CONVENTO DE SANTA MARIA DE SEIÇA
A lenda dos Degolados de Montemor-o-Velho
“Na era de 848, Montemor-o-Velho foi reconquistada aos Mouros pelo rei Ramiro de Leão. Depois da batalha, o monarca de Leão resolveu visitar um seu parente, o abade D. João, que vivia no Mosteiro de Lorvão. Quando lá chegou verificou que o Mosteiro estava em ruínas e que os frades viviam na mais completa miséria, cheios de fome e de frio, devido às guerras constantes que devastavam a região. Querendo beneficiar os religiosos, doou-lhes as rendas de Montemor e alguns campos em redor da vila, com a condição de ali ficarem alguns monges-guerreiros para defesa da vila. Passado algum tempo, os mouros voltaram a atacar e cercaram Montemor durante muito tempo.
Começando os bens a escassear. Com a ameaça de uma rendição forçada e temendo os ultrajes que seriam feitos aos velhos, às mulheres e às crianças, cada homem reuniu a família e, encomendando as suas almas a Deus, degolou todos os seus membros, um a um.
De coração dilacerado com este acto sangrento prepararam-se para a derradeira batalha, no exterior da fortaleza, na qual tinham a certeza de morrer.
Mas, para grande surpresa de todos e talvez porque extinta a família já não tinham nada a perder, os cristãos lutaram sem medo e venceram esta batalha.
Desolados, os homens choraram a vitória pelo sacrifício inútil das suas famílias mas, quando se aproximavam das portas da fortaleza gritos de alegria ecoaram no ar.
Aguardavam-nos vivos os parentes que antes tinham sido degolados e este grande milagre ficou para sempre na memória do povo português através da lenda dos Degolados de Montemor-o-Velho.”
in "As Beiras" 15/7/2023
Transcrição:
«Foi com naturalidade que a SMS - Associação dos Amigos do Convento de Santa Maria de Seiça recebeu a noticia da reclassificação do mosteiro como monumento nacional. "Sabíamos que era um processo sem retrocesso”. A afirmação é do presidente da direção, João Campos, que ontem (14) juntou sócios e amigos para celebrar.
O beberete reuniu muitos daqueles que ao longo dos últimos dez anos cumpriram o "papel ingrato de chamar a atenção dos responsáveis para que o dossier de Seiça não continuasse esquecido dentro da gaveta". "Sentimos que fomos uma pedra no sapato" dos autarcas, desabafa, não deixando de reconhecer o decisivo papel do atual e anteriores executivos municipais para o atual desfecho.
Com mais de 100 sócios, "ativos acabam por ser cerca de metade", revela o dirigente. "Agregamos académicos, especialistas de varias áreas e ate alguns estrangeiros, mas infelizmente não conseguimos atrair a população local". A justificação é simples. "No início do processo poucos acreditavam que seria possível. Havia um enorme descrédito entre os locais." Com as obras de requalificação e consolidação do mosteiro a decorrer a bom ritmo e concluído o processo de reclassificação, a associação mostra-se confiante. "O futuro esta nas mãos da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Ainda não fomos ouvimos, mas continuamos otimistas". Essencial, defende João Campos, e assegurar uma componente museológica, envolver "quem mais estudou" e "pensar Seiça como um todo", até porque "há espaços de interesse arqueológico e histórico na envolvente que ainda não estão classificados". A associação. garante, vai continuar a dar o seu contributo. "Vamos continuar a produzir conhecimento, através da investigação e publicação de obras”, anuncia com a confiança de quem sabe que os verdadeiros amigos nunca se esquecem.
Ricardo Santos Vice-presidente da ACCFF »
TV Monarquia Portuguesa |
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