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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 15 de julho de 2023

EM 15 DE JULHO DE 1837 NASCIA A RAINHA DONA ESTEFÂNIA


 

15 de Julho de 1837: Nasce a Rainha Consorte Dona Estefânia casada com o Rei Dom Pedro V...

Dona Estefânia de Hohenzollern, Rainha de Portugal, de seu nome Estefânia Josefa Frederica Guilhermina Antónia, *Krauchenwies, 15.07.1837 - †Lisboa, Lisboa, 17.07.1859, era filha de Carlos António, Príncipe de Hohenzollern (*1811 - †1885) e de Josefina, Princesa de Baden (*1813 - †1900); neta paterna de Carlos, príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen (*1785 - †1853) e de Maria Antonieta, princesa Murat (*1793 - †1847) e neta materna de Carlos Luis Frederico, Grão-Duque de Baden (*1786 - †1818) e de Estefânia de Beauharnais, Princesa Napoleão (*1789 - †1860)(Filha adoptiva do Imperador Napoleão I). Dona Estefânia era descendente de Dom Afonso Henriques por via paterna e materna.
Dona Estefânia foi a esposa do Rei Dom Pedro V e Rainha Consorte de Portugal de 1858 até sua morte.
Família:
Nascida no Castelo de Krauchenwies, Dona Estefânia era a filha mais velha de Carlos António, Príncipe de Hohenzollern e da princesa Josefina de Baden, esta filha de Carlos, Grão-Duque de Baden. Teve cinco irmãos, entre os quais o que viria a ser o primeiro rei da Roménia da dinastia de Hohenzolern, Carlos I, o seu irmão mais velho, Leopoldo, que sucedeu ao pai e tornou-se príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen e a sua irmã mais nova, a mãe do rei Alberto I da Bélgica, Maria Luísa, a condessa de Flandres, casada com o príncipe Filipe, Conde de Flandres.
Dona Estefânia recebeu, naturalmente, educação católica.
Quando tinha onze anos, o pai abdicou dos seus direitos ao principado em nome do rei da Prússia, e mudou-se com a família para o Palácio de Jägerhof, em Düsseldorf, onde cresceu no meio de belos jardins.
Casamento:
O casamento foi feito por procuração em 29 de Abril de 1858, na Catedral de Santa Edwiges em Berlim. O Conde do Lavradio foi responsável pelo contrato do matrimónio. A 3 de Maio, Dona Estefânia partiu de Düsseldorf, chegando de comboio a Ostende, onde embarcou no barco a vapor, Mindelo, rumo a Plymouth, Inglaterra. A corveta Bartolomeu Dias estava à sua espera para a levar para Portugal.
Dona Estefânia chegou à barra do rio Tejo no dia 17 de Maio de 1858. No dia seguinte, em 18 de Maio, na Igreja de São Domingos, em Lisboa, a Princesa Dona Estefânia casou-se com o Rei Dom Pedro V, tornando-se assim Rainha Consorte de Portugal.
Ambos passaram a sua lua-de-mel em Sintra, passeando de braço dado pela serra repetidas vezes.
Dom Pedro V, para impressionar a sua consorte, não poupou a despesas com a decoração dos aposentos de Dona Estefânia, no Palácio das Necessidades. Mandou vir de Paris móveis, candeeiro, carpetes e tecidos para estofos e cortinados.
Bela e instruída, Dona Estefânia escreveu cartas íntimas à sua mãe, em francês. Numa delas, ela critica a alta sociedade portuguesa: "Os portugueses têm o sentido do luxo e da pompa, mas não o da dignidade". Embora tivesse sentido saudades das margens do Reno e não tivesse gostado do calor e da aridez de Lisboa, Dona Estefânia escreveu que apreciara Sintra e Mafra. A companhia do sogro, Dom Fernando II, não lhe agradava.
Juntamente com o marido, Dona Estefânia fundou diversos hospitais e instituições de caridade, o que lhe granjeou uma grande aura de popularidade entre os portugueses de todos os quadrantes políticos e sociais.
O Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, foi assim nomeado em sua honra.

"Pedro e Estefânia"
11 de Abril de 2009 - Jornal Público
"...a duquesa da Terceira permaneceu junto de mim até ao momento em que fui para a cama e depois veio o Pedro, mas não consegui dormir nem um segundo durante toda a noite. Senti-me bastante embaraçada, pouco à vontade, e acho, em suma, que este costume de os esposos dormirem juntos não é muito agradável. Mas considero-o como um dever diante de Deus e, além disso, a pureza e a delicadeza extremas de Pedro tocam-me e fazem-me feliz. É uma grande felicidade para mim, pois sem isto há coisas que me seriam muito difíceis." Esta confissão nupcial lembra a correspondência entre Maria Antonieta e Maria Teresa de Habsburgo, mas foi escrito por uma rainha portuguesa à sua mãe, algumas décadas mais tarde. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen tinha 21 anos quando casou com Pedro de Bragança Bourbon e Saxe Coburgo-Gotha, o jovem e sisudo monarca português. D. Pedro não estava especialmente interessado em casar, e já tinha escapado ao enlace com uma princesa belga. Mas a família real britânica exercia grande influência sobre ele, e Pedro aceitou enfim casar com a menina escolhida por Vitória e Alberto, uma filha de um príncipe Hohenzollern e de uma filha do grão-duque de Baden. O casamento com a prussiana era politicamente útil, os noivos tinham feitios compatíveis e, acima de tudo, Portugal precisava de um herdeiro.Portugal, como sabemos, não teve herdeiros desse casamento. É uma história secreta e romanesca que faz de Pedro V um dos casos sexuais mais estranhos da monarquia portuguesa (e há vários: o voraz Pedro I, o ambíguo Sebastião, o incapaz Afonso VI, e outros ainda). Pedro e Estefânia casaram em Maio de 1858. Pareciam feitos um para o outro, mas Estefânia morreu catorze meses depois, a 17 de Julho de 1859, com uma difteria contraída numa ida oficial ao Alentejo, onde tinha inaugurado um troço do caminho-de-ferro. Uma ironia trágica, pois o comboio foi (ainda é) a grande imagem do desenvolvimento fontista. Pedro, que sofreu horrores com esta segunda morte precoce (perdera a mãe aos dezasseis anos), viveu pouco mais, falecendo de tifo a 11 de Novembro de 1861, depois de uma caçada. Tinha 24 anos. Entre os seus cognomes, está um inquietante: "O Muito Amado". Amado pelo seu povo, sabemos que foi, mas terá sido Pedro de Bragança muito amado?
A felicidade conjugal de Pedro e Estefânia parecia evidente a quem via a timidez alegre com que conviviam em público e a quem os vislumbrava em privado. Mas como a rainha não engravidava, corriam boatos: de que o casamento não tinha sido consumado, ou mesmo de que o rei era impotente. E a verdade é que Estefânia morreu de facto virgem, como comprovaram os médicos que fizeram a autópsia. Escreveu Ricardo Jorge, nos cinquenta anos da morte da rainha: "[Estefânia] faleceu, como se sabe, de difteria: como as falsas membranas se propagassem à vulva, os médicos examinaram-na, ficando surpreendidos ao deparar-se-lhes o hímen". O assunto era melindroso, e obviamente não foi divulgado. E é impressionante lermos hoje os relatos da época: ela ia no caixão vestida de branco, grinalda de flores brancas, sapatos de cetim branco, luvas brancas. Uma rainha virgem para um rei virgem.
Quem era Estefânia? Um retrato feito em 1860 não nos diz muito sobre a rainha: num vestido branco e dourado, é uma mulher alvíssima, rosto redondo mas queixo afilado, um nariz direito e uma boca pequena, olhos calmos e quase inexpressivos. Sabemos que foi cosmopolita e liberal, tal como o marido, e que se empenhou em ajudar crianças pobres e doentes (daí o hospital com o seu nome, que vejo da minha janela enquanto escrevo esta crónica). Ela amou o seu rei muito amado, talvez da única maneira possível para aquelas duas criaturas, uma maneira que nós achamos inaceitável mas que felizmente não depende da nossa aprovação.
Pedro disse que procurava no casamento "alívio para uma grande ansiedade moral", ele que se angustiava tanto com o atraso do país e com as desventuras políticas. Mas também uma "amizade conjugal", expressão que faz sentido se pensarmos na sua costela puritana e nas suas escassas amizades. A felicidade conjugal de Pedro, indesmentível, era uma felicidade etérea, sem mácula, que aliás não é caso único em românticos pessimistas. A natureza de Estefânia, escreveu, "era perfeita de mais para o nosso mundo", e por isso eles viveram felizes quando viveram fora do mundo, por exemplo no Éden de Sintra. Como se à volta não existisse Portugal.
Depois da morte de Estefânia, Pedro não podia ser muito amado por mais ninguém. Rechaçou a ideia de voltar a casar. E continuou nos meses que faltavam mergulhado naquilo a que chamava, justamente, o seu infortúnio..."
(As citações de Pedro e Estefânia são retiradas da biografia D. Pedro V, de Maria Filomena Mónica, Temas e Debates 2007)
Morte:
Decorrido pouco tempo depois do seu casamento, a Rainha faleceu aos vinte e dois anos de idade, vítima de difteria. A doença teria sido contraída durante uma visita a Vendas Novas. As suas últimas palavras terão sido: "Consolem o meu Pedro".
Dona Estefânia jaz no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
O Rei viúvo, faleceu dois anos mais tarde, de febre tifoide.



(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll, Maria Filomena Mónica, Wikipédia e Jornal Público)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 

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