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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 19 de julho de 2023

A GUERRA DA CISPLATINA E A FORMAÇÃO DO URUGUAI

 

O século XIX foi determinante para ‘’criar’’ o mundo que conhecemos hoje, principalmente em termos territoriais. Não somente África, Ásia e Europa se envolveram em conflitos de entre seus países, mas também a América foi palco de diversas batalhas e disputas territoriais, sendo a famosa Guerra da Cisplatina um dos principais conflitos da região, envolvendo Brasil e Argentina, e levando mais de três anos para ter um fim. Esse conflito teve como resultado um cessar-fogo mútuo, e a criação de um novo país, além do início de uma grande crise económica para o primeiro reinado do Brasil.

A disputa pela região não era nada recente, e desde o período colonial a região era alvo de conflitos entre Portugal e Espanha, onde os reinos ibéricos questionavam os limites territoriais da região, com domínios de ambos os reinos fazendo fronteira de modo muito pouco claro. Nessa época, mais especificamente na década de 1680, Portugal construiu uma margem oriental no Rio da Prata, dando origem a mais uma colónia, chamada de Sacramento. Apesar de ter sido edificada por portugueses, os espanhóis reivindicaram a colónia portuguesa, e apesar de todos os tratados territoriais da época, Espanha e Portugal não aceitavam nenhum tipo de acordo entre si, sendo assim, a colónia de Sacramento passou a ser alvo central da disputa.

Vale ressaltar os acontecimentos europeus da mesma época, pois em 1808 Napoleão Bonaparte ordenou a invasão de Portugal devido à negativa do reino de cumprir com o bloqueio continental, sendo assim, Dom João VI e a corte portuguesa deslocou-se para o Brasil para estabelecer seus domínios fora da Europa e longe do alcance dos franceses, enquanto a Inglaterra tomaria conta da protecção do reino. Facto é que durante as invasões napoleónicas, os espanhóis contribuíram com o imperador Francês para abrir caminho até o reino português, facto que seria brutalmente condenado por Portugal e também pela própria Inglaterra, e a atitude dos espanhóis seria vingada assim que Dom João VI desembarcasse no Brasil.

Em 1816, com a região sob posse espanhola, o príncipe regente português ordenou uma invasão militar à região, e assim foi feito, com a província de cisplatina sendo anexada naquele ano aos territórios da coroa portuguesa. Percebe-se que tal invasão ocorreu não somente por interesses territoriais e económicos, mas também por vingança de factos ocorridos na Europa, e não sabemos se a guerra teria acontecido se a Espanha tivesse atitude diferente em relação à invasão francesa, mas, possivelmente o conflito não teria se iniciado, ou teria sido retardado. Em 1822, o Brasil se torna independente, a província de cisplatina era parte do agora território brasileiro, mas ainda havia grande ressentimento da cultura regional da Província do Rio da Prata (actual Argentina), e em 1825, Juan Antonio Lavalleja liderou uma rebelião de secessão.

Não era interessante para o jovem imperador brasileiro ter em seu território uma rebelião, que poderia incentivar outras províncias a fazer o mesmo, e imediatamente enviou tropas para apaziguar o conflito. Na rebelião rebelde, não havia uma unidade no discurso, e enquanto alguns almejavam a anexação do território à Província Unida do Rio da Prata, outros buscavam uma independência total e a criação de uma república na cisplatina. O combate era difícil, mas o modo violento no qual as tropas de Dom Pedro  chegaram na região em 1825, causou uma reacção muito negativa na população local, causou desconforto nos soldados brasileiros, que deixaram de ser bem vindos no local.

Junta-se a isso o facto do Brasil atravessar um momento economicamente delicado, onde estavam apenas iniciando a criação de uma economia independente, tudo contribuiu para a derrota das tropas brasileiras pelos rebeldes, fazendo o Brasil amargar uma derrota em campo de batalha e a perda definitiva da província da Cisplatina. Entretanto, a derrota do Brasil não significou a vitória da Província Unida do Rio da Prata, pois a conferência Preliminar da Paz, ocorrida em 1828, determinou que só haveria um cessar-fogo se a Cisplatina fosse independente, e não anexa à Província Unida do Rio da Prata, foi então que se criou a República Oriental do Uruguai, sendo assim, a vitória foi de facto para os rebeldes que buscavam independência para o local.

Podemos resumir os acontecimentos nos seguintes pontos:

· A Guerra da Cisplatina foi o primeiro conflito enfrentado pelo Brasil logo após a sua independência.

· Brasil e a Província Unida do Rio da Prata disputavam a Cisplatina.

· Dom Pedro  enviou tropas para a região para derrotar os rebeldes cisplatinos e manter a unidade territorial do império brasileiro.

· A derrota do Brasil na guerra agravou ainda mais a crise económica e reforçou a imagem negativa de Dom Pedro.

· Logo após a guerra, a Cisplatina tornou-se a República Oriental do Uruguai.

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