de Dom Luís, duque de Beja, com Violante Gomes, filha de Pedro Gomes". Não menciona a fonte em que se baseia, mas poderá ser a mesma que está guardada no Arquivo de Évora.
Faria sustenta que o casamento fora secreto por ser morganático, mas que a família real reconhecia Dom António como um dos seus membros, vistos os cargos e prerrogativas que os seus tios, Dom João III e cardeal Dom Henrique, lhe concederam. Quanto à sua mãe Violante Gomes, não era judia como com alguma conveniência se disse. Pertenceria à pequena nobreza, católica, tendo abandonado o mundo, com o consentimento de seu marido, e professado na Ordem de São Bernardo, morrendo ainda jovem no Mosteiro de Almoster.
Poderá concluir-se assim que Dom António podia suceder a Dom Sebastião, por preceder na linha sucessória ao cardeal. E que então fora o rei legítimo, entre o fatídico 4 de Agosto de 1578 até à aclamação do seu tio Dom Henrique, a 28 desse mesmo mês. Enredado nos interesses imperiais dos Áustrias, o Cardeal Dom Henrique pressionou o papa a pronunciar-se pela ilegitimidade do sobrinho. Mas o próprio Gregório XIII veio a revogar aquela sua declaração.
Afirmando sempre a legitimidade sustentada no casamento de seus pais, o Prior do Crato deveria ser rei após a morte do tio, a 31 de Janeiro de 1580, fazendo-se aclamar a 19 de Junho. De pouco lhe valeu a sua legitimidade ante as tropas do Duque de Alba, e as intrigas sustentadas pelo opulento Filipe II, que já se impusera ao titubeante cardeal-rei, e agora comprava adeptos desde Madrid a Lisboa. Fugindo para França em 1581, as sucessivas manobras deste desventurado neto de Dom Manuel I para retomar o país foram infrutíferas.
"Face à evidência descoberta por Vaz de Sampaio quanto à questão da legitimidade, parece sustentável elencar Dom António entre os reis de Portugal. Mais do que isso, importa corrigir esse erro propositado na sua génese e repisado ao longo dos séculos."
Títulos, estilos, e honrarias:
1531 – 19 de Julho de 1580: Dom António de Avis
19 de Julho de 1580 – 25 de Agosto de 1580: Sua Alteza Real, O Rei de Portugal e dos Algarves
25 de Agosto de 1580 – 17 de Maio de 1581: Sua Alteza Real, O Rei de Portugal e dos Algarves nos Açores
17 de Maio de 1581 – 26 de Agosto de 1595: Sua Alteza Real, O Rei Titular Dom António de Portugal. Dom António reivindicava o estilo oficial de:
Pela Graça de Deus, António I, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
Descendência de Dom António I:
Filha de mãe desconhecida:
  • Dona Maria de Portugal (1558-1599)
Filhos de Ana Barbosa:
  • Dona Filipa de Portugal (1560-?)
  • Dona Luísa de Portugal (1562-?)
  • Dom Afonso de Portugal (1566-?)
  • Dom Manuel de Portugal (1568-1638)
  • Dom Cristóvão de Portugal (1573-1638) (terá o seu nome sido escolhido em homenagem a seu tio-avô paterno Cristóvão Colombo, de acordo com a teoria de Mascarenhas Barreto?)
  • Dom Pedro de Portugal (1575-?)
  • Dom Dinis de Portugal (1576-?)
  • Dona Violante de Portugal (1577-d.1602)
  • Dom Antónia de Portugal (1578-d.1602)
  • Dom João de Portugal (1579-?)





(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll, Professor Doutor Luís de Mello Vaz de São Payo e Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 

 


♔ | 24 de Julho de 1580 - D António "Prior do Crato" É Aclamado Rei de Portugal pelo Povo

D. António de Portugal nasceu em Lisboa, em 1531, e morreu, em Paris, a 26 de Agosto de 1595, e ficou conhecido pelo cognome de "o Prior do Crato".

Era filho legitimado do Infante D. Luís e, desta forma, neto d’El-Rei D. Manuel I, e por isso foi um dos candidatos ao trono português durante a crise sucessória de 1580, resultado das mortes d’El-Rei Dom Sebastião em Alcácer Quibir e do Cardeal-Rei Dom Henrique sem descendência.

Destinado pelo pai à vida eclesiástica, cedo preferiu a vida mundana, o que terá contribuído, desde cedo, para a animosidade que sempre lhe reservou o seu tio o Cardeal D. Henrique, que sempre lhe negou a dignidade própria a um filho de Infante e neto de Rei.

Encontrando-se o Cardeal-Rei Dom Henrique, 17.º Rei de Portugal, muito doente, e uma vez que não tinha descendentes, pois não lhe fora concedida dispensa Papal para de casar, convocou a 11 de Janeiro, em 1580, as Cortes de Almeirim, para assim se proceder à nomeação de sucessor ao trono de Portugal. D. Henrique havia convidado todos quantos se julgassem nesse direito a exporem por escrito as suas razões, e por sua vez hesitava entre Filipe II de Espanha e D. Catarina de Bragança, filha de D. Duarte de Portugal, 4.º Duque de Guimarães, e neta de D. Manuel I. Por sua vez, o Povo, nos seus vários estratos, queria aclamar D. António, Prior do Crato, neto de D. Manuel I, por recear a perda da independência de Portugal. No final de Janeiro de 1580, D. Henrique faleceu sem ser designado o herdeiro.

A 24 de Julho de 1580, D. António I foi Aclamado Rei pelo Povo no Castelo de Santarém e, depois em Lisboa e Setúbal.

Consequentemente, em Novembro de 1580, Filipe II de Espanha, incumbiu o Duque de Alba de invadir Portugal para reivindicar o Reino à força. Às mãos do mais poderoso exército europeu, à época, após a Batalha de Alcântara, em que num derradeiro acto de heróica resistência D. António comandou o que sobejava da cavalaria e o povo mal-armado de Lisboa, a Capital caiu rapidamente e o rei espanhol foi proclamado Rei de Portugal, sobretudo pela alta nobreza, mas com a condição de que o reino de Portugal e seus territórios ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.

D. António decidiu então levar a resistência para Norte – sempre mais desafecto a ceder na sua liberdade e independência – e, juntamente, com um povo armado apenas de paus, pás e foices, libertou Coimbra, a seguir Aveiro, depois o Porto e foi até Viana da Foz do Lima, onde a clara hegemonia das tropas castelhanas se fez sentir, obrigando o 18.° Rei de Portugal a fugir. Filipe de Espanha ofereceu uma recompensa de milhares de ducados a quem capturasse Dom António “vivo ou morto”, mas o “Prior do Crato” refugiou-se no arquipélago dos Açores, e dessa forma Angra do Heroísmo foi capital do reino de Portugal entre 5 de Agosto de 1580 e 6 de Agosto de 1582, enquanto D. António, Prior do Crato, ali estabeleceu o seu governo, onde inclusive cunhou moeda. A estocada final na independência do Reino e no reinado de Dom António, foi a Batalha Naval de Vila França, travada no dia 26 de Julho de 1582, em Ponta Delgada, a sul da ilha de São Miguel, Açores, entre uma esquadra aliada luso-francesa, comandada por Filippo Strozzi, e uma armada espanhola, que incluía parte da armada portuguesa afeta a Filipe I (II de Espanha), comandada por Don Álvaro de Bazán, Marquês de Santa Cruz, que utilizou pela primeira vez numa batalha naval, os grandes galeões, Assim, em inferioridade as forças luso-francesas foram derrotadas, seguindo-se um violento massacre dos castelhanos sobre os portugueses, em Vila Franca do Campo - sendo o maior de que há memória nos Açores. A hecatombe causou, entre a batalha naval e a subsequente chacina, um total de 2.500 mortos.

O Determinado, o Lutador ou o Independentista, como, também, foi cognominado, teve de partir para o exílio. Não obstante, e por tudo o explanado, a Plataforma de Cidadania Monárquica, a exemplo, da maioria dos Monárquicos reconhece que Dom António de Portugal, Prior do Crato, foi o 18.° Rei de Portugal, e o último Monarca da Dinastia de Avis, como Sua Alteza Real El-Rei Dom António I de Portugal.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

Imagem: Óleo sobre tela 'D. António, Prior do Crato', de Mestre Carlos Alberto Santos 



D. ANTÓNIO I - Rei de Portugal, O RESISTENTE
"Mais vale morrer livres, do que em paz sujeitos!"
No dia 28 de Junho de 1580 entra em Portugal o exército espanhol, comandado pelo Duque de Alba, com destino a Lisboa.
D. António Prior do Crato fizera-se aclamar rei, em Santarém (19 de Junho), e fora para a capital do reino, onde é novamente aclamado no dia 23 de Junho.
Estes actos públicos, que obtiveram grande adesão popular, levaram a que o rei Filipe II de Espanha, que já tinha as suas tropas acampadas na margem do Caia, invadisse o Alentejo com destino a Lisboa, transpondo a fronteira a 28 de Junho. A 1 de Julho as suas tropas cercavam Estremoz, que se rendeu, conseguindo avançar pela planície alentejana. Enquanto isso, no mar, a esquadra do Marquês de Santa Cruz, que partira de Cádiz, colaborava com o exército de terra, vindo também a cercar a cidade de Lisboa. A submissão da capital representava o remate da invasão, o que veio a acontecer, cerca de dois meses depois, no dia 25 de Agosto de 1580, com a derrota de Prior de Crato na Batalha de Alcântara. E com ela o termo do breve reinado de D. António Prior do Crato.
Na imagem, uma gravura de D. António Prior do Crato.

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